08

65 12 2
                                    

- bom dia - vi o Ian sentado no sofá e resolvi falar com ele, meu orgulho não queria, mas eu sabia que era o certo.

- Bom - ele disse seco.

- Sobre ontem... Foi ciúmes, podemos esquecer? - Eu disse.

- Ciúmes? Como assim? -

- Da atendente, esquece isso, era bobagem minha, tanto que nem temos algo sério -

- Ta eu esqueço isso - ele disse dando ênfase no "isso" - mas não, não a várias outras coisas que você me disse ontem -

- O que? Do que você esta falando? - Perguntei.

- Você não lembra? É fácil esquecer né? -

- Olha eu não quero brigar ok? Eu ja estou voltando para a casa e não quero brigar, principalmente com você -

- Ok, então tchau - Ian disse e se levantou do sofá indo embora.

- Para onde você vai? -

- Se você não se sente confortável comigo, então vai embora -

- Hã? Não foi isso que eu quis dizer Ian, você sabe -

- Não, eu não sei, e você literalmente disse com essas palavras, que não se sente confortável quando está comigo para falar sobre certos assuntos -

- Eu não vou brigar com você hoje, não hoje quando eu estou indo embora -

- Claro que não, você já fez isso ontem, era só me dizer que era ciúmes, mas não, você não consegue falar as coisas, mas tudo bem, o bom foi que eu descobri que você não se sente confortável quando está comigo - ele entrou no quarto dele e bateu a porta, na minha cara.

Eu comecei a chorar, muito. Fui correndo para a sala pegar o meu remédio para ansiedade, depois fui na cozinha pegar um copo de água, e fui embora de táxi.

Eu ja havia me despedido da Daph e dos pais dela antes de descer para a sala, faltava só o Ian, eu planejava fazer as pazes com ele e conversar para ver o que iríamos fazer, ja que nós moramos longe um do outro, mas não, brigamos denovo, e a culpa era minha de ter falado aquilo para ele ontem, agora não sei quando vamos nos ver denovo, e nem se vamos nós ver denovo.

{...}

Eu cheguei em casa depois de três horas, meus pais não estavam, então só tomei um banho e fui para o meu quarto esperar meus pais chegarem.

Comecei a desfazer as malas, mas ai eu lembrei que não pretendo ficar por muito tempo aqui, então só deitei na cama e fui procurar um emprego na internet. Haviam vários de atendente e garçonete, mandei meu currículo que eu tinha feito na noite anterior para todos os sites, espero que algum me chame.

Eu estava comendo no balcão da cozinha quando ouvi a porta ser aberta, deve ser a minha mãe, ela chegava mais cedo do que meu pai. Quando eu vi o cabelo dela me levantei da cadeira e andei até ela, mas alguém disse alguma coisa.

- Você é muito gostosa - ouvi a voz de um homem dizendo isso, e não era a do meu pai. Depois começei a ouvir leves gemidos e barulho de beijo.

Ah não, não, não. Não acredito que eles ainda estão nisso.

Eu fui me afastando para eles não percebem que eu estava ali, e então fui em direção ao meu quarto, fechei a porta com um maior cuidado para não fazer barulho, mas depois decidi voltar para a sala. Primeiro porque eu não queria ouvir gemidos da minha mãe, isso é estranho, segundo porque eu preciso colocar um fim nisso.

um último amorOnde histórias criam vida. Descubra agora