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- vc não sabe o que ta fazendo agora amor, por favor para com isso - minha mãe gritou chorando para meu pai

- Sua vadia, quem você pensa que é para fazer isso comigo em? - meu pai gritou de volta para minha mãe e bateu nela, eu tirei os fones que nem estavam conectados no celular, abri a porta do quarto e fui correndo para a sala chorando e ajudando minha mãe

- Mãe! Vc ta bem? -  Eu pergunto preocupada

- To sim filha, volta pro quarto ok? -

Eu fiquei encarando aquela situação tão fora de mim por tanto tempo que nem tinha percebido que meu pai havia jogado um copo de vidro no chão e quase acertado minha mãe

Nesse momento eu explodi, eu comecei a falar tudo que estava entalado na minha garganta a anos

- Eu odeio vocês! Odeio com todas as minhas forças - eu enlouqueço com toda aquela situação e grito tão alto que até meu pai me olha assustado, fiquei com medo de ele me bater, mas mesmo assim continuei falando - olha o que vocês me fazem passar, será que não percebem? Minha vida inteira foi assim, eu prefiria nunca ter nascido - nessas horas eu ja estava com lágrimas encorrendo pelo meu rosto, eu estava com raiva e com ódio ao mesmo tempo, começei a tremer muito e ai ja sabia o que estava acontecendo comigo. Eu fui para o banheiro, lavei meu rosto e depois fui para o quarto tomar meu remédio que costumo tomar, peguei minha água que estava na minha cabeceira, e tentei me acalmar.

{...}

Acordei bem cedo logo após meus pais saírem de casa, peguei minha mochila e fui colocando minhas coisas dentro dela. Eu sei que fugir não é a melhor escolha, é infantil e bem irresponsável, mas eu não aguento mais, eu passei anos tendo que aguentar isso e quase toda a noite é a mesma coisa, minha mãe traí meu pai, ele bebe, bate nela e eu ouso tudo chorando como sempre, não dá mais, então eu vou para a casa da minha amiga em Berkeley. Meus pais não tem contato com nenhum de meus amigos, e também eu já estou de férias, e quando é férias eu costumo viajar sozinha, porém eu aviso aonde é que eu vou, mas desta vez não.

Estava saindo de casa para ir pra estação de trem, quando meu celular toca, é a Daph, minha amiga, eu atendo ela

  Daph- oii amiga, vc ja esta vindo?

  Eu- estou indo pegar o trem agora

  Daph- olha, meu primo    Ian vai vir pra aqui passar umas semanas, então ele vai ir ai de pegar, ja que é caminho, não precisa gastar dinheiro com o trem, vem com ele

  Eu- o Ian? o menino insuportável que vivia enchendo meu saco quando eu ai para ai nas férias?

  Daph- esse mesmo, mas ele já não esta mais insuportável, ta é um gatinho

  Eu- haha, duvido, mas se vc diz, vamos ver ne

O Ian é literalmente muito chato, ele vivia puxando meu cabelo, grudando chiclete nele, e arrancando a cabeça das minhas bonecas favoritas, porém ele tinha 9 anos igual eu, então agora ele deve ter 17 ou 18,  conserteza ele mudou muito, mas nunca se muda 100 por cento, então eu ainda duvido.

{...}

Demorou mais ou menos uma hora para o Ian chegar aqui. Sinceramente não sabia como ele tinha ficado tão gato, mas agora não é momento de pensar nisso, minha cabeça ainda está em outras coisas.

- Oie Ian, a quanto tempo -

- Oie.. - ele fez uma pausa, provavelmente esqueceu meu nome

- Anne, Anne Mary - não acredito que ele não lembra meu nome

- Ah sim Anne Mary, entra - então eu entrei e tentei puxar algum assunto, ja que o caminho até Berkeley estava totalmente silencioso.

- Então, o que vc faz da vida? -

- Nada, quer dizer obviamente eu estudo, mas nada mais de importante -

- Ah ok - eu esperei que ele perguntase de volta a pergunta que eu lhe fiz, mas ele não falou nada, então eu mesma falei - eu também estudo, é claro, e eu ja terminei a escola igual você, eu acho, vc já reprovou? -

– Nunca, meus pais sempre foram muito rigorosos quando o assunto é futuro, e você? –

– Também nunca, mas na 8° série, eu quase reprovei na educação física –

Ian me olha com uma cara de quem não estava acreditando no que eu estava dizendo

– O que? Em educação física? Na 8° série? –

– Sim sim, eu sei que é bem louco e tals, mas é que eu havia quebrado minha perna em um acidente em casa, e o professor não levou em consideração isso, então me reprovou, mas ai eu fiz uma prova, e correu tudo certo –

– Entendi, que professor idiota –

– Sim ele era muito, meus pais foram na escola, mas não deu em nada, e olha que o fato de eu estar com a minha perna quebrada era culpa deles –

– Dos seus pais? Porque? –

– Ah nada não, só problemas mesmo –

– Problemas com pais ne? Eu entendo –

Ficamos um tempo em silêncio até que o Ian resolve quebrá-lo

– Porque vc está vindo para Berkeley? Tantos lugares lindos e você vem para aqui? –

O silêncio estava bem melhor.

– Meus pais vão viajar, e não tem ninguém para eu ficar, então eu estou indo para a casa da minha amiga – menti

– Você não poderia ficar sozinha? –

– Eles não gostam que eu fique sozinha enquanto eles ficam muito tempo longe de casa –

– bom, parece que vc vai ter que me aturar por algumas semanas –

– Poxa que pena, seria tão legal se você não estivese aqui – eu falo brincando e ele ri

– Chegamos Anne Mary –

– Pode me chamar só de Anne mesmo, ou Mary, sei la você quem sabe –

Ele concorda com a cabeça e diz "ok Mary" e sai do carro para pegar as malas.


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Não sei o que pensar sobre essa fic, porque eu nunca escrevi uma, mas eu tenho várias ideias na minha cabeça e quero colocá-las em prática.

Por favor se puderem falar com seus amigos para lerem eu ficarei muito feliz. É isso e não se esqueçam de        votar ⭐

um último amorOnde histórias criam vida. Descubra agora