Capítulo 28

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– Pizza chegou. – Rafaella disse animada assim que pagou o entregador e deixou o troco como gorjeta. Ela voltou correndo para o sofá e se enfiou debaixo das cobertas com Gizelly, enquanto todos gritaram empolgados.

Estavam reunidos na sala para beberem, menos Gizelly e Rafa, que não beberia tendo Gizelly ali com ela. Bruna e Daniel Caon, além de beberem, haviam saído para fora da casa mais cedo e fumaram um baseado, quando voltaram foi visível o uso da droga, pois estavam rindo à toa. Arthur estava com sua cerveja junto de Bianca e Mari, já Rafaella e Gizelly tinham seus refrigerantes.

– Sempre que eu bebo assim dá vontade de dar uma gozada. – Arthur falou, recebendo uma almofada em sua cara vinda de Rafaella.

– Já mandei controlar essa tua boca imunda. Gizelly está aqui. – Rafa impôs, verdadeiramente irritada com o garoto.

– Desculpe, eu esqueço que ela ainda não sabe o que é um tchuneves. Na hora que fizer vai adorar.

– Rafinha, o que é...

– Já conversamos sobre isso, Gi. – Rafa disse gentilmente e Gizelly assentiu. – Tudo que sair da boca do Arthur não tem utilidade pública, então não se incomode em perguntar.

– Mas eu ia perguntar sobre gozada e não sobre tchuneves. – Até Bia riu diante do constrangimento aparente de Rafaella.

– Gizelly, lembra da história do xixi com a massagem da Rafa? – Bianca perguntou, afinal Rafa havia lhe contado.

– Bianca, não! – Rafaella exigiu.

– Ela precisa saber, Rafaella – Mari disse, vendo o terror dominar o rosto da garota.

– Outra hora ela saberá. Não aqui. A mãe dela vai achar que eu...

– Lembro. – Gizelly a cortou.

– Então, se ela te massageasse mais você teria gozado e não urinado.

– Bianca Andrade! – Rafaella gritou.

– Oh. Então isso de gozar é o mesmo que um orgasmo? – Gizelly perguntou e Rafaella abriu a boca pasma.

– Vo-você sabe o que é um orgasmo? – Sussurrou a última palavra.

– Sim, a Manu me explicou. – Disse naturalmente, enquanto Rafaella piscava demoradamente, tratando de assimilar a situação.

– Huh, eu não esperava por isso. – Rafa disse e Bianca caiu na risada.

– Eu só não entendo por que você fica tão constrangida de falar disso comigo. – Gizelly disse se virando para Rafa. – Não é normal isso nos seres humanos? Igual fazer cocô?

– Eu gosto dessa mina. – Caon disse rindo.

– Rafaella é bastante tímida. – Bruna disse, se sentando ao lado de Rafa no sofá e colocando uma mão sobre a coxa da menina. Os olhos castanhos acompanharam o movimento.

– Você também é amiga da Rafa? – Perguntou, notando que não havia sido apresentada a ela ainda.

– Uma colega. – A garota disse. – Ela não aceita namorar comigo, então ficamos nisso. – Disse rindo, sem saber algo sobre o envolvimento das duas morenas que também ocupavam o sofá.

– Namorar? – Gizelly perguntou. – De beijar na boca? – Perguntou e olhou para Arthur, lembrando da conversa que teve com o rapaz.

– Sim e de ter orgasmos e Rafaella precisa de um, aposto que um dia ela vai ceder. – Rafa retirou a mão da garota da perna dela e a olhou furiosamente.

– Será que ninguém aqui respeita o fato de Gizelly não precisar ouvir esse assunto tão abertamente? – Rafaella se exaltou.

– Ela precisa aprender, Rafaella. – Bruna disse.

– Sim, claro que precisa, mas ela pode aprender tudo isso a base de expressões respeitosas e não da forma como insinuam isso tudo. – Apontou os fatos.

– Você gosta da Rafinha como namorada? – Gizelly sequer havia reparado no pequeno surto de Rafaella, sua cabeça ainda trabalhava naquele preciso tema.

– Sim. – Bruna disse rindo. – E sei que no fundinho ela deve gostar de mim também.

– Oh! – Gizelly disse, sentindo seu estômago se revolver de um jeito estranho. A tristeza, de repente, invadiu seu corpo, fazendo-a se calar e murchar no sofá.

– Não ligue para ela. – Rafa sussurrou no seu ouvido quando percebeu que, após duas longas cervejas de Arthur, Gizelly não havia proferido uma única palavra.

– Você gosta dela como namorada? – Gizelly sussurrou no ouvido de Rafaella, vendo a maior se virar para ela e passar um braço por sua cintura, plantando um beijo suave em seu pescoço, somente isso foi necessário para desarmar Gizelly por completo.

– Não. – Rafa sussurrou, dando outro beijo delicado no lóbulo de sua orelha. Ela teria mordiscado, mas se lembrou que não deveria ir tão rápido; que não deveria provocar. – Como namorada eu gosto só de você. – Aquilo não deveria ter arrepiado todos os pelos do corpo de Gizelly, mas, por alguma razão desconhecida por ela, arrepiou.

– Você gosta de mim como namorada? – Gizelly perguntou baixinho, sentindo seu estômago se revolver e seu coração flutuar.

– U-hum. – Rafaella disse em meio a um sorriso.

– Rafa? – Gizelly chamou, mordendo seu lábio inferior.

– Hm?

– Eu vou te beijar aqui Eu posso mesmo? – Gizelly perguntou temerosa, mas suspirou aliviada quando foi Rafaella quem se inclinou e colou seus lábios em um beijo terno, sem se importar com a presença de ninguém. Ela sabia que Gizelly estava um pouco insegura em relação a elas, então deixaria claro que, sim, ela poderia beijar Rafa quando quisesse.

– Eu só não vou poder te beijar no meu trabalho, Gi. Fora lá, posso te beijar onde quiser. – Rafa disse assim que separaram as bocas.

Todos mantinham sorrisinhos no rosto, exceto Bruna, mas ela era um caso a parte.

– Rafinha, se eu gosto de você como namorada e você gosta de mim como namorada, então a gente é namorada? – Rafaella mordeu seu lábio inferior duvidosa.

– Eu prefiro conversar com a sua mãe prim...

– Rafaella, eu que beijo a sua boca, não é a mamãe. – Gizelly disse cruzando os braços emburrada e Rafaella riu.

– Quer tanto namorar comigo assim? Rafa brincou e Gizelly franziu o cenho.

– Pra ser sincera eu não sei bem a diferença. – Confessou baixinho e Rafaella sorriu.

– Quando duas pessoas namoram, elas não beijam a boca de outras pessoas. Elas assumem um compromisso, um de que querem estar juntas. Há pessoas que quebram esse compromisso e beijam outras pessoas.

– É como se fosse uma promessa de dedinho? – Gizelly questionou e Rafaella sorriu assentindo.

– Sim, tão valiosa quanto.

– Então você quer ser a minha mais fiel promessa de dedinho? – Gizelly perguntou e Rafa abriu a boca surpresa.

– Bem... – O dedo mindinho de Gizelly se esticou em sua frente e Rafaella o olhou. – É claro que sim. – Rafa disse entrelaçando seus dedos.

– Mas essa promessa de dedinho vem acompanhada de um beijinho, está bem? – Rafaella riu graciosamente, assentindo e se inclinando.

– Está mais do que bem. – Rafaella concluiu, colando seus lábios nos que tanto amava.

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Esse pedido é tão lindinho, num aguento. 🥹🥰

Agora sim, namoradinhas que namoram. 

Até a próxima! ❤️🦒   

Em um piscar de Olhos (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora