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L U C C A


Vincenzo estava parado estrategicamente atrás de Melissa, quando Lucca avançou, fez um não lento e silencioso com a cabeça para ele, fez sinal de arma com a mão e apontou para a cabeça de Melissa.

Lucca não recuou, mas também não avançou mais. Deu uma olhada rápida para ela e voltou a encarar Vincenzo. Seus olhos estavam ejetados fulminando aquele Diavolo parado bem ali na sua frente como um demônio encarnado e sem poder colocar as mãos nele.

— Seu filho da mãe, é melhor você...

— O quê... Lucca? Por que está falando assim com Vince? Vocês se conhecem? — Ela olhava para cima, para Lucca e virou-se para trás para olhar para Vincenzo sem entender aquele clima hostil entre os dois.

— É claro que nos conhecemos, fiore. Esta cidade é bem pequena, todo mundo se conhece por aqui. Mas Lucca e eu temos negócios pendentes, não é, mio amico?

Lucca podia sentir a veia do pescoço latejando e bombeando sangue bem rápido para sua cabeça fazendo seu cérebro formigar e girar. Não abriu a boca para dizer mais nada, estava se controlando apenas porque sabia do risco que Melissa corria se ele desse um passo em falso e não duvidava que Vincenzo realmente estivesse armado.

Vincenzo passou à frente de Melissa ficando cara a cara com Lucca. Ele era um típico italiano alto e atlético, mas Lucca era o dobro de seu tamanho e muito mais largo que ele, não tinha como não se intimidar pela figura imponente de Lucca e sabia que não teria a menor chance de vencê-lo no braço, mas Vincenzo dava o seu melhor para fingir que não o temia. Num movimento inesperado Vincenzo pegou a panela da mão dele e entregou para Melissa.

— Por que não leva isso aqui lá pra dentro, fiore? Parece que meu amigo aqui trouxe mais opções para o jantar.

— Aah... ok. — Confusa e desconfiada, Melissa segurou a panela, hesitou um instante olhando para os dois antes de se afastar e levou para dentro sem entender o comportamento deles.

Os dois esperaram que ela se afastasse um pouco. Lucca avançou e esbarrou o peito no peito de Vincenzo quase encostando o nariz no dele, mas logo se afastou ao sentir algo na cintura dele e começaram a cochichar furiosamente.

— Você achou que eu estava blefando? — Sussurrou Vincenzo dando uns tapinhas na arma por baixo da camisa.

— O que você quer aqui, Diavolo? — Lucca também sussurrava.

— Esse não é o meu nome.

— Mas é o que você é. Um diabo desgraçado e covarde.

— Eu ainda vou te fazer engolir essa sua coragem de me desrespeitar. Por agora, é isso aqui o que você vai fazer, Lucca Giordano. — Vociferou Vincenzo falando baixo e bem rápido antes que Melissa voltasse. — Você não vai tocar em mim, não vai fazer nada e não vai contar nada a ela. Se eu desconfiar que ela sabe, antes de acabar com você te faço assistir enquanto acabo com aquelas galinhas que trabalham em sua loja, depois esta linda fiore e por último quando não te restar mais nada vou fazer você se ajoelhar diante de mim e implorar pra viver.

— Quem disse que eu me importo com essa gente, seu filho da mãe?

— Não se importa? Então acho que não vai se importar se eu mandar meus amigos terminarem o que começaram com aquele seu funcionário gordo e mole, também não vai se importar de dar o fora daqui enquanto entro e levo minha fiore para o quarto pra brincar com minha arma, certo?

P O S I T A N OOnde histórias criam vida. Descubra agora