Capítulo 17

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Saio de casa e começo a andar pelas ruas, indecisa se ligo ou não para o Lucas. Decido ligar.

– Oi, Lucas?

– Oii! – Está ocupado?

– Não, tô aqui a toa, por que?

– Bora fazer algo? Não consigo mais aguentar as pessoas falando sobre a morte da minha irmã.

– Ok. Chego aí em 10 minutos.

E ele desliga. 10 minutos? Nossa. Ele deve morar por aqui perto. Volto para a frente de casa e aguardo um pouco até ver seu carro vermelho chegar. Sorrio.

– Quer uma carona? – pergunta ele, ao encostar o carro na calçada.

– Seria uma boa... – digo entrando no carro. Nos beijamos e ele volta a dirigir.

– E aí, para onde vamos? – ele pergunta.

– Hmmm sei lá. Só vamos sair dessa rua. Por favor.

– Ok. E a gente vai para a rua do lado e ficamos dando voltas por lá. – Quer saber? Tenho uma ideia. – diz.

– Eu topo. Qualquer coisa é melhor do que ver aquela senhorinha tentando atravessar a rua. Nós já passamos por ela 5 vezes e ela não chegou nem na metade!!

– Que isso, jovem. Cadê a ajuda ao próximo? Aliás, você me deu uma ideia. – diz, e para o carro perto da senhorinha, na sexta vez que passamos por ela.

Ele sai, e a segura pelos braços, levando-a para o outro lado da rua. Em um primeiro momento ela se assusta. Mas depois agradece a ele por tê-la atravessado. Ele volta para o carro e me vê rindo.

– Que que foi? – pergunta, sorrindo.

– Nada...digo.

– Enfim. – ele fala e acelera o carro. – Está na hora de visitarmos outro lugar.

– Ótimo! – digo. Após alguns minutos ouvindo rock e cantando junto com as músicas, nós chegamos ao centro de São Pedro e ele para o carro na frente da lagoa. Ele sai deste e quando eu abro a porta para sair também ele a fecha na minha cara.

– Mais o quê...?

Mas então, ele abre a porta para mim novamente como se eu fosse uma dama.

– Senhorita... diz.

Sorrio.

– Obrigada, cavaleiro. É uma enorme gentileza da sua parte.

Ele pega minha mão e caminhamos um pouco pela orla.

– Está com fome? – pergunta.

– Estou. – respondo, me lembrando do almoço que deixei pela metade.

– Então, teria a honra de acompanhar-me à uma pastelaria?

– Claro. – digo. E vamos comer pastel.

Particularmente, eu prefiro os de queijo, por isso nem tenho vontade de experimentar os de outros sabores. Após comermos cerca de 6 pasteis, ele paga a conta e voltamos para a lagoa.

– Gostaria de navegar no meu grande navio?

– Quê? – digo e ele aponta para uma placa. "Passeios de vela: R$5,00, 1 hora."

– Ok.

  Vamos para o píer, ele fala com um cara lá, paga e nós entramos naquele barco a vela.

– Belo navio! – digo.

Ele sorri. Demoramos alguns segundos para nos acostumarmos a lidar com aquilo. Conseguirmos puxar as cordas e tudo o mais. Então, finalmente, pudermos relaxar um pouco. Passamos boa parte do tempo conversando sobre preferências de comida, música e etc.

A Traição - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora