Capítulo Trinta e Oito

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PARTE I: JAMES

Os dias seguintes são solitários.

Na verdade, James tem quase certeza de que é a coisa mais solitária que ele já sentiu em toda a sua vida.

Sirius e Remus não voltam para o dormitório, mas começam a ir às aulas novamente. Sentados sozinhos, longe de James e Peter. Remus lança olhares de desculpas para James sempre que eles pegam as mesas do outro lado da sala. Sirius não olha para ele. Não vai ao Salão Principal, nem fala com ninguém além de Remus, pelo menos não até onde James pode dizer.

É tudo muito parecido com ano passado. Os quatro se separaram, sem se falar, nem mesmo olhando um para o outro. James odeia isso. Ele pensa em ir até à casa e forçar Sirius a falar com ele. Pensa muito nisso, na verdade. Sobre o que ele diria, e como eles gritariam e berrariam, mas no final, tudo ficaria bem. Ele nunca realmente vai, é claro. Remus pediu para ele dar um tempo para Sirius, então ele deu. Ele só queria que Sirius não precisasse de tanto.

James flutua entre o treino de Quadribol e a aula. Ele fala com Peter – fala com Remus quando ele está sozinho – mas fora isso, ele mantém a cabeça baixa. Todas as noites ele fica acordado na cama e sente o impulso de ir até Regulus. Algumas vezes – vezes patéticas – ele pega o mapa para ver se Regulus está lá, no quarto deles. Para ver se ele está esperando por James apesar de tudo. Mas é claro que ele não está. Regulus tem muito auto-respeito para isso.

James não sabe como consertar as coisas. Nem com Regulus, nem com Sirius. E assim a flutuação continua. James não pode deixar de sentir que está desaparecendo um pouco. Uma versão vazia de si mesmo, apenas passando por movimentos.

"Estou pensando em começar um clube de xadrez."

James pisca, voltando para a mesa do café da manhã e olhando para Peter enquanto ele mastiga pensativamente o sanduíche de bacon que ele acabou de fazer para si mesmo.

"Um clube de xadrez?" James pergunta, tentando ter certeza de que ouviu direito.

"Sim," diz Peter, limpando a boca com as costas da mão. "Tipo, sabe, você tem o Quadribol, talvez eu possa ter o xadrez?"

James se abstém de explicar todas as maneiras pelas quais um time de xadrez e um time de Quadribol são coisas radicalmente diferentes.

"Claro, sim, tudo bem," diz ele em vez disso. "Eu não sabia que você gostava tanto de xadrez."

Peter dá de ombros. "Bem, eu não gosto exatamente. Mas eu sinto que eu poderia gostar, sabe? Tipo, eu nunca vou ser uma estrela do Quadribol, não importa o quanto eu tente—"

"Você não sabe disso," James diz automaticamente, ganhando um olhar cético de Peter.

"Uh, sim, eu acho que sei sim. MAS," ele diz antes que James possa interromper novamente. "Eu poderia ser uma estrela do xadrez se me esforçasse um pouco mais. Pode não ser Quadribol, mas," outro encolher de ombros. "Um troféu é um troféu, certo?"

Ele olha para James esperançoso e James não consegue dizer nada nem remotamente negativo. "Claro, definitivamente. Acho que é—er—uma ótima ideia."

"Sério?" Peter pergunta, parecendo muito feliz com isso.

"Er—claro."

"Talvez eu coloque cartazes, sabe? Ver quem está interessado. Fazer testes."

James não tem ideia de como seriam os testes de xadrez.

"Ei, você me ajudaria?" Peter pergunta, olhos grandes e esperançosos. Maldito Peter. "Já que você já fez isso tantas vezes antes - testes, quero dizer - você poderia me dar algumas dicas?"

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