Cansaço era o que resumia Rafaella naquele momento. Sua maior vontade era ter corrido para a casa de Gizelly e acertado as coisas, contudo, cansada do jeito que estava não resolveria nada. Ela havia trabalho duas horas mais, tentando se esquecer de seus próprios problemas enquanto ajudava seu paciente. Sem contar que perdeu um bom tempo lendo os papéis que assinou para sua contratação.
Enquanto jogava sua chave na mesinha de canto na sala, se surpreendeu ao ver Bianca abraçada com Mari, assistindo um filme.
– Sem sexo? – Rafaella indagou surpresa. – Esse dia está mesmo estranho. – Rafaella disse, fazendo Bia rir.
– Acho bom não descer para beber água durante a madrugada, pois nos verá até de cabeça para baixo. – Bianca disse, fazendo Mari enterrar o rosto no travesseiro, tamanha era sua vergonha.
– Não se preocupe com isso, pois pretendo desmaiar hoje. – Rafaella disse, subindo as escadas e indo direto para seu quarto.
Ela tomou um susto assim que viu, sobre sua cama, o corpo de Gizelly. A menina estava abraçada em seu travesseiro e lhe olhou tristemente.
– Desculpe ter gritado? – Gizelly pediu, fazendo Rafaella amolecer na hora e se aproximar da cama, se ajoelhando no chão para ficar cara a cara com sua namorada.
– Eu que devo me desculpar. – Rafaella disse baixinho. – Você vai dormir aqui hoje?
– Se você deixar... – Gizelly disse receosa e Rafaella sorriu.
– Não seja boba, você pode dormir comigo sempre que quiser. – Disse. -- Posso ir tomar um banho para conversarmos? – Gizelly assentiu, sentindo os lábios de Rafaella tocarem a pele de seu rosto antes de ir para o banheiro.
Assim que Rafaella saiu do banheiro ela viu que Gizelly havia se trocado; ela usava sua camisa branca larga que cobria suas coxas e, como estava deitada, Rafaella podia ver que estava somente de calcinha por baixo. Não pode deixar de sorrir com a fofura da cena, se enfiando em sua calça de moletom e em uma camisa qualquer de dormir antes de engatinhar na cama até sua namorada.
Gizelly se enroscou em seu corpo e se acomodou, virando o rosto para encará-la.
– Eu estraguei seu aniversário, Rafinha. Me desculpe. – Gizelly disse baixinho. – Eu não sei o que deu em mim. – Rafaella riu suavemente e deu um beijo em sua têmpora.
– Isso se chama TPM, amor, e todas temos. – Rafaella disse, mordendo o lábio inferior antes de falar novamente. – Ou talvez seja você em sua fase rebelde. – Brincou antes de suspirar. – Eu realmente fui tão superprotetora assim?
– Sim, mas você não tem culpa. – Gizelly esclareceu.
– Claro que tenho, eu deveria...
– Não, Rafa. – Gizelly a silenciou, levando o dedo indicador até seus lábios. – Você não é adivinha, não poderia adivinhar que isso me incomodava. – Disse encarando as orbes verdes. – Eu jamais te disse.
– Conversou com sua mãe, não foi? – Rafaella perguntou franzindo os olhos e Gizelly riu, assentindo.
– Ela é muito boa em dar conselhos. – Gizelly disse e Rafaella concordou.
– Vamos fazer um trato? – Rafaella sugeriu e Gizelly franziu o cenho. – Você me diz quando algo te incomoda e eu te ensino a dirigir. Que tal? – Os olhos de Gizelly brilharam com aquela proposta.
– Você jura? – Ela perguntou animada e Rafaella riu diante de tanta empolgação.
– Juro. – Disse, sentindo os lábios de Gizelly tocarem os seus docemente.
– Eu te amo, te amo, te amo. Muito, garota. Argh. – Gizelly disse antes de abraçar Rafaella fortemente.
– Eu também te amo muito. -- Respondeu sorrindo.
– Mas o Arthur vai emprestar o carro? – Gizelly perguntou confusa. – Podemos pedir para minha mãe p...
– Não. – Rafaella a cortou. – Amanhã cedo você vai comigo à uma concessionária. – Rafaella informou. – Está na hora de eu comprar meu carro e preciso de sua opinião nisso.
– Minha opinião? – Gizelly perguntou surpresa.
– Claro. Você tem bom gosto, além do que, eu sou péssima em escolher. Me apaixonarei por uns quinze carros e não me decidirei entre nenhum. – Disse rindo baixinho. – Está disposta a me ajudar?
– Sim. – Gizelly replicou animada. – Fiquei triste por ter brigado com você. Eu não gosto disso, Rafinha.
– Eu também fiquei, Amor. – Rafaella disse, acariciando a cintura de sua namorada respeitosamente. – Como veio, à propósito?
– Peguei um táxi.
– Avisou sua mãe? – Gizelly assentiu. – Ótimo, não gosto de deixá-la preocupada.
– Nem eu. – Gizelly disse.
– Sabe que eu tenho uma novidade? – Rafaella disse sorrindo.
– Como eu saberia? – Gizelly brincou e Rafaella riu, semicerrando os olhos.
– Hey, você não era assim. – Rafaella disse e Gizelly deixou um beijo em seu rosto.
– Vamos, me diga. – Gizelly disse ansiosa.
– Bem, Talles conseguiu que eu me formasse antes do prazo, então agora vou receber para ir para o hospital.
– Jura? Ele tem um coração, afinal. – Gizelly disse rindo e Rafaella assentiu.
– Sim, mas não estou interessa em falar dele. Que tal me dar alguns beijinhos para me curar da dor que senti por termos brigado, hm? – Rafaella sugeriu e Gizelly sorriu.
– Também doeu em mim. – Gizelly avisou.
– Então terá que me dar o dobro de beijinhos, assim curará as duas. – Rafaella disse.
– Sinto que você está tirando vantagem de um ser humano inocente igual eu. – Gizelly brincou.
– Nem vem com seus joguinhos mentais, hm? – Rafaella disse sorrindo. – Já entendi que não é tão inocente assim.
– Que calúnia! – Gizelly disse fingindo aborrecimento e iria dizer algo, porém Rafa a calou com um beijo.
– À propósito... – Rafaella sussurrou contra a boca de Gizelly. – Ainda falta alguns minutos para acabar meu aniversário, então você não estragou nada. – Gizelly sorriu ao ouvir aquilo.
– Tenho que te dar vinte e três beijinhos. Um para cada ano. – Gizelly disse e Rafaella assentiu.
– Já pode começar... – Rafaella sugeriu com uma sobrancelha arqueada e Gizelly se inclinou.
– Um... – Disse, após dar um demorado selinho em Rafaella. – Dois... – E parou ali, afinal Rafaella pediu passagem com a língua, transbordando alegria por tudo ter voltado a ficar bem.
– Assim não vou acabar nunca. – Gizelly disse arfando assim que o beijo se encerrou.
– Essa é a intenção. – Rafaella disse rindo.
Gizelly não descumpriu sua promessa, deixando vinte e três beijos em Rafaella, antes de namorarem mais um pouquinho e finalmente caírem no sonho, abraçadas e satisfeitas.
—---------------------
Amo um casal que conversa 🥰
Até a próxima! ❤️🦒
VOCÊ ESTÁ LENDO
Em um piscar de Olhos (Girafa)
FanficGizelly Bicalho tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Tailândia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o ca...