Depois do ocorrido, consegui assistir ao final do jogo (pelo menos isso). O clima estava meio estranho entre Rony e Hermione, pois o garoto andava se agarrando com Lilá Brown, e isso magoara profundamente minha amiga. Preferi não interferir; eles acabariam se resolvendo, e eu sabia disso. Tive pena de Harry por ter que ficar no meio do fogo cruzado, sem saber o que fazer, mas... Eu tinha que convidar Fred para a festa de Slughorn e eu não podia interferir. Só Deus sabe o que nos aconteceria se eu interferisse na vida daquelas pessoas ao meu redor; eu, tecnicamente, não fazia parte das vidas deles.
Falando na festa, ela se tornou novidade. Todas as meninas queriam ir acompanhadas por Harry — afinal, ele era O Escolhido, O Eleito para destruir o Lord das Trevas. Eu queria ver a cara delas quando vissem Harry levando Luna. Seria algo interessante a se presenciar.
No dia da festa, lá estava eu com um belo vestido roxo de alças finas, que era completamente colado ao corpo e longo. Estava esperando por Fred no hall de entrada do castelo. Assim que ele chegou, me deu um selinho carinhoso e juntos fomos à festa.
Eu sabia o que Malfoy tentaria aprontar naquela noite, mas decidi não me preocupar, nem ao menos tentar interferir. Estendi a mão e ele recusou a ajuda. Se ele queria afundar, problema dele. Eu tinha uma noite para curtir com Fred, e era isso o que importava.
— Como vão as coisas? — perguntei a ele enquanto caminhávamos rumo à festa.
— Ótimas — disse. — Os negócios vão bem, meus pais estão bem...
— Que bom. — Sorri.
— Sabe — começou —, você bem que podia passar o natal comigo. Digo, você...
— Claro — concordei. — Vou passar uns dias com meus pais e depois vou passar uns dias com vocês.
Ele sorriu.
— Eles estão ansiosos para te conhecer.
Na festa, continuamos a conversar bastante sobre tudo, até que...
— Profº Slughorn, encontrei este rapaz se esgueirando por um corredor lá de cima. Ele diz que foi convidado para a sua festa e se atrasou na saída. O senhor lhe mandou convite? — perguntou Filch.
Era Malfoy.
— Está bem, não fui convidado. Estava tentando penetrar na festa, satisfeito?
Tão lindo quando é arrogante... O que eu estou dizendo?! Pelo amor...
Seu olhar encontrou o meu e ele me olhou de cima a baixo, fazendo uma careta. Fred tinha os braços ao redor de minha cintura, me abraçando.
Bem, se ele pode me olhar de cima a baixo, eu também posso olhá-lo. E o fiz. Ele estava vestido num terno totalmente preto, e o contraste da cor com a pele e os cabelos era marcante. E lindo.
Desviei os olhos e fique de costas para ele, agora olhando para Fred. Ele também estava lidíssimo. Fred me beijou e eu nem notei quando Malfoy foi embora.
Eu fui dormir tarde naquela noite. Quando a festa ficou meio sem sal, eu e Fred fomos andar pelo castelo, e depois ficamos nos terrenos do mesmo. Estaríamos ferrados se Filch nos pegasse (principalmente eu, como aluna), mas nem me importei. Era tão bom ficar com Fred. Tão fácil. Ele era uma pessoa divertida e animada. Fazia-me rir constantemente e isso me deixava bem. Feliz.
Depois da festa, não vi Malfoy. Mesmo no Expresso de Hogwarts, não o vi. Entrei no compartimento e sentei ao lado de Harry. Rony e Hermione estavam monitorando o trem.
— Nos veremos em breve? — Harry quis saber.
— Sim — respondi. — Vou passar o natal com vocês.
— Que bom. — Ele sorriu.
Quando já estávamos perto de Londres, saí do compartimento e fui colocar minhas roupas de trouxas. Vesti uma blusa bem fina por baixo das muitas outras grossas. Enquanto em Londres nevava, no Brasil o sol estava insuportavelmente quente. E eu nem precisava estar no país para saber.
Fred e Jorge me esperavam na plataforma, assim como os outros Weasley esperavam por Harry, Rony e Gina. Os pais de Hermione também estavam lá.
— Olá, Sra. Weasley — eu disse com confiança assim que cheguei perto o bastante. — Sou Gabriella Munis.
— Oh, querida — disse ela. — Fred fala tanto de você. Vi que não exagerou ao falar de sua beleza.
Eu corei e olhei para Fred, depois virei-me para o pai dele.
— Olá, Sr. Weasley.
— Olá, Gabriella. — Ele estendeu a mão para apertar a minha. — Dumbledore me falou muito sobre você.
— Verdade? — perguntei, surpresa.
— Sim.
— Gabriella, querida. — A Sra. Weasley pediu por minha atenção. — Venha passar o natal conosco.
— Eu irei — garanti. — Mas vou ficar um tempo com meus pais.
— É claro — concordou.
— Você me leva? — perguntei a Fred, assim que o diferenciei do irmão. Isso levou dois segundos.
— Por que o George vai te levar? — perguntou o outro.
— É o Fred quem vai me levar.
— Mas eu sou o Fred! — Exclamou, indignado.
— Não é, não. — Peguei a mão de Fred. — Você é George.
— Como pode não reconhecer seu namorado?
— Eu reconheço, George. Estou segurando a mão dele.
Todos a nossa volta observavam. Deviam estar se perguntando se eu estava certa. Em geral, nem a Sra. Weasley sabe quem é quem.
Mas eu sei.
— Como você sabe que eu sou Fred? — O mesmo quis saber.
Eu sorri.
— Segredo.
Ele sorriu marotamente ao me beijar.
— Sabe, eu mataria o George se ele fizesse isso. — Ele se referia ao beijo.
Eu ri.
— Tchau, George.
Despedi-me de todos e caminhei para o portal que levaria ao mundo trouxa. Mas, enquanto conversava animadamente com Fred, esbarrei em uma pessoa.
Como eu amo esbarrar nos outros!
— Me desculpe! — Olhei para o rapaz alto, de cabelos muito claros, olhos cinza. Céus, isso só pode ser brincadeira.
— Mas o quê...? — Ele não terminou a frase, olhando para Fred. — Ora, se não é um dos Weasley.
Bufei.
— Vamos, Fred.
— E ela? Quem é? — Narcisa Malfoy quis saber. Olhando para ela, é fácil ver porque Draco era tão... Eca.
— Gabriella Munis, a mais nova celebridade da escola. Devia ser a primeira dama do Potter.
Arqueei uma sobrancelha.
— Perdeu os pais tragicamente também? — Ela fingiu tristeza.
— Não. Só é uma bruxa um tanto...
— Diferente — completei. — Foi um prazer conhecê-la, Sra. Malfoy. Passar bem.
Lancei um olhar inexpressivo a Malfoy, mas ele nem viu. Só encarava Fred e parecia bravo.
— Vamos, Fred. — Olhei minhas malas e as fiz sumirem no ar, sem varinha. A Sra. Malfoy arregalou os olhos ao ver isto, mas nada disse. Puxando Fred pela mão, atravessei o portal, e logo estávamos aparatando rumo ao Brasil.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Bleeding Love Life Lies I
RomanceA minha vida mudou drasticamente. O que antes era apenas fantasia, agora é total realidade. Eu tenho de viver cada dia como se fosse o último, pois eu não sei como vou acabar nessa história. Eu posso morrer a qualquer momento. Só o que eu não posso...