Capítulo 2

20.5K 3.2K 1.4K
                                    

  Jimin

Os meses iam se passando e a barriguinha bonita só crescendo, eu fazia nossa despesa e o que sobrava ia tudo para minha mãe e irmãzinha.

Já minha mãe guardava o salário dela todo, claro, o resto que sobrava da nossa despesa pois ela disse que um dia íamos precisar.

Não tenho condições de bancar nos três sozinhos então eu aceito o básico da mamãe.

Ela paga a energia, o gás e um terço das compras do mês.

Isso já é o bastante.

Com o passador dos dias notícias começaram a rodar pelas ruas, o desgraçado que um dia considerei meu pai estava prestes a se casar novamente.

Com ninguém mais ninguém menos que minha querida madrinha.

Duas pessoas de merda.

Não precisamos deles pra nada.

Com sete meses de gestação mamãe começou a passar mal, vira e mexe ela ia parar no hospital e o dinheiro que ela guardava ia sendo usado para remédios.

Acabamos por descobrir que sua gravidez era de risco mas que a pequena ômega e ela sairiam ilesas do parto se tomássemos os devidos cuidados.

E tomamos, ela parou de trabalhar e só ficava em casa repousando.

Dois dias depois de entrar no nono mês mamãe passou mal pra ganhar minha irmãzinha, fomos sorrindo pelas ruas até chegar no hospital.

Esse que por sorte era na rua debaixo da nossa casinha.

Horas e horas de trabalho de parto porque ela queria que a pequena ômega nascesse normal assim como eu havia nascido.

Com uma dificilmente que surgiu ao longo das horas o parto dela teria que ser induzido, não pude entrar pois eles fariam procedimentos avançados para que mamãe resistisse.

Eu já estava agoniado, tudo piorou quando senti um vento gélido em minha espinha, meu corpo todo se arrepiou e eu senti vontade de chorar.

Me levantei indo até a pequena janelinha presente na porta e fiquei olhando pra dentro, mamãe estava  com um rosto tão sereno.

Não me deixaram entrar mas eu podia observar dali de fora.

Fiquei olhando para ali até escutar o que fez meu mundo desabar.

-Hora do óbito 13:34 -Foi a última coisa que ouvi, eu desmaiei logo em seguida.

Ao abrir os olhos notei estar em uma cama de hospital enquanto havia um soro conectado a minha veia.

Eu ainda estava um pouco mole, ia descendo da cama mas uma enfermeira entrou na sala.

-Ele acordou -Depois disso só foi juntando gente ali dentro.

-O que aconteceu? Cadê minha mãe?

Eles continuaram calados enquanto vinham de mansinho em minha direção.

-Não me ouviram? Onde está a minha mãe? Ela já deu a luz?

-Já sim.

-E onde está está? Posso ir ve-lá?

A moça me segurou contra a cama.

-Eu sinto muito.

-Não, não, a minha mãe -Fui pra empurrar ela porém mais mãos me seguraram -Me solta, eu preciso ir ver a minha mãe.

-Eu sinto muito -Ela só ficava repetindo isso sem parar até que senti algo em meu braço e notei estar sendo sedado.

-Sai de cima de mim Sai Porra -E pela primeira vez em toda a minha vida eu use a voz de alfa.

O amor NÃO é uma ilusão Onde histórias criam vida. Descubra agora