Passaram pela corrente do oceano, passaram pela rocha branca, pelos portais do sol e da terra dos sonhos, e logo chegaram ao campo de asfódelos, onde moram os espíritos, espectros de homens desgastados. Aqui encontraram o espírito de Aquilles, filho de Peleu, e também de Patroclus.
Esse é o lugar onde tudo e nada se tocam e tudo o que somos é libertado, derramando sobre nossas linhas, sangrando fora. Memórias, pensamentos, sentimentos, não mais contidos pelas fronteiras de nossos corpos. Aqui é onde a vida e a morte são velhos amigos que se encontram para o chá e perguntam pela saúde um do outro. Aqui é onde um menino com cachos escuros e olhos tempestuosos está em um jardim em algum lugar da Escócia, grama alta fazendo cócegas em seus joelhos enquanto ele observa as nuvens no horizonte.
Seus olhos se fecham e ele inclina a cabeça para cima, aproveitando a luz. O sol, geralmente distante e desbotado—uma lembrança e nada mais—hoje, está brilhante e quente, depositando beijos suaves em suas bochechas, cabelos, ombros.
"Ok, eu desisto, o que você está fazendo?"
Os olhos de Regulus se abrem quando ele se vira. James Potter está encostado em uma das árvores atrás dele, braços cruzados sobre o peito, um sorriso pendurado no canto da boca, o sol brilhando em seus óculos. O menino de cabelo bagunçado aperta os olhos para o céu.
"Sem estrelas, então você não está falando com ninguém. Bronzeamento, talvez? Você vai que tirar mais algumas camadas para isso," ele dá uma piscadela para Regulus.
"O que?"
"Eu disse—"
"Não—cale a boca—eu ouvi você."
James ergue as mãos em sinal de rendição. "Ei, você que perguntou."
"Eu quis dizer—" Regulus se interrompe, esfregando os olhos. "O que você está fazendo aqui?" sua voz treme.
"Olhando para você descaradamente."
"Não—pare com isso—pare," ele está tremendo. "Você não pode estar aqui."
"Reg," a voz de James fica suave e faz cada parte de Regulus – cada pensamento e sentimento e memória que ele é feito – desmoronar em pó.
"Não," ele balança a cabeça. "Me diga que isso não é—que isso não é real. Você não pode estar aqui."
"Reg," ele soa mais perto, mas Regulus não consegue abrir os olhos.
"Eu fiz a coisa certa," sua voz vacila.
"Eu sei."
"Você deveria estar bem. Eu fiz a coisa certa, perigosa e estúpida, mas eu fiz isso para que você ficasse bem. Você deveria estar bem."
Regulus não sabe como pode estar lutando para respirar quando ele nem tem pulso.
"Reg," naquela mesma voz suave. "Olhe para mim?"
"Não."
"Por favor?"
"Vá embora. Por favor, vá embora. Por favor, não esteja aqui. Não esteja aqui. James, você não deveria estar aqui. Você estava tendo um bebê."
"Estava tendo—bem, Lily estava tendo se estamos sendo técnicos sobre isso."
"Isso não é engraçado."
"Reg," ele suspira. "Por favor, olhe para mim?"
Ele não quer. Ele realmente não quer. Então ele não tem ideia do porquê ele olha, mas ele nunca foi capaz de se controlar com James. O jardim volta ao foco, os olhos de James colidindo com os dele.
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Choices
FanfictionPessoas cometem erros. Na maioria das vezes, pensa James, você deve perdoá-las. Se elas estão arrependidas. Se elas estiverem falando a verdade. Ele mesmo tomou algumas decisões questionáveis em sua vida. Alguns erros. Todo mundo está apenas tenta...