Choices

Capítulo Cinquenta e Cinco

PARTE I: REGULUS

Você foi... a melhor parte para mim. De estar aqui. De... estar.

Setembro 1972

Regulus observa enquanto a estação de trem passa voando do lado de fora da janela. Pessoas e prédios se misturando enquanto se afastam de todas as coisas que ele conhece. Ele nem consegue mais ver Kreacher. Não vai vê-lo novamente até o Natal.

"Vamos," Sirius o cutuca levemente com o cotovelo. "Vou apresentar você aos rapazes, você vai amar eles."

Regulus olha para Sirius e não acha que ele está imaginando a tensão em seu sorriso. As coisas estão... estranhas, desde que ele voltou da escola neste verão. Toda vez que eles conversam é como se houvesse algo que eles estão tentando não dizer, só que Regulus não tem certeza do que é. Só sabe que ele está sendo cuidadoso. Andando na ponta dos pés com as suas conversas.

Não ajuda que Sirius tenha brigado mais com a mãe deles. É culpa de Sirius por empurrar o fato de que ele é um grifinório na cara dela. Por trazer à tona o maldito James Potter a cada cinco segundos. Só de pensar no nome, Regulus revira os olhos. Quando Sirius não estava em seu quarto escrevendo cartas, ele estava no quarto de Regulus falando sobre ele. Ficou tão chato que um dia Regulus simplesmente estalou:

"Se você o ama tanto, por que não apenas se casa com ele?"

Sirius piscou. "Caramba, Reg, me desculpe por ter amigos."

Regulus não sabe por que eles não conseguem mais se dar bem. Por que ouvir falar de Hogwarts deixou de ser divertido e começou a ser irritante. Ele só quer que as coisas voltem ao normal. Quer que Sirius pare de brigar com seus pais e pareça tão desapontado quando Regulus não quer brigar junto com ele.

"Tenho certeza que eles estão em algum lugar aqui," Sirius murmura enquanto eles caminham pelo vagão do trem, se espremendo contra a parede para permitir que outros alunos passem por eles. Regulus quer desesperadamente perguntar a Sirius se eles podem se sentar sozinhos, mas ele já sabe que a resposta será "não" e ele não quer ter que suportar a dor de ouvir isso.

"Ah, sim, isso soa como a risada de James."

O estômago de Regulus se revira. "Sirius—"

Mas Sirius já está abrindo a porta, soltando uma enxurrada de vozes jovens.

"Cavalheiros," Sirius abre os braços. "Eu cheguei."

"Já era hora!"

Um garoto de cabelos castanhos rebeldes sai de sua cadeira, instantaneamente puxando Sirius para um abraço. Ele está usando um par de óculos, ligeiramente torto no nariz, e seus olhos lembram Regulus da cor do riacho perto de sua casa na Escócia.

Há dois outros meninos no compartimento, ambos de cabelos mais claros, um com uma cicatriz medonha no rosto. Ele é o primeiro a fazer contato visual com Regulus, que ainda está alguns metros atrás de seu irmão na porta aberta. O garoto com cicatrizes sorri. Regulus não sorri de volta.

Depois de alguns minutos de Sirius e o garoto de óculos brincando um com o outro - rindo e balbuciando e empurrando - Sirius finalmente parece lembrar que Regulus está lá.

"À propósito, este é Reg," ele sorri quando diz isso, o que Regulus acha que talvez seja um bom sinal, passando o braço em volta dos ombros de Reg e apertando. "Reg, esses são os rapazes—Remus," ele acena para o de cicatriz que oferece um aceno para Regulus, mas Regulus não tem certeza se seria estranho ele devolver ou não, então ele apenas mantém as mãos nos bolsos. "E esse é Peter."