O amor NÃO é uma ilusão

Capítulo 28

  Jimin

Já fazem cerca de vinte minutos que estamos dentro dessa sala, e em todos esses minutos Sulli não tirou e nem deixou que eu tirase a mão do seu rostinho.

Além disso ela grudou a mãozinha em minha roupa e não solta por nada.

-Eu acho que ele não cuida direito da menina -Ele falou sem esboçar reação alguma.

-E o que te faz chegar nessa conclusão? -O juiz perguntou olhando para o meu "pai"

-O jeito que ela está vestida, o porte físico dela.

-Não vejo problema nas roupas dela -O alfa disse tombando a cabeça para o lado enquanto analisava o vestidinho que minha menina usava.

-Não é isso vossa excelência -Minha vontade era de rir, ele só deu bola fora desde que começamos -Ele está exercendo alienação parental, eu sou o pai dela.

-Não, você é o doador, pai sou eu quem a criou desde o primeiro segundo de vida, pai sou eu que mesmo com todas as dificuldades não deixei que ela ficasse sem comer um dia sequer, minha filha sempre foi muito bem cuidada e amada, alienação parental? Me responde uma coisa papai, qual é o nome da criança que o senhor insiste em chamar de sua filha?

Quando ele não respondeu o Juiz olhou pra ele meio incrédulo.

-Qual é o nome da criança por qual o senhor está lutando na justiça senhor Lee? -O alfa perguntou firme e meu pai até engoliu em seco mas sequer abriu a boca -Nome? Idade? Gostos, o senhor não sabe de nada?

-Não -Respondeu já murchinho -Não tive contato com a menina, Jimin nunca deixou.

-Jimin nunca deixou? Me polpe, foi você quem abandonou minha mãe sem nem um centavo pra fugir com a amante mesmo sabendo da gravidez, foi você quem sequer chegou perto de nós por um ano e tanto que moramos na mesma cidade que você depois do nascimento da MINHA filha, foi você que nos abandonou e seguiu a sua vida e agora que tem uma semana que apareceu vem me acusar de alienação parental?

-Se acalme senhor Park -A advogada tocou meu braço e eu a olhei assentindo, eu estava realmente muito nervoso.

-Senhor lee?

-Eu admito que fui um pai ausente mas quero mudar isso, quero ter a minha filha comigo, quero dar uma vida melhor a ela, um bom futuro, uma vida digna.

-Vida digna? -Eu não acredito que esse maldito está me dizendo isso.

-Meu filho é o melhor a se fazer agora.

-Não me venha com essa ladainha agora não, o futuro da minha menina está garantido, ela não precisa de nenhum centavo vindo de você, não quero, não estou exigindo nada de você, nenhum centavo, apenas me deixe em paz com a minha menina.

-Jimin filho, ela é sua irmã, você vai poder vê-la sempre que quiser, mas eu exijo que ela venha comigo -Ele se levantou e eu rosnei fazendo ele ficar parado.

-Não se aproxime -Abracei mais a pequena que grudou ainda mais na minha roupa.

-Papa.

-Tá tudo bem minha princesa, o papai está aqui -Alisei seus cabelinhos e soltei meu cheiro pra ela saber que estava segura.

-Você não pode me afastar dela Jimin.

-Eu posso, eu posso sim -Tampei o ouvidinho da minha ômega porque a conversa estava alta de mais pra ela.

-Excelência ele não pode negar que o pai se aproxime da criança -Mais que inferno, eles não vão conseguir o que querem, não vão.

Como todos se mantiveram calados ele se aproximou, mas bastou isso pra que Sulli começasse a chorar alto enquanto tentava escalar o meu corpo, e isso que ela nem tinha visto o alfa, apenas a presença dele a assustou.

-Shh.

-Papa -Ela conseguiu escalar e me abraçou apertado enquanto ainda chorava muito, a pequena estava muito assustada.

-Se afaste senhor.

-Isso é porque ela nunca teve contato comigo, quando ela se acostumar vai ficar tudo bem e -Quando ela tocou nas costas da neném o Juiz quase deu um grito mandando ele se afastar.

-Meritíssimo isso é normal, os dois não se conhecem ainda, ela só está o estranhando -O advogado dele falou.

-Não, não é normal porque ela não está estranhando, ela está com medo mesmo.

-O que? Claro que não senhor.

-Se afasta -Depois de ter feito uma cara ruim ele fez, deu alguns passos ficando mais longe e o choro da minha neném foi diminuindo até ela começar só a fungar -Chega perto -Ele fez e ela voltou a chorar em desespero -Ela sequer está te vendo, ela está assustada e com medo da sua presença, você está sendo uma ameaça pra ela e pra isso ela nem precisou te ver, isso não é normal senhor Lee, isso é preocupante.

Ele falou alguma coisa com uma beta que ele havia chamado e ela anunciou uma pausa.

Senhor que dê tudo certo.

[...]

Durante a pausa eu consegui acalmar minha filha e agora ela está toda feliz brincando no chão, eu senti o cheiro de Jun então sabia que ele estava por perto.

-Papa -Ela deu um gritinho enquanto brincava com a barra do vestido, nesse momento o Juiz ia passando por nós e fez gracinha pra ela que chegou a gargalhar, então ele parou e se abaixou na frente dela enquanto falava algumas coisas até sem sentido.

Sulli apenas sorria, ele entregou a ela um papel e um lápis fazendo ela até bater palminhas mas ela logo começou a chorar e se virou rápido pra que eu a pegasse, Sulli chorava como eu nunca tinha visto antes.

Não foi difícil saber que meu "pai" tinha se aproximado, a peguei começando a ninar a pequena e o juiz fechou a cara, ele se levantou e saiu sem falar nada.

Depois de um tempo fomos chamados de volta e dessa vez o juiz estava com uma cara diferente, ele olhou em alguns papeis que tinham sobre a mesa e começou a conversar com a beta de novo.

-Senhor Park.

-Sim senhor?

-Investiguei algumas coisas e só tenho uma pergunta a fazer -já comecei a ficar apreensivo depois de assentir -O senhor tem a guarda da pequena Sulli?

-Sim, a guarda temporária.

-Então pode arrumar os papeis para pegar a definitiva.