Acordo com o "priin priin" de novo, só que ao desligar o despertador decido tirar uma soneca de 10 minutos. O que acontece, porém, é que esses 10 minutos viram 1 hora, e só percebo isso quando uma garota pequena joga a água de um copo no meu rosto.
— Acorda, Anna! Papai está esperando a gente, e você ainda nem trocou de roupa!! Rápido! — diz Laryssa, jogando em cima da minha cama o meu uniforme.
— Quê? Ele já está no carro? — pergunto, enxugando meu rosto e me levantando. — E por que diabos você jogou água em mim?
— Sim. Estamos atrasados, por sua causa! — diz ela. — E joguei a água para te acordar, ué. Tentei de tudo, mas você não reagiu! Se veste rápido!
Enquanto me visto, reparo que ela vê os meus horários da escola no quadro e joga uns livros na minha mochila, junto com a caneta, lápis e etc. Uma atitude bem legal.
— Já volto. Espero que esteja pronta em 2 minutos! — diz ela saindo do quarto.
Assim que acabo de por meu uniforme e sapatilhas, ela entra no quarto com uma maça.
— Seu café da manhã! — diz ela me entregando a fruta. — Nossa, você é muito lerda! Ainda nem penteou os cabelos! Senta aí na cama.
Apenas faço o que aquela menina de 10 anos manda, e como minha maça enquanto ela penteia os meus cabelos e faz uma trança. Em quatro minutos, estou enfim pronta. Descemos e entramos no carro.
— Estamos atrasados! — diz nosso pai. — Anna, seu despertador não te acordou?
— Não. — minto.
Seguimos em silêncio para a escola, e, quando chegamos, Laryssa e eu não dissemos nada. Apenas fomos direto para nossas salas. Não havia nenhum aluno no pátio.
Bato na porta e entro na minha sala de aula. Olho para a direção de onde fiquei ontem, mas percebo que aquele lugar tá ocupado. Minhas amigas estão ali, e não guardaram um único lugar para mim. Ok.
Só há dois lugares disponíveis na frente da sala. Um do lado esquerdo, na frente do Lucas, e outro no lado direito, no canto da parede. Sigo para o do lado direito. Preciso me concentrar em outras coisas, que não tem nada a ver com ele. Me sento naquela carteira, abro meu livro de geografia e presto atenção na aula.
Após duas horas o sinal toca. Aula de História. O professor se apresenta e pede para a gente fazer uma redação sobre a Segunda Guerra Mundial. Olho de relance para Rita, que ama essas coisas. Ela acena para mim.
Então, começo a escrever meu texto. Mas acontece que, minha caneta falha. Parece que a tinta acabou. Mais que droga essa caneta dos seres humanos! Eu podia ter lembrado de trazer a minha, que a tinta nunca acabava. Risco com raiva o canto do papel, mas não adianta, está sem tinta.
— Quer uma caneta emprestada? — ouço alguém dizer.
Me viro na direção da voz, e vejo um garoto baixo de cabelos pretos, sentado na carteira do meu lado, me olhando.
— Parece que a tinta da sua acabou... eu tenho uma aqui sobrando. Quer emprestada?
— Ahm... sim, eu gostaria muito. — digo, estranhando a gentileza dele. Os Deuses costumam dizer que seres humanos são muito egoístas e interesseiros. E, no entanto, esse garoto que eu nem conheço e minha irmã me ajudaram sem esperar nada em troca. Ou será que ele quer algo em troca? — Hm...vou ter que pagar?
— Claro que não! — Ele diz sorrindo e me entregando a caneta. Será que eu também sou amiga dele?
— Desculpa a pergunta, mas, tipo... a gente costuma conversar?
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A Traição - Livro 1
Teen FictionA Traição é o primeiro livro de uma trilogia, que conta com fatos da vida real, mas também é relacionado a mitologia. SINOPSE: Hannah é uma garota/Deusa que busca o respeito e reconhecimento dos demais Deuses do Olimpo, pois foi condenada a solid...