James sabe que é superprotetor. Realmente, ele sabe. Ele não tem certeza do porquê. Não tem certeza de onde vem. Ele nunca perdeu ninguém, nunca teve ninguém se afastando dele, ele não viveu o que Sirius viveu. O que Remus viveu. Não há razão para ele ter essa profunda necessidade de proteger quando nada foi tirado dele. Mas ele tem. Se você quer ser fofo, e às vezes a mãe dele quer, você pode chamar isso de o espírito da Grifinória nele. Mas é mais do que isso. Isso o assusta às vezes, se ele for honesto. É muito...intenso. Ele sente isso por Sirius, por Remus, por Peter. Ele precisa estar ao lado deles. Para ter certeza de que estão bem. Para destruir qualquer coisa e qualquer um que tente tocá-los. Porque eles são dele. Dele para proteger. Dele para manter. Dele para amar. É exagerado. Ele sabe que é.
É pior com Regulus.
Ele não gosta de Snape. O que quer que Lily diga, ele não vê muito que possa ser redimido sobre o garoto. Mas ele está feliz por Filch ter aparecido quando ele apareceu, feliz por tê-los separado. Porque, por um minuto, quando ele virou aquela esquina, quando viu Snape com Regulus pressionado contra a parede...ele realmente não achou que ia matá-lo. Ele espera que não fosse. Mas, Merlim, ele queria. Ele sentiu a necessidade queimar sob sua pele. Ele não precisaria de magia. Não precisaria de uma varinha. Ele teria feito isso com as próprias mãos. E isso o assusta.
O assusta quase tanto quanto o jeito que Regulus treme em seus braços. A maneira como ele chora silenciosamente em seu peito. James nunca sentiu tanto a sua idade como quando estava agachado no chão, tentando fazer Regulus respirar. Tudo o que ele conseguia pensar era; "Não sei o que estou fazendo. Eu não sei o que estou fazendo. Alguém me ajude. Alguém chame minha mãe."
Isso machuca. As pessoas machucam. Mesmo quando elas não querem. Mesmo quando não é culpa delas. Machuca ver Remus na manhã seguinte à lua cheia, o que é uma coisa egoísta de se sentir ou pensar, mas é verdade. Machuca vê-lo quebrado, espancado e cheio de solidão. Assim como machucou ver Regulus desmoronar. Ele sabe que não é sobre ele. Nada disso é. Mas dói como se fosse. E ele está arrependido. E ele gostaria de ser mais forte. Deseja que ele fosse mais. Deseja que ele não fosse a única pessoa que ele conhecia que não estava coberta de cicatrizes.
"Nós vamos ter que sair daqui," Regulus diz eventualmente, ainda pressionado contra ele, a capa de invisibilidade sobre suas cabeças. Os braços de James instintivamente se apertam ao redor dele.
"Vamos voltar para o quarto. Podemos fazer isso?" ele percebe que não deveria estar fazendo exigências agora. Mas a ideia de deixar Regulus voltar para aquele dormitório – a ideia de que Snape poderia estar esperando por ele...
"Filch pode notar – "
"A sala?"
"Se você voltasse para o seu dormitório."
James balança a cabeça. "Já tenho uma detenção, outra não fará muita diferença."
Regulus está quieto.
"Estou perguntando para você, Reg," James diz gentilmente, "é uma pergunta, você pode dizer não. Você sempre pode dizer não." Ele sabe que lidou mal com as coisas antes. Sabe que ele parecia desapontado quando Regulus o mandou embora. Ele nunca foi bom em guardar suas emoções. Ele odeia ter feito isso. Que ele o fez pensar - por um minuto sequer - que ele tinha que fazer qualquer coisa que não quisesse.
"Eu sei," Regulus sussurra de volta, antes de se enterrar ainda mais no peito de James.
Sua mão vai para a parte de trás de sua cabeça, o mantendo lá.
Eu te amo.
Eu te amo.
Sinto muito por não estar lá.
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Choices
FanfictionPessoas cometem erros. Na maioria das vezes, pensa James, você deve perdoá-las. Se elas estão arrependidas. Se elas estiverem falando a verdade. Ele mesmo tomou algumas decisões questionáveis em sua vida. Alguns erros. Todo mundo está apenas tenta...