CAPÍTULO 21 - Lar, doce lar

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MACARENA POV

Estávamos todas nós no pátio, quando um helicóptero para na porta da Cruz Del Norte. Três mulheres saem do helicóptero, todas as outras detentas olham. Palácios, Hierro e Millán aparecem na porta para aguarda - las. Eram Zulema, Saray e S/n. Elas entram pela porta de trás que dava acesso ao pátio.

Zulema: - Palácios! Não vai dar um abraço nas suas filhas pródigas? - ela diz com cinismo.

Palácios: - Entrem agora, por favor!

FLASHBACK ON
S/N POV

Zulema alugou uma casa não muito longe da estrada em que estávamos, não sei com que dinheiro. Mas estamos falando de Zulema Zahir, ela tem contatos e sempre dá seu jeito.

Era de tarde, nós estávamos curtindo um pouco a nossa liberdade. Desde que Zulema atirou em Frutos, eu sabia que aquilo não ia muito longe ou estava com medo da fuga não ir longe demais...

Estávamos em uma festa. Bebendo, curtindo, dançando. Eu e Saray, especificamente, dançamos e fomos atrevidas, digamos assim, em público. Já que o álcool estava agindo demais em nossos corpos. Mas Zulema está sempre em alerta. Ela bebe um pouco, meio copo, e conversa um pouco com o bartender. Eles flertam discretamente, mas como eu já havia dito, eu sinto muita curiosidade na árabe e a observava ás vezes. Ela e o bartender entram para dentro de uma salinha, um tipo de depósito com estoques.

Saray: - Cadê a Zule?

- Ela e o bartender entraram ali - eu aponto.

Saray: - HAHAHAH espertinha...

Então os dois saem, e Zulema chega em nossa direção ligeiramente.

Saray: - O que que você tava fazendo heim Zule?KKAAKAK - cigana solta gargalhadas altas, provocando a amiga.

Zulema: - Vamos agora, eu estou com um mal pressentimento. - ela diz em tom autoritário e um pouco preocupada. - Chega de farra, vamos para a casa.

A Zulema fica o caminho todo séria, e eu e a cigana ainda estávamos fazendo piadas e rindo. Eu confesso, ainda estávamos alteradas, embriagadas. Começo a ficar preocupada, Zulema está armada até os dentes, desfarçadamente, mas sim. Ela pede para eu abrir a porta, pego as chaves e vou abrir como ela havia mandado. Saray olha de um jeito estranho, como se estivesse analisando algo.

Saray: - Não abre S/n!

Zulema: - Abre a porra da porta.

Zulema fica atrás de mim, quando abro a porta vejo um monte de policiais armados até os dentes também, já em suas posições. Eu fico impressionada como Zulema é inteligente.

Zulema: - Porra.

Viro para trás e Saray já estava sendo algemada, avisto Castillo trás da gente. De onde surgiu esse homem? Do mesmo jeito que Zulema sabia todos os passos dele, ele sabia todos os passos dela.

Castillo: - Então você não sabia de nada né S/n? Puta que pariu viu...

FLASHBACK OFF

Chegamos de volta para a Cruz Del Norte, não teve jeito. Zulema até tentou fazer um acordo com Castillo, mas não deu. Passamos pelo Pátio e vamos direto para a revista. Tenho um deja - vú daquela sala, com Millán com aquelas luvas nitrílicas. Mas dessa vez era diferente, eu estava passando por isso pela segunda vez, e Millán estava bem mais rude por sermos fugitivas e não novatas.

Millán: - Coloque os pés na linha amarela, abre as pernas e mãos na parede.

Saray: - Seria interessante eles deixarem a gente revistar uma a outra ... - ela cochicha enquanto Millán revista Zulema.

S/n: - Para de safadeza cigana, agora não é hora. - Dou um leve sorriso de canto.

Saray: - Eles me revistaram antes de pegar o helicóptero, depois... Minha buceta tá parecendo um ónibus público. Todo mundo soca.

Millán: - Cala a boca, Vargas.

Depois que Millán nos revista, ela nos dá aquele mesmo kit de higiene, roupas etc. Mas dessa vez, nosso uniforme era o preto, de segurança máxima. Nunca tinha vestido o uniforme preto, o máximo que eu já fiz nesse lugar foi ir para a solitária no dia do meu aniversário uma vez.

Hierro nos acompanha direto á nossa cela. Quando chegamos no bloco 3, as detentas começam a gritar no corredores, vaiar e jogar objetos na gente. Um milagre e até um pouco estranho nós não irmos direto para a solitária. Talvez algo pior estava por vir.

Antônia: - Bem vindas de volta garotas! - ela e as meninas chegam em nossa cela.

Goya: - Como descobriram vocês?

Zulema: - Quer uma dica? Fuja sozinha.

Saray: - Ai Zule, relaxa... Pelo menos você deu uma trepada.

Zulema: - É, e a próxima será só daqui á 20 anos e olhe lá!

Se fosse em qualquer outro dia, eu soltaria uma piada sobre Zulema e Maca, pois eu shippo elas. Mas naquele momento em específico, eu estava em outra dimensão junto com meus pensamentos e preocupações.

Anoitece e todas vão para suas camas. Saray passa para a minha cama e começa com suas carícias e beijos quentes, já que Zulema e Macarena já estavam dormindo. Era um bom momento, já que na Cruz Del Norte nunca temos um tempo a sós para nossas intimidades. Mas eu pedi para ela parar, estava chateada e preocupada pelas consequências da fuga.

- Meu amor, você já pensou que a nossa pena vai aumentar consideravelmente? Quando eu sair daqui eu vou ter mais de 30 anos. Como vou iniciar minha vida com 30 anos?

Saray: - Calma meu bem, até lá muita coisa vai acontecer. Mas eu não deveria ter te colocado nessa...

- Não Saray, eu que quis ir até você.

De manhã,conto a Zule e cigana a notícia do falecimento de Soledad, visto que as duas estavam fora da Cruz Del Norte nesse meio tempo. Obviamente Saray fica chateada e Zulema não demonstra sentimentos sobre o ocorrido. Ela até diz que foi um livramento para Sole, melhor do que passar a vida aqui e que ela pode descansar em paz. O que acaba confortando Vargas um pouco.

Amar - ellos💛Onde histórias criam vida. Descubra agora