CAPÍTULO 13 - Tchau, Tchau

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QUEBRA DE TEMPO
10 MESES DEPOIS:
S/N POV

Está tudo muito mais complicado na Cruz Del Norte, uma das coisas é que o Sandoval é o novo diretor desde uns 4 meses atrás. Isso me assusta muito pois ninguém além das detentas percebe que ele abusa de algumas detentas, é manipulador e etc... Eu fiquei sabendo pelas meninas que passaram por uma outra penitenciária, a Cruz Del Sur, que apenas um carcereiro percebeu o comportamento anormal de Carlos Sandoval. Um tal de Fábio, mas eu nunca o vi.

Duas detentas que fugiram, o Sandoval encontrou elas e usou um tipo de "sentença de morte". Ele não tem esse direito, mas nada aqui está justo. As visitas e os telefonemas foram reduzidos drasticamente, eles nos revistam o tempo todo, o que é super desconfortável. A comida piorou muito e somos acordadas pela sirene uma hora antes do horário de antigamente. Agora eu posso afirmar que estou no verdadeiro inferno.

Nesses 10 meses eu não fiquei com a Saray, mas confesso que tive vontade algumas vezes. Eu a evitava, mas na Cruz Del Norte isso é quase impossível quando seu grupo de amigas é o mesmo, numa prisão tão pequena... Eu imaginei que depois de uns meses a cigana ia desencanar de mim, mas ela tá cumprindo com a palavra.

Por algum motivo que não sabemos, pois não entendemos a cabecinha de Sandoval, ele quer transferir algumas detentas para a Cruz Del Sur. E não, não é por lotação. Ele já escolheu as detentas, e as escolhidas foram Estefânia Kabila, Soledad Núnez, Anabel Villaroch e outras 9 detentas do bloco 3 que não são conhecidas por mim. A Anabel fodas, mas minha Sole e Cachinhos iam... O Sandoval informa que elas iriam no próximo mês, então eu e Cachinhos ficamos grudadas por vários dias, até voltamos a dormir na mesma cama apertada. Mas dessa vez, sem um buraco no meio. Nós chorávamos pois sabíamos que não nos veríamos tão cedo, mas pelo menos lá seria menos pior para ela.  

Acho que a única coisa boa que aconteceu comigo nesses 10 meses foi que eu completei 19 anos, e nem sei se isso é tão bom assim. Mas as meninas, Sole, Terê, Maca, Cachinhos, Goya, Luna, Antônia e Saray prepararam uma surpresa para mim. A Antônia fez um bolo, elas cantaram parabéns, e a gente se maquiou. O ruim é que a gente foi parar solitária por usar maquiagem, mas foi um dia divertido. Sim, está tudo mais rígido, tudo é motivo de solitária por um tempo absurdo. A gente conversou entre a ventilação de uma solitária e outra, então não ficamos tão sozinhas. Minha irmã veio me visitar também.

Faltando uma semana e alguns dias para a transferência das detentas, eu decido conversar com Estefânia sobre o nosso relacionamento a partir do dia em que ela partir.

- Cachinhos, eu queria conversar com você. - Entro na cela que estava vazia, onde apenas Cachinhos se fazia presente.

Cachinhos: - Quando alguém do casal diz isso não é coisa boa...

- Eu acho que é melhor a gente terminar.

Cachinhos: - O que? É só porque eu vou ser transferida?

- A gente meio que nunca mais vai se ver meu amor... Só se eu for transferida ou vise - versa.

Cachinhos: - A gente pode mandar cartas e ligar uma para outra gata.

- Os telefonemas estão quase proibidos meu amor e isso não dá certo. Um relacionamento precisa de mais contato, sabe?

Cachinhos: - Não, eu não sei. Você tem outra? Outro?

- Não é isso, você precisa me entender!

Cachinhos: - É, talvez seja melhor a gente terminar. Porque se você me amasse mesmo, lutaria por nós, como eu faço desde o dia em que eu te conheci. E eu juro pela mina vida, que você vai me querer mais que qualquer coisa. Porque nossos destinos se alinharam quando eu roubei aquele carro e você matou aquele cara. - ela sai da cela estressada, me deixando sozinha no ambiente. 

Amar - ellos💛Onde histórias criam vida. Descubra agora