𝟏 𝑨𝑵𝑶 𝑫𝑬𝑷𝑶𝑰𝑺
Mais um ano se passa aqui na Cruz Del Norte. Agora, faltam alguns meses para eu sair daqui, ser uma mulher livre! Especificamente, apenas 8 meses. Para quem já passou quase 3 anos nesse lugar, 8 meses não é nada. Como a minha pena já estava sendo contada desde a fuga, sempre tenho a impressão de que vou ficar menos tempo, menos que 2 anos.
Saray: - Meu amor, o que vamos fazer? - ela olha para mim com a cabeça em meu colo. Afagando seus fios de cabelo, olho para a mesma que estava em silêncio pensativa fazia um tempo.
- Sobre o que meu bem?
Saray: - Sobre a gente. Faltam 8 meses para você sair desse muquinho e para mim, faltam 8 anos.
- Ah Saray, só de pensar nisso meu coração aperta.
Saray: - Você vem me visitar né? - seus olhos enchem de água. Ela levanta a cabeça de meu colo, segura minhas mãos e acaricia com os polegares. Seu olhar se encontra ao meu. - Por favor meu amor, diz que não vai me abandonar! Que vou conseguir ver seu sorriso, seu jeito meigo, seu aroma.
- Todos os dias meu bem! Mas por favor, me ajude também. Nada de fugas, brigas, seja boazinha. Coopere com a polícia sempre que possível, isso diminui a pena.
Saray: - Eu já te disse, por você eu viro Santa, eu vou na porra do fim do mundo. Não vou deixar de pensar em você nem um minuto. - suas mãos encontram meu rosto e uma lágrima em mim se faz presente.
Antônia: - Vocês estão tão boiolas! - ela diz, quebrando completamente o clima e nos fazendo rir.
Luna: - Para Antônia, é tão romântico... - seu sorriso meigo se faz presente.
Antônia: - Elas estão é precisando de uma visita íntima DAQUELAS!HAHAAHA - ela me dá um leve empurrão amigável.
Saray: - Eu concordo Antônia.
Hierro entra na cela e o silêncio domina o local.
Hierro: - número 274, você tem visita.
- Quem é? Se for um casal, pode mandar eles tomarem no cú.
Hierro: - É uma mulher, vamos.
Bom, se era uma mulher provavelmente era minha irmã. Nesse um ano, eu desabafei com Cristine sobre as palavras de Vicente e Isabel. Ela se sentiu enojada a respeito da última visita deles, por mais que ela concorde parcialmente com eles.
As portas com grades que dão acesso á visita se abrem. Vou aproximando da mesa e deparo com Isabel, minha mãe. Olho para ela, seu sorriso se abre mas me viro e vou me direcionando para longe da visita.
Isabel: - Filha, espera! Eu não quero brigar. - dou meia volta e volto para a mesa.
- Me chame de S/n por favor.
Isabel: - Filha, primeiramente, não comente com seu pai que estive aqui. Eu odiei o jeito que seu pai te tratou e eu sinto muito. Eu evolui como mãe, como mulher, como um ser humano. Eu preciso do seu perdão.
- Tudo bem Isabel, a opinião de vocês não vai mudar o que sinto por Saray.
Isabel: - Eu nunca quis mais um homem dentro de casa mesmo... - ela pisca para mim e abre um sorriso de canto. Eu automaticamente sorrio de volta. - depois quero conhecer essa moça!
- Kssksks - rio baixo sem graça. Quando Saray aparece por trás e me rouba um beijo. Ela arrasta uma cadeira e se senta ao meu lado.
Saray: - Eai... Quem é essa que eu ainda não conheço?
- É a Isabel, minha mãe. E mãe, essa é a Saray, minha namorada. - digo baixo e um pouco receosa.
Isabel: - Prazer minha querida - Saray estende a mão e minha mãe faz o mesmo. Um sorriso tímido se faz presente no rosto de Isabel.
- Saray, agora você tem que ir, por favor. - precisava acabar de conversar com minha mãe, e Saray presente me deixava nervosa. Tinha medo de Isabel dizer algo que machucasse Saray, fosse ruim para nós ou que minha mãe começasse a ser inconveniente.
Saray: - Tá bom, tá bom... - ela se levanta. Logo Millán começa a chamar sua atenção por conseguir entrar na visita sem que os carcereiros percebessem.
Isabel: - Ela é bonita filha! O cabelo enorme, olhos marcados, altona!... Combina com você S/n. E ela parece bem gente boa, só espero que não tenha cometido crimes muito graves.
Quando minha mãe diz essa frase, eu me sinto aliviada. Não queria que ela dissesse algo ruim da cigana, mas a mesma só soltou elogios.
- Obrigada Isabel. Ela não cometeu assassinato, não se preocupe. Só assalto a mão armada, assalto com violência, fuga, brigas e essas coisas... - consigo ver sua expressão bem forçada de orgulho e compreensão. Mas já fico satisfeita com Isabel gostando de Vargas.
Isabel: - Filha, a visita já está acabando. Mas eu queria dizer que eu sinto muito mesmo, não sinta mágoas de mim por favor. Se essa mulher te faz feliz, é o que importa para mim. Mas se seu pai souber que vim aqui te ver, ele me coloca para fora de casa e divorcia de mim pois estou desobedecendo suas ordens. Logo logo iremos nos encontrar lá fora!
Minha mãe sempre teve medo do meu pai, desde quando eu era pequena, isso é tão triste. Na minha opinião seria um livramento para ela se Vicente divorciar dela.
O casamento deles foi arranjado, eles pretendiam passar essa tradição a diante, mas isso não vai rolar comigo. Talvez esse seja o motivo da minha mãe se arrepender e aceitar meu relacionamento. Visto que com o casamento que os pais dela impuseram, ela não foi feliz.
Não posso dizer que não tenho mais mágoas e rancor, porque porra, ela demorou um ano para me pedir perdão no que concerne a sua última visita. E aquele dia em questão, eu levei para o coração, nunca irei me esquecer.
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Amar - ellos💛
FanfictionCondenada á 12 anos de prisão por homicídio, s/n foi parar na Cruz Del Norte. Ela, que não esperava encontrar um amor na prisão, acabou encontrando dois. * A imaginação é com vocês, s/n pode ter a aparência que quiserem que ela tenha. * Os personage...