PARTE I: SIRIUS
Ele pisca para acordar, o maxilar estalando enquanto ele boceja. Ele lançou um feitiço de aquecimento ontem à noite, mas deve ter acabado porque ele pode sentir a mordida fria do vento através da casa rachada e sem vida. Está tudo bem, porém, sua pele o mantém aquecido o suficiente.
Ele não tem pensamentos adequados como um cão.
Ou sentimentos adequados.
Ele ainda é ele, ainda no controle. Mas ele também é... animal. Tudo é filtrado por esse novo corpo, esses novos sentidos, esse novo cérebro. Ele ainda é Sirius. Mas ele é apenas Sirius, o cachorro, não o garoto. Quando as coisas se tornam muito difíceis de lidar, é mais fácil ser assim. As coisas que doem — pelo menos assim — ficam indiferentes.
Seu primeiro pensamento real, quando ele acorda, é Moony.
Moony, Moony, Moony.
Este lugar tem um cheiro tão forte dele, ele está nas tábuas do assoalho, no colchão, enchendo o nariz de Sirius e envolvendo seu peito. Ele geme, enterrando mais a cabeça nos cobertores empilhados ao seu redor.
Moony, Moony, Moony.
Mesmo sendo um cachorro, Sirius sente falta dele. Mas ele não pode ir até ele. Não pode falar com ele. Não pode falar com ninguém. Sirius bufa, arranhando o colchão. Ele só quer ser um cachorro. Para caçar e dormir e não ter que sentir aquela dor no peito toda vez que lembrar que as pessoas mais importantes de sua vida estiveram mentindo para ele.
É realmente engraçado, que é Regulus quem mais uma vez provou a Sirius que ele não pode confiar em outras pessoas. Talvez ele tenha planejado isso. Seria tão típico de sua mãe tentar ensinar-lhe uma lição seduzindo seus melhores amigos para longe dele.
Quando você vai aprender, irmão? Ele pode ouvir a voz sarcástica de Regulus tão claramente que seus lábios realmente se curvam para trás, os dentes se arreganhando só de pensar nele.
Todo mundo te decepciona, a voz continua. Nenhum deles se importa com você. Quer dizer, como você pode ser tão estúpido? Depois de tudo? É por isso que o Lorde das Trevas vencerá. Os apoiadores de Dumbledore não passam de um bando de decepções estúpidas.
Outro gemido escapa de Sirius sem sua permissão.
Não.
Ele não pode voltar.
Não pode enfrentar nenhum deles.
Então, ele vai ficar aqui. Por enquanto.
Caçar e dormir e passear pela floresta. Então voltar e se deitar em cobertores que cheiram a Remus e fingir que isso não está o partindo.
PARTE II: JAMES
James está um desastre.
Ele está desde o Natal. Talvez até antes disso.
Ele se sente sendo rasgado em um milhão de direções. Ou talvez mais precisamente, em duas direções, mas com a força de um milhão de mãos. Sirius ou Regulus. Quem ele vai atrás? Por quem ele luta? Os dois, seus pensamentos insistem com veemência. Eu amo os dois. Eu preciso dos dois. Mas ele não tem certeza se a vida funciona assim.
A noite passada é um borrão:
"Talvez devêssemos ir para Dumbledore?" Lily havia sugerido enquanto observava James andando pelo escritório do Monitor, uma vez que ele não conseguia mais olhar para o mapa. No local, a goles estava pairando.
"Eu não sei," James disse. Porque ele realmente não sabia. Ele sabia que Regulus não iria querer isso, que ele não confiava em Dumbledore, e James não tinha certeza se ele estava errado em não confiar.
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Choices
FanfictionPessoas cometem erros. Na maioria das vezes, pensa James, você deve perdoá-las. Se elas estão arrependidas. Se elas estiverem falando a verdade. Ele mesmo tomou algumas decisões questionáveis em sua vida. Alguns erros. Todo mundo está apenas tenta...