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M E L


Melissa estava quase correndo. Olhou para trás algumas vezes ao ouvir um barulho, mas como não viu Lucca constatou que ele não a seguia.

Cada passo que dava era cheio de raiva, andava com os punhos cerrados e praguejando uns palavrões totalmente dedicados a ele.

Não conseguia entender que o mesmo cara que era capaz de lavar seus pés com gentileza em um momento, no outro também conseguia ser um homem das cavernas sem coração.

— Não é possível que aquele ogro more aqui em cima. Por que está me seguindo? — Resmungou ela imitando a voz dele. — Por que eu o seguiria? Que Mané. Não dá pra acreditar que aquele... aquele cretino vai ser meu vizinho......... e em uma montanha, uma maldita montanha onde não deveria haver ninguém, eu vou ter um vizinho, e o vizinho é simplesmente a pessoa mais desagradável desse mundo. — Ela parou, colocou as mãos na cintura, olhou para cima e gritou. — OBRIGADA, UNIVERSO POR ME ODIAR TANTO!

Ela bufou, chacoalhou com raiva o mapa nas mãos e deu uma olhada. Já estava bem perto do ponto vermelho que marcava o final do caminho.

— Mas aqui só tem mato. — Disse ela olhando a floresta em volta.

Melissa suspirou desanimada, voltou a caminhar distraída ainda olhando para o mapa e no primeiro passo que deu sentiu uma pancada na canela, fez um vôo rápido no ar e caiu de peito no chão.

— Aaau... que... droga. — Melissa sentou gemendo de dor e ficou segurando a canela. Olhou para trás e viu um tronco atravessado no caminho.

Ela praguejou mais um pouco, sentiu vontade de chorar de raiva, mas se levantou, saiu mancando e continuou a subir pela trilha.

Quanto mais avançava, mais o caminho se estreitava e desaparecia no meio da vegetação mais fechada.

— Isso não pode estar certo. — Disse ela começando a ficar com medo. — Não tem nada aqui.

Mesmo assim Melissa continuou avançando, dando uns passos altos por cima de moitas, com os braços o tempo todo na frente do rosto pra impedir que os galhos a atingissem.

Ela parou quando achou ter escutado algo.

Aguçou a audição, mas voltou a andar seguindo o som à frente.

O barulho de água ficava mais forte a cada passo que ela dava.

Se lembrou de que Vincenzo havia dito algo sobre um riacho ao lado da casa e uma árvore bem grande em frente à propriedade e parou ao avistar uma, mas não viu casa alguma em frente perto da árvore.

Andou mais um pouco e parou bem diante do tronco largo. À frente viu um espaço mais aberto da floresta e viu até mesmo o riacho. Havia muito mato em volta por ali e achou estar no lugar errado. Ao checar o mapa novamente parecia estar no lugar exato. Ela desviou os olhos do papel quando algo no chão mais ao lado chamou sua atenção, com o canto do olho Melissa viu uns cascalhos mais adiante que formavam um caminho de pedregulhos. Ela deu uns passos à frente, virou a cabeça para o lado lentamente seguindo o caminho com os olhos e parou de boca aberta ao levantar o olhar.

 Ela deu uns passos à frente, virou a cabeça para o lado lentamente seguindo o caminho com os olhos e parou de boca aberta ao levantar o olhar

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