Capítulo 14 - O Presente

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Foi tão estranho voltar ao Brasil depois daquele trimestre em Hogwarts. Era tudo tão comum, tão... Trouxa. Eu já me acostumara ao mundo bruxo. Até sentia falta de fazer magia. 

Okay, admito. Eu fiz magia, sem varinha, é claro. Difícil resistir à tentação. 

Meus pais estavam com muita saudade. Aproveitaram ao máximo o tempo que tinham comigo, pois eu disse que queria visitar os Weasley (e teria, de qualquer forma, já que, assim que o natal passasse, retornaríamos à escola). Não contei nada sobre Fred; apenas disse que ele viria me buscar. 

Em cada tempo livre que eu tinha, não conseguia pensar em outra coisa que não fosse Malfoy e em como tudo isso estava sendo difícil para ele. E depois eu me sentia idiota por pensar assim. Para ele, eu era só mais uma nascida trouxa (para não dizer nome pior), mais uma a ser provocada. Contudo, eu não entendia essa confiança que Dumbledore tinha em mim, como ele acreditava que eu podia mudá-lo. Eu sabia que não podia, mas faria o que estivesse ao meu alcance, por Dumbledore. 

Fred foi me buscar para o natal na casa dele. Harry estava ansioso para falar com o Sr. Weasley sobre Malfoy. Se havia alguém mais obcecado por Malfoy que eu, este alguém era Harry. 


Desci as escadas rapidamente; Fred e George jogavam Snap Explosivo com Gina, Harry rondava o Sr. Weasley, a Sra. Weasley ouvia uma música... estranha. Gui e Fleur conversavam, e Rony, por sua vez, os observava. O único que me deu atenção ali foi Remo Lupim. 

— Lupim? — perguntei. 

Ele sorriu. 

— Presumo que você seja a Srtª. Munis — disse. 

— Gabriella — corrigi. 

Puxei uma cadeira para perto dele e sentei de um modo rude, com meu pé sobre o acento, queixo no joelho e mãos sobre o All Star. 

— Dumbledore falou a seu respeito. 

— E os meus livros, sobre você. — Eu ri. — E sobre todos os outros. 

Ele riu. 

— Tudo isso deve estar sendo complicado. 

— Sinceramente? — Sentei de um jeito mais educado. — É estranho, mas já me acostumei. Confio em Dumbledore, apesar de não acreditar em tudo o que ele crê. 

— Como assim? 

— Sabe, Lupim, eu não sei se posso falar muito disso, mas... — Dei de ombros. — Dumbledore acredita que o amor pode mudar tudo; disso você já sabe. 

— Isso é fato — rebateu. 

— Bem, eu não concordo — eu disse. — Nada pode mudar Voldemort. 

Percebi que ninguém gostou de ouvir o nome dele. 

— Bem, isso... 

— Esse é o ponto — eu disse. — Pode até salvar uma vida... — Meus olhos dispararam para Harry e ele me encarava. — Mas, o modo dele... O ponto de vista dele... — Suspirei. — Basicamente, o que ele espera não é o que eu creio, exatamente. 

— E no que você crê? 

— Acho que o amor não pode tirar a maldade das pessoas. Só isso. 

Lupim ponderou. 

— Ele te pediu para fazer algo, não é? — Quis saber. 

— Basicamente, sim. 

— O quê? — Harry quis saber. Eu olhei nos olhos dele, pensando num modo de dizer a verdade. 

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