Capítulo Quarenta e Sete

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PARTE I: JAMES

Os funerais de seus pais são realizados dois dias depois que Remus volta. As pessoas enchem a casa dos Potter, fazem fila na rua. Elas trazem flores, comida e álcool. Elas trazem fotos. De sua mãe quando era pequena. De seu pai depois de vender sua primeira poção. Dos dois dançando em seu casamento e sorrindo para a câmera.

Lily fica de um lado dele e Sirius do outro. Remus está lá. Peter. Mary, Marlene, Dorcas, Alice, Frank. Eles constroem muros ao redor dele. Eles ficam de guarda. Nunca saindo do seu lado. É um dia sem fim e brutal. Talvez ele devesse se confortar com isso. Em quantas pessoas amavam seus pais. Quantas vidas eles tocaram. Talvez ele devesse pensar que eles estão em um lugar melhor. Que ele vai vê-los novamente. Mas ele não faz isso. Ele passa o dia inteiro sentindo a ausência deles como pedras no peito. Ele passa a noite tentando descobrir como ele vai preencher o buraco gigantesco que eles deixaram para trás.

Ingenuamente, James acha que enterrar seus pais vai ser a pior parte de sua semana.

Não é.


"Nós devemos fazer o nosso melhor para capturar o maior número deles possível," Frank está dizendo enquanto coloca suas luvas de vôo. "Informação é o que precisamos agora." Sua voz é firme, ele não parece nervoso, ou como se estivesse dando ordens, ele está meramente aconselhando.

"Mas certamente não precisamos de todos eles para obter informações," Sirius está girando sua vassoura preguiçosamente em sua mão direita como um bastão. É difícil vê-lo durante a noite, com sua jaqueta de couro preta, jeans e botas. Seu cabelo está puxado para trás em um coque, então pelo menos seu rosto está claro.

"Não," admite Frank com relutância, "Não precisamos de todos eles."

Sirius sorri, os dentes se prendendo ao luar. "Bem, então vamos matar alguns filhos da puta."

A boca de Frank forma uma linha fina. "Cuidado, Sirius," ele diz, depois de uma pausa de um minuto. "Você está começando a soar como eles."

"Ainda bem que estou do seu lado, não é, garoto Frankie?" ele pisca, jogando uma perna por cima da vassoura e empurrando o chão.

Frank o observa ir antes de virar seu olhar impressionado para James, que revira os olhos. "Ele está se exibindo," James pega sua própria vassoura na mão. "É só para esconder o quão nervoso ele está."

Frank não parece convencido. "Ele vai ser um risco lá em cima?"

Isso irrita James. "Ele já foi um risco no céu?"

"Você realmente quer que eu responda isso?"

"Sim," o olhar de James encontra o de Frank e não vacila. "Ele pode nem sempre ter ouvido o que você disse, mas ele nunca fez uma escolha que não acabou nos levando ao gol."

Ele pode ver Frank cerrar os dentes, sabe que ele está infeliz por não poder dar um exemplo para provar que James está errado. Eles podem já ter fodido com tudo, mas nem James nem Sirius nunca deixaram de levá-los à vitória.

"Isso não é Quadribol," Frank diz finalmente.

"E Sirius não é um risco," James combina com seu tom.

"Do que vocês estão falando?" Alice chama, Mary e Marlene começam a se aproximar.

James segura o olhar de Frank por mais um segundo antes de desviar os olhos. "Nada. Hora de ir. Estão prontos?"

"Onde Sirius está?" Mary pergunta enquanto os outros dois acenam.

James gesticula para cima. "Já voando," ele monta sua vassoura. "Fiquem em formação, sim? Não quebrem ela, pelo menos não até que a luta comece. Nós queremos ter prisioneiros no final disso, não corpos," ele lança um olhar para Frank e o outro garoto abaixa a cabeça em agradecimento. "Eles não servem para nós se estiverem todos mortos."

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