Capítulo Trinta e Sete

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HOGWARTS 1013

PARTE I: SALAZAR

Há uma sala no castelo que se revela apenas quando é mais necessária. Não pode ser vista em nenhum mapa ou localizada por nenhum feitiço. Uma vez que seus ocupantes mantidos estão dentro em segurança, a sala cuida deles, fornecendo-lhes tudo o que precisam – estar confortável, estar satisfeito, ser feliz. A ideia tinha sido de Salazar, os outros cederam. Satisfazendo sua paranóia. Ter um lugar seguro para se esconder é muito importante para Salazar. É, de fato, a razão pela qual ele está vivo.

Quando ele tinha seis anos, sua mãe o acordou uma vez no meio da noite. Houve muitos gritos e pessoas correndo. Toda a sua família vivia em uma pequena cabana no campo. Seus irmãos, primos e tios trabalhavam nos campos, enquanto as mulheres lavavam, semeavam e cozinhavam. A casa estava repleta de pessoas, risos e vida. Salazar amava. Amava todos eles. Mas naquela noite os gritos não foram bêbados ou alegres. Foram de medo.

"Venha, meu querido, meu doce, venha, venha," sua mãe o acariciou enquanto o carregava para fora da casa e pelo gramado dos fundos em direção ao pequeno galpão que costumavam guardar ferramentas e carne seca. Ela havia empurrado caixotes e outros detritos antes de colocar um cobertor no chão no canto e gesticular para que ele se deitasse. Salazar estava cansado demais para fazer perguntas.

"Durma agora, querido," ela beijou o topo de sua cabeça. "Tudo ficará bem. Mas você deve ficar aqui, sim? Sem se mexer, sem fazer nenhum barulho, não até que eu venha te buscar, tudo bem? Sal?"

"Tudo bem, mamãe," ele falou arrastado, já meio adormecido.

"Bom menino."

Ele estava vagamente ciente dela movendo as coisas de volta para seus lugares na frente dele. Escondendo-o de vista.

Essa foi a última vez que ele viu sua mãe.

A última vez que ele viu alguém de sua família.

A cidade trouxa à um dia de viagem tinha ouvido rumores sobre eles. Sobre o que eles eram. Como bons cristãos, eles não podiam permitir que tal abominação continuasse. Uma família de bruxas e bruxos. De adoradores do diabo.

Salazar nunca saberia exatamente o que aconteceu. Por que sua família não usou magia contra eles. Ou se eles tinham usado, por que tinha falhado. Ele estava dormindo no galpão. E quando ele acordou, sua família estava morta, sua casa fumegando ao nascer do sol. As chamas não se apagaram completamente.

Ter um lugar para se esconder é importante para Salazar.

É especialmente importante em um lugar que é feito para crianças. Hogwarts está viva - não é apenas um prédio, mas um ser vivo que pensa, sente e age. É o protetor de cada criança dentro de suas paredes. Uma mãe de aluguel. Que manterá seus filhos seguros quando os monstros vierem procurá-los no meio da noite. É por isso que ele adicionou a sala aos planos da escola, porque ele descobriu o complicado e trabalhoso feitiço necessário para tornar isso possível. Ele passou meses nisso, para que estivesse lá em caso de emergência. Quando os alunos mais precisassem da mãe.

E, no entanto, a primeira vez que a sala foi convocada, não foi por um estudante assustado que precisava de abrigo. Foi por dois homens, parados em um corredor sombrio, vozes baixas e desesperadas, mãos ainda mais. Deu-lhes um lugar para se esconder. Para estarem juntos. Para estarem seguros – não necessariamente de monstros, mas de todos os outros. Todos que nunca entenderiam.

Essa não é a necessidade que Salazar havia previsto quando construiu a sala. Não era uma necessidade que sequer lhe ocorrera. E, no entanto, por anos, ele se encontrou aqui, de pé nesta sala, criada apenas para os dois. Ele havia parado de ver ela como um espaço de desespero, de último recurso, e começou a pensar nela como um lar. Uma palavra que ele não usava desde os seis anos de idade.

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