– Eu já te disse que ela só te acompanhou por controle. – Sandy disse, caminhando até seu sofá e se sentando. – Mulher tem disso: Te dá asas só para ver até onde você pode voar, mas se ela ver que você voou demais ela corta suas penas.
– Não. A Rafa não! – Gizelly repetiu pela terceira vez, sentindo seus olhos começarem a piscar mais rápido do que o normal, algo que não acontecia por raiva havia muito tempo.
– Vejo que se estressou. – Sandy disse surpresa, colocando uma almofada em suas pernas. – Como vai a recuperação, falando nisso? – Ela perguntou, se inclinando para pegar e acender o beck que deixara sobre a mesa de centro de sua casa.
– Bem. – Gizelly disse, a olhando receosa. – Onde estão os livros? – Perguntou olhando em volta.
– Primeiro experimente isso. – Sandy disse, puxando a fumaça antes de soltá-la no ar e esticar a mão para Gizelly. – Vai acalmar você como nada.
– Não, obrigada. – Gizelly disse e Sandy riu.
– Rafaella não deixaria, não é? – Gizelly apenas a olhou seriamente sem dizer nada. – Vamos, prove! Você vai gostar e isso ainda dá um tesão imenso. Você vai querer correr para sua namorada após isso e ela vai amar o resultado, confie em mim.
Gizelly olhou para a mão de Sandy confusa. Deveria?
[...]
– Rafa você não vai acreditar... – Arthur disse animado assim que viu Rafaella chegar em casa. – Arrumei um serviço na minha área que vai pagar o dobro do que eu deveria ganhar. – Rafaella o olhou e sorriu, vendo o garoto correr e abraçá-la.
– Parabéns, cabeça de vento. Estou orgulhosa. – Rafaella disse e Arthur se separou do abraço, a olhando confuso.
– O que houve? – Ele perguntou franzindo o cenho.
– Nada. – O olhar dele a fez suspirar. – Só pensei que passaria o dia com a Gizelly. – Rafaella confessou. – Passei a manhã inteira em uma livraria. Comprei a saga de livros preferida dela e ia fazer uma surpresa, mas ela tinha compromisso. – Arthur suspirou e Rafaella sorriu fraco. – Sou uma mimada, eu sei.
– Talvez um pouquinho. – Ele disse rindo.
– A garota ainda é apelidada por Gizelly de Sandy. – Rafaella disse fazendo uma careta. – Já viu falar daquela cantora Sandy e Junior? – Rafaella disse. – Tá um turu turu aqui dentro e eu nem sei o que sentir. Seria cômico se não fosse trágico – Rafaella soltou um gritinho agudo quando sentiu seu corpo ser levantado por Arthur e ser jogado em suas costas.
– Adoro ser forte. – Ele disse rindo.
– Me solta! – Rafaella gritou rindo e ele negou. – Não. Vamos até a cozinha conversar lá.
– Te odeio! – Rafaella disse, dando alguns tapas nas costas dele.
– Não tem tamanho para odiar ninguém. – Ele zombou.
– Falou o "pinto pequeno". – Rafaella debochou e Arthur caiu na risada.
– Olha aqui, piveta... mais respeito com ele. Ele tem sentimentos. – Arthur disse, colocando Rafaella sobre a bancada e passando os braços ao redor da cintura dela. – Agora me escute...
– Não! – Rafaella disse tapando os ouvidos. O olhar sério dele a fez deixar seus ombros caírem e finalmente o ouvir.
– Ela te ama. Não fez por mal. – Arthur disse e Rafaella assentiu.
– Eu sei. – Rafaella disse sorrindo fraco.
– Estou orgulhoso de você, sabia? Namorando, formada, sensata, três dias sem levar um tombo. – Rafaella riu e negou com a cabeça.
– Dois. – Ela disse e ele a fitou. – Escorregão no banheiro. – Ele riu e assentiu.
– Você sabe que posso ser idiota 98 por cento das vezes, mas eu nunca vou me esquecer o que fez por mim. – Ele disse. – Você me colocou aqui dentro sem nem me conhecer direito e ainda não me cobrava o aluguel, tirando do seu bolso, porque sabia que as coisas estavam difíceis para mim.
– Valeu a pena. Olha só esse emprego que conseguiu. – Rafaella disse e Arthur riu. – Quando você ficar rico pode me devolver com juros.
– Sei que está brincando para se distrair de sua tristeza. – Ele disse.
– Bebe uma cerveja comigo? – Rafaella pediu.
– Não. Não vou te deixar beber assim, te conheço o suficiente para saber que vai chorar se beber. – Arthur disse e Rafaella suspirou. – Tenho algo melhor para te distrair.
– O quê? – Arthur sorriu diabolicamente e Rafaella riu, sabendo do que se tratava.
[...]
– Filha da mãe! – Arthur disse quando Rafaella ganhou dele no vídeo-game.
– Obrigada senhoras e senhores. – Rafaella zombou.
– Hey, ficou sabendo que o Caon está ficando com a Bruna desde a semana passada? – Rafaella o olhou surpresa e ele riu.
– Você está bem com isso? – Ela perguntou.
– Sim. Na verdade, eu sempre achei que fosse você que ficaria com ela. – Arthur disse. – Sabe, pelo que ela sente e tal...
– Não. Ela é realmente muito bonita e tem um bom coração, mas eu não a vejo com esses olhos. Nunca vi.
– Ainda mais agora com a Bicalho na área. – Ele disse e um sorriso terno e genuíno nasceu nos lábios de Rafaella.
– Eu a amo. – Rafaella confessou, corando ao ver a cara que Arthur havia feito.
– Me diz uma novidade. – Ele disse rindo.
– Estou procurando um apartamento. – O garoto arregalou os olhos e a fitou incrédulo.
– Como?
– Você pediu para eu te dizer uma novidade. – Rafaella disse rindo.
– Vai nos abandonar? – Ele perguntou e Rafaella negou com a cabeça.
– Não, seu bobo. Vocês são doidos, porém são minha família. – Rafaella disse. – Eu só preciso da minha privacidade, sabe?
– Tchuneves mais Kennedy? – Arthur perguntou e Rafaella deu um tapa em seu braço rindo.
– Outro nome?
– Eu e o Caon aumentamos. Eu falo: Tchuneves e ele fala: Mais Kennedy, aí eu falo: I loves two you e ele fala: Forever's tonight.
– Sabe que essas palavras não tem nexo, não é? – Rafaella perguntou rindo e Arthur assentiu.
– Enfim, vou sentir sua falta.
– Awnn, ele sabe ser fofo. – Rafaella disse rindo, sendo interrompida pelo barulho da campainha. – Está esperando alguém? – Ela perguntou.
– Não. Deve ser o Caon que esqueceu a chave de novo. – Arthur disse e Rafaella assentiu, se levantando e indo até a porta na ponta dos pés, afinal o chão estava frio.
– Gizelly? – Rafaella perguntou ao ver a garota parada do lado de fora, com um sorriso fraco nos lábios.
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Será que alguém se arrependeu de ter deixado de fazer tchuneves com a Rafa pra ver se a lenda dessa paixão faz sorrir ou chorar 👀
Até a próxima! ❤️🦒
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Em um piscar de Olhos (Girafa)
FanfictionGizelly Bicalho tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o ca...