um último amor

25

... malditas palavras.

Acordo no meio da noite suando muito e me sentindo ainda mais quente. Acordo Daph, ela me ajuda a levantar da cama, pega as chaves e vamos para o carro.

- como vc está? - ela pergunta assustada.

Tento falar, mas não consigo. Parece que os músculos do meu corpo não estou mais funcionando. 

Daph simplesmente liga o carro e começa a dirigir para o hospital.

Sinto a consciência cair e meus olhos fechar.

{...}

Quando acordo estou na cama do hospital. Vejo enfermeiras ao meu lado fazendo alguma coisa que não consigo identificar. Também vejo Daph do outro lado do quarto falando ao telefone, ela parece muito assustada.

Quando ela entra no quarto, a enfermeira sai e diz que se eu precisar de alguma coisa é só chamar ela.

- está melhor? - Daph pergunta me olhando.

Balanço a cabeça concordando, mas na verdade ainda não me sinto muito bem.

- sei que vai ficar brava comigo, mas... Eu liguei para o Ian, ele está a caminho daqui - ela disse esitando.

Não estou bem, então não estou com cabeça para brigar com ela. Mas não queria que ele viesse, ele estava no aniversário do pai dele.

Lanço um olhar para Daph, mas é o máximo que consigo fazer.

- a enfermeira disse que você tem que descansar, mas que ela ainda está vendo seus exames e isso - Daph fala olhando para baixo - então vou deixar vc descansar ok? Fica bem - ela passa a mão no meu braço e sai do quarto .

Fecho os olhos e pego no sono de novo.

{...}

- ela vai ficar bem, mas essa febre fez com que as coisas piorasem um pouco mais para ela. Vocês tem que ficar com ela e ajudar em tudo que ela precisar - ouso uma voz abafada e desconhecida falando.

- mas ela vai ficar bem né doutora? - agora sei quem é.

- Ian - tento dizer, mas sai como um sussurro. Imagino que ele não vá ouvir já que parece que estão do lado de fora do quarto.

- Ian - tento de novo, só que mais alto desta vez.

Ouso um barulho de porta ser aberta e vejo o rosto de Ian.

- oi Mary, como você se sente? -

- um pouquinho mal, mas não precisa se preocupar - digo.

Ian ri e diz: 

- até mesmo mal você diz para ninguém se preocupar - ele faz carinho na minha mão.

Agarro a mão dele e ficamos assim, sem diser nada por um tempo. Eu sei o que ele deve estar pensando, mas não quero que pense muito nisso.

- onde está a Daph? Pode dizer para ela que eu deixei uma coisa em cima da minha cama, diz para ela pegar, trazer e não abrir por favor? - falo para o Ian.

Ian franze a testa mas diz:

- claro - ele diz e saí do quarto.

{...}

Quando Daph chega com as cartas que escrevi para o Ian e para ela, eu agradeço e digo se ela pode deixar-nos um pouco a sós, e que depois ia falar com ela.

Fico olhando a carta por um tempo, até que finalmente consigo dizer.

- quando vc... Quando eu não estiver mais aqui, ou quando eu estiver prestes a ir, quero que você leia isso. Não pergunte nada sobre por favor. Só leia depois ok? - falo com lágrimas nos olhos.