Capitulo 59

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MALUMA

Minha cabeça não funcionou por infinitos minutos enquanto eu tentava me concentrar nas palavras de Charles dentro daquele Suv apertado cheio de testosterona e adrenalina acumulados. As coisas não funcionavam mais pra mim porque meu coração havia  ficado a quilometros de distância e junto do meu pau. Eu estava indo vingar a minha família, enviar um quartel clandestino para fora do meu país e cortar relações internacionais da Máfia chinesa com a Colômbia.

Nada muito complexo. Se eu conseguisse manter o foco, mas minha cabeça continuava voltando para ela. O que isso significava.

"Isso... não significa nada" - foi o que ela disse. Mas a forma como havia me olhado, a maneira como me segurou como se eu não fosse voltar... ela se importava. Mas  a que ponto? Trocariamos perdão e tudo ficaria bem?

_Se não  manter sua cabeça aqui - Charles  dá um tapa em minha cabeça  - perderá a cabeça em uma katana em poucos minutos.

_Chinês desgraçado - Diego cospe - Todos seu é  claro.

Ao parecer seria assim mais uma vez. Sem autocontrole, sem focar no que eu devo fazer é  só chegar e fazer.

1- Tiro na região  abdominal de Amanda.
2- Tiro  no pé da Amanda
3- Sequelas gravíssimas nos tendões do meu filho.
4- escoriações na pele de Amanda.
5- Sequestro.
6- Carcere privado.
7-....

_Odeio ser sempre o estraga prazer - Continua Diego - Mas o que vamos fazer com os fodidos militares hum? Eles querem o cara, essa colaboração foi pra isso... o que você decidiu Maluma?

O que eu decide? Ah sim...

Sorrio. _Não se preocupem, não  pretendo comprar outra briga com o FBI. Eles querem o Chinês, terão o Chinês, prometo que vou  deixa-lo na porta da delegacia da embaixada americana, embrulhado em um presente.

Vejo os membros da Elite estremecer com minhas palavras. Aquele cara estava pagando por cada maldito arranhão que minha família sofreu naquele lugar. E Balvin, já tinha dado o que tinha que dar. Meu pai  estava certo, corpos marcados que não caem  retornam pra te assombrar depois. Eu ia garantir que as coisas acontecessem como deveriam ser e só  então  eu teria a conversa com Amanda.

Parte de mim espera que ela me perdoe. Que fique comigo, que me escolha mais uma vez mesmo depois de ter sido eu a abandona-la tantas vezes. Eu só precisava de uma oportunidade e farias as coisas darem certo. Eu faria qualquer coisa para que ela acreditasse em mim.

Paramos o carro a dois quilômetros  da fazenda. Coloco meu capacete e carrego a minha arma. Quando meus pés saem do carro e ganham o terreno do meu inimigo aos poucos, sinalizo com os dedos  para os membros da Elite se dividirem, cobrirem a área de escape e instalarem câmeras e  bombas com disparos eletrônicos  nas possíveis  rotas  de saída.

Configuro meu fone de ouvido e já estou sintonizado com algum atendente de controle no posto da minha sala de guerra em casa. Cada câmera instalada é  mais um olho  que vigia os meus passos e o dos meus inimigos.

Eu estou chegando pendejos - sorrio. É  hora de dizer olá.

Os tiros começaram disparados pela parte lateral da casa. Mas não havia como fugir tudo já estava cercado. O pessoal de Bryan rondavam os céus de helicópteros e cercavam  a água ao redor da casa. Um a um eles foram caindo. Quando invadimos  a casa, foram escoltados um grupo de mexicanos raquítico em condições escravistas.

No porão  malotes e mais malotes de cocaínas  sendo purificado. Era muito doentio... Marcelo sinalizou pelo fone de Brean um desnível no chão que aparentava ser um contra-piso. Isso acabou por ser  uma porta escondida que deu acesso a mais pessoas trancafiadas.

_Nós   o encontramos  - recebo  um bipe no meu fone de Enzo. - segundo andar, terceiro quarto.

Subo as escadas e desvio dos corpos deixados para trás. A Elite ainda estava abatendo soldados inimigos e escoltando os reféns e trabalhadores escravos para um lugar seguro longe do fogo cruzado. Quando cheguei ao quarto, encaro um médico gordinho preso em um canto da parede com as mãos para cima.

Na cama está o.corpo de um homem, ligado a uma maca e a medicações. Seus braços, troco e o rosto estão todos enfaixados. Seguro a prancheta no final da cama e leio o nome do futuro cadáver. José Álvaro.

_Não  tão  fácil dessa vez - sorrio dentro do meu capacete e minha voz faz o médico recuar ainda mais para a parede. Aponto minha arma para o inicio de seu pé e dou um tiro assutando-o - Esse homem é  J Balvin?

_Si-sisisi-si - ele murmura tremendo com a cabeça abaixada. Uma grande mancha úmida formando-se em sua calça.

_Mas você pode estar mentindo - atiro agora um pouco mais perto  e o homem jura pelos seus filhos que é  J Balvin.

Mas como confiar?

Jogo minha arma para Enzo e começo a retirar a atadura do rosto do homem na cama, que geme de dor em sua inconsciência.

_Ele está muito  machucado, a queimadura é  severa... - o médico balbucia com medo por seu paciente.

Quando termino de arrancar as atadura e os gazes, o rosto queimado de J Balvin está em carne viva. Além do inchaço e da carne exposto o cheiro  amarga meu estômago. É  o idiota.

_Enzo? - peço e ele joga minha arma para mim novamente - Doutor qual é  a morte por bala mais rápida?

_Se-seria na cabeça ou no co-co-coração - o médico gagueja reajustando seus óculos.

Rápido e hábil dou um tiro na cabeça de Balvin e outro em seu coração e vejo de soslaio o médico desmaiar de encontro ao chão. Faço um sinal da cruz e puxo o lençol  de seu corpo até a cabeça.

_No fim e a cabo ele conseguiu o que  queria. - murmuro infeliz.

_Ele queria morrer? - Diego pergunta, assumindo o flanco de Enzo no batente da porta.

_Londoño - digo a eles - No final, conseguiu a morte que ele queria.

Saio do quarto e vou de encontro ao fim do corredor onde Henrie estava parado em uma porta rodando um canivete. Quando fico entre  batente  e o quarto encaro Charles com sua arma apontada para um Chinês que mais parece uma mulher que um homem. O cara está sorrindo como se tivesse me esperado por um  longo tempo.

_Cheque- mate - ele diz sorrindo, pitando mais um pouco a bituca de seu cigarro ele solta a fumaça lentamente - Você veio me matar?

Tiro meu capacete. _E que graça teria? Eu e você temos algumas pendências  pra acertar primeiro  - sorrio vendo seu semblante endurecer - acredite em mim pendejo, você vai desejar  morrer, mas eu vou manter você bem acordado  e quando eu acabar com você, enviarei o seu corpo para os americanos se divertirem também.

_Eu tenho informações valiosas, não sou  alguém que você pode simplesmente tirar do mapa e fazer o que você  quiser. - o Chinês rosna em minha direção.

Sei que estou rindo e a cara de China parece um misto de preocupação e prepotência.

_Sabe qual é o problema ojigos achinaos? É  que eu não sigo regras e você vai descobrir logo, logo, o porque nunca deveria ter pisado os pés aqui.

Livro 2 - Doce RedençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora