Capítulo 6

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O silêncio predominara o ambiente por alguns minutos, os mesmo onde Rafaella se permitiu admirar a beleza angelical de Gizelly. O silêncio fora interrompido pela voz rouca da garota de olhos castanhos.

– Você acha que a mamãe vai demorar? – Gizelly perguntou, bocejando novamente, Rafa já havia perdido as contas quantas vezes vira Gizelly bocejar somente nos últimos dez minutos.

– Ela já deve estar chegando. Por que não descansa um pouquinho? Teve um dia exaustivo e ainda tem algumas boas horas para ele acabar. – Rafaella disse serenamente.

– Porque a mamãe me põe para dormir e se deita comigo. – Gizelly explicou. – Ela me conta histórias igual o papai fazia.

– Ela já deve estar vindo. – Rafaella disse, levando sua mão até os cabelos de Gizelly e acariciando.

– Você pode me pôr para dormir igual a mamãe faz? – Pediu com a voz fraca, seus olhos quase se fechando já tamanho era seu sono.

– Claro. – Rafaella disse. – Eu só, bem, não sei como ela faz isso. – Confessou um pouco embaraçada.

– Deita aqui comigo. – Gizelly instruiu e Rafaella a olhou receosa, mas os olhinhos vermelhos pelo sono a fizeram acatar seu pedido.

Rafaella subiu gentilmente na cama e se deitou ao lado de Gizelly vendo a garota se mover e se deitar sobre seu peito.

– Hoje eu vi um montão de gente, Rafinha – Gizelly disse, tendo os seus olhos já fechados.

– Por isso está tão cansada, imagino. – Gizelly moveu a cabeça em positivo.

– Pode me contar uma história? – Ela pediu baixinho e Rafaella levou uma mão ao cabelo dela, acariciando seu couro cabeludo lentamente e sorriu diante do pedido.

– Era uma vez uma linda princesa...

Quando Madalena retornou ao quarto seu sorriso se abriu de uma forma terna, pois se deparou com Gizelly dormindo sobre Rafaella. Ela deduziu que Gizelly lhe pedira que contasse uma história. Oh, como ela amava histórias!

O mais bonito de tudo era que Rafaella também dormia pacificamente, tendo um braço sobre as costas de Gizelly, como se a protegesse dos males do mundo.

A mulher sentiu-se apenada por ter que acordar Rafaella deduziu que a menina havia dormido pouco, única e inteiramente por ter passado a noite no hospital com ela e Gizelly.

– Querida... -- A mulher chamou, balançando seu corpo delicadamente. Rafaella deu um salto, acordando assustada: Olhos arregalados e coração disparado.

– Oh, céus. Eu sinto muito. – Rafaella se aprontou em dizer. -- Ela queria que eu...

– Contasse uma história. - Madalena completou sorrindo. – Eu sei, não se preocupe. Obrigada por isso. – Disse tranquilizando Rafaella. – Só te acordei porque suponho que queira comer algo e que precise voltar para a suas aulas práticas. – Os olhos de Rafaella se esbugalharam e ela verificou seu relógio de pulso, se desvencilhando cuidadosamente de Gizelly e descendo da cama.

– Obrigada por ter me acordado. Preciso realmente ir. – Rafaella disse, bocejando. Ainda se sentia muito cansada, mas o que poderia fazer?

– Obrigada você por ter cuidado dela para mim. Ela odeia ficar sozinha.

– Imagino. Ela disse que hoje viu várias pessoas. – Rafaella comentou, vendo Madalena assentir.

– Sim. O psiquiatra, a psicóloga, a imprensa, vários médicos diferentes. Por isso eu adiei de ver o fisioterapeuta, que no caso agora é você. – Madalena disse com um sorriso fraternal.

– Imagino que todos estão querendo vê-la.

– Ela não liga, mas quando a imprensa perguntou se ela se sentia preparada para voltar para a vida, incluindo a vida amorosa, bem, ela começou a chorar.

– Perguntaram isso? - Rafaella se sobressaltou. Como se atreveram? Eles não sabem que ela...

– Oh, querida, eles sabem, mas esses ratos fazem de tudo por audiência. Eu proibi a entrada deles aqui após isso. – Rafa assentiu, já mais calma.

– Eu saio em quatro horas. – Rafaella informou um pouco constrangida pelo que se atreveria a dizer. – Quero que a senhora vá para a casa hoje, coma bem, tome um relaxante banho e descanse. Ficarei com ela.

– De maneira alguma. – Madalena disse séria. - Sei o quanto está cansada, querida.

– Mas pelo menos eu dormi algo. Amanhã começamos a fisioterapia, ela precisará de todo o seu apoio, se dormir estará cem por cento... Rafaella disse.

– Mas você é a fisioterapeuta, também precisará estar cem por cento. – Madalena rebateu.

– E estarei. Dormirei madrugada aqui enquanto ela também dorme. – Rafaella explicou. – E caso eu não esteja cem por cento, de qualquer forma, eu não estarei sozinha, terei o acompanhamento do senhor Gripp. – Madalena suspirou e olhou para a filha.

– Tem certeza? – Indagou. – Digo, você já fez demais por ela e...

– Tenho. – Se antecedeu em dizer, vendo Madalena lhe fitar.

– Qualquer coisa, por menor que seja, você me liga. - Ela disse, vendo um sorriso se abrir no rosto de Rafaella.

– Vou precisar do número do seu telefone. – Três batidas na porta, que já estava aberta, fizeram as duas olharem na direção do som.

– Senhora Bicalho? – A voz de Talles perguntou apenas por perguntar, afinal sabia quem era a mulher.

– Pois não?

– Eu gostaria de falar com a senhora sobre a fisioterapia. Madalena franziu o cenho.

– Já conversei com Mário e com Rafaella. Tudo já está acertado.

– Senhora, eu sei que você adora Rafaella – Ele começou, se aproximando, falando como se a garota não estivesse ali. – Mas comigo teremos um avanço mais rápido e eficiente. – Madalena assentiu e sorriu.

– Oh, fico muito feliz em saber que auxiliará Rafaella então. – Ela disse, o homem entortar a boca em desaprovação.

– Eu quis dizer que sugiro que eu seja o fisioterapeuta principal. – Ele foi direto, fazendo Rafaella suspirar e colocar suas mãos no jaleco.

– Bem, acredito que eu não pago uma parcela astronômica por mês para este hospital para o senhor me sugerir algo, quando claramente o chefe do hospital já me certificou de que Rafaella é capaz.

– Ela é, porém...

– Ela ser capaz já é o suficiente para mim. Obrigada. – Ela disse séria. – Nos vemos amanhã e, como eu disse, que bom que estará lá para auxiliar Rafaella.

– Madalena, nos vemos mais tarde. – Rafaella disse um tanto constrangida por Talles vendo a mulher assentir. Os olhos verdes se direcionaram para Gizelly e ela sorriu ao ver a expressão serena em seu rosto. Caminhou até a garota e se inclinou, deixando um beijo em sua testa, fazendo Madalena sorrir.

Definitivamente Rafaella cuidaria bem de sua filha na fisioterapia, mas algo em seu interior dizia que aquele cuidado ultrapassava a barreira do profissionalismo e Madalena, absolutamente, gostava daquilo.

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Olá, Safári!! 

Vamos de maratona! :)

Em um piscar de Olhos (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora