Capítulo 23 - Fighting And Bleeding

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Draco foi o primeiro a sacar sua varinha. Harry logo o imitou e eu já sabia no que ia dar. Fiz o feitiço da desilusão para não ser vista pela Murta-Que-Geme (que logo apareceu), e nem por Snape. 

— Não! Não! Parem com isso! Parem! Parem! — Murta-Que-Geme surgiu e, do nada, começou a gritar. Acho que ela vira tudo, desde antes de Harry chegar, e só então se revelara. Vai saber. 

— Cruci... 

— SECTUNSEMPRA! 

Foi pior do que eu imaginara ver aquela cena. Meu coração disparou, ansioso por cuidar de Draco e socar Harry por tê-lo machucado. Murta-Que-geme saiu gritando como uma retardada: 

— Crime! Crime! Crime no banheiro! Crime! 

Snape chegou ali e eu fiz o possível para não me entregar. Ele aos poucos conseguiu curar Draco, o que eu já sabia que aconteceria, mas não consegui me acalmar até ver surtir efeito. Assim que isso aconteceu, Snape levou o garoto para a ala hospitalar, para que ele recebesse mais cuidados. Pus-me para fora, onde encontrei Harry. Desfiz o feitiço, tornando-me visível. — O que você estava fazendo no banheiro com Malfoy? — perguntou-me. É claro que, aos olhos dele, isso era totalmente estranho. — E por que você está chorando? 

Arfei. 

— Depois eu... explico, eu tenho... tenho que... 

Eu simplesmente saí correndo pelos corredores até a ala hospitalar, onde encontrei Snape ainda na porta. Ele não falou nada, apenas me lançou um olhar do tipo "eu sei o que você fez" e se foi. Eu sabia que ele iria procurar encrenca com Harry (como sempre). 

Adentrei a ala hospitalar e vi Madame Pomfrey cuidando de Draco. 

— Não pode ficar aqui, querida — disse ela. 

— Preciso — eu disse, num tom forte que nem parecia minimamente afetado pelo choro recente. Para minha surpresa, Madame Pomfrey não replicou. 

Sentei-me ao lado dele, numa cadeira que estava por perto. Segurei sua mão quando Madame se afastou e nos deixou "à sós". Ele não disse nada, nem se mexeu. 

— Dói muito? — perguntei com uma careta. 

Draco virou seu rosto para mim e eu pude ver o ferimento que já cicatrizava. 

— Não. Agora, não. 

Cheguei mais perto e toquei seu rosto, primeiro na parte livre de ferimentos e depois sobre um deles. Parecia ter dias, e não minutos. Ele fez uma careta; claramente eu lhe causara mais dor. 

— Seu toque é suave — comentou. — Seus dedos estão tão frios que chega a ser bom. 

Eu sorri. 

— Fique bom logo. 

Sua expressão rapidamente tornou-se sombria. 

— Maldito Potter... 

— Draco. — Meu tom de repreensão fez com que ele me encarasse. 

— Ele me machucou de propósito — protestou. 

— Não foi de propósito — repliquei. — Ele foi burro; nem sabia para que servia aquela maldição. Mas vamos ser francos: você também não estava tendo a melhor atitude. 

— Isso, defenda o Potter — reclamou. 

O ciúme era explícito em sua voz. Eu sorri com isso. 

— Querido, você ia usar a Maldição Cruciatus. 

Ele não se deixaria culpar. 

— Sem danos físicos. 

Bufei. 

— Harry é meu amigo e sei que ele não usou essa maldição com intenção de te machucar. Ele não conhecia o Sectumsempra. 

— Mas você conhece. 

— Sim. 

Apertei mais sua mão entre as minhas, sentindo uma vontade crescente de dizer a ele tudo o que eu sentia, mas nada disse. Apenas olhei em seus olhos, esperando que ele visse ali meus sentimentos. 

— Eu queria ficar aqui com você, mas eu não posso — eu disse. — Volto amanhã, assim que puder. Isto é, se você quiser. 

— É claro que quero que você venha — disse. — Mas... 

— Mas? 

— Eu quero um beijo. — Ele sorriu. 

Eu ri, olhando para Madame Pomfrey. 

— Confundos

Ela pareceu confusa por um instante, e eu sorri com malícia para Draco. 

— Te amo. — Não resisti em dizer, mas... falei em português. Ele piscou, sem entender, e eu o beijei com vontade. E as famosas borboletas ficaram inquietas em meu estômago. 

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