Capítulo 4 - Ignorância

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— Ah, vê se olha por onde anda, idiota! — Draco Malfoy berrou para mim, olhando-me daquele jeito extremamente arrogante. Eu corei. 

— Desculpa! Céus, perdoe-me... 

— Como ousa falar comigo? — Ele me olhou com desprezo. Ah, isso me estressou, e você nem sabe como. Eu simplesmente odiava pessoas que agiam dessa maneira, como se fossem melhor que todo mundo. 

— Simples. Eu "ouso" — fiz aspas no ar — falar com você porque meus pais me deram educação, diferentemente dos seus. Não falaria contigo se eu não tivesse esbarrado em você por acidente. Então, não se ache a última bolacha do pacote, querido. 

— Acha que seus pais trouxas são melhores que os meus? — Ele arqueou a sobrancelha, um sorriso falso brincando em seus lábios. — Acha que a sua família de sangue ruim é melhor do que os Malfoy? 

— Antes trouxas de sangue ruim que Comensais da Morte — deixei escapar. Sabia que tinha sido um baita erro. Como, por Deus, uma aluna nova — e nascida trouxa — pode saber quem são os pais de uma pessoa que ela nem deveria conhecer e o que eles fazem? Eu podia ser mais burra?! 

Que saco. 

— O que disse? — A expressão dele era furiosa. Mais ainda, na verdade. Ele já estava furioso. 

— Todos lêem O Profeta Diário — improvisei. Graças ao meu bom Deus, minha voz não tremeu e nem falhou, nem nada do tipo. Sabia que não acharia uma desculpa melhor. — Ora, Malfoy, faça-me o favor. Você acha que ter sangue puro quer dizer tudo? Acha mesmo? 

Ele riu. 

— Claro, sujeitinha de sangue ruim. 

Pensei que não ia me incomodar com isso, mas me irritou. Não era uma ofensa muito grande, mas não deixava de ser uma ofensa. Na verdade, quando eu era apenas uma fã — quando Harry Potter era apenas uma personagem —, isso nem me parecia tanto algo que ofendesse. No entanto, agora... 

Meti a mão na cara dele. Estilo trouxa, mas melhor que lançar um Avada, né? 

— Sua... — Ele pôs a mão nas vestes para puxar a varinha. Então agora ele queria duelar? Perdi de vez a razão. 

— Petrificus Totalus! — Minha mão estava entendida em direção a ele. Minha voz era irritada. 

Ele imediatamente ficou congelado e totalmente paralisado, como uma estátua. A única diferença era que estátuas não encaravam as pessoas. Seus olhos me miravam com pavor, agora. Só que isso não me deixou feliz. Eu queria estar em igualdade. Não era legal ter uma pessoa que nem podia se mover... Que graça tem brigar assim? O libertei do feitiço e ele tentou fugir, mas eu o empurrei de costas na parede, usando as mãos mesmo. Ele me encarava, dividido entre o medo e o ódio, de um jeito muito familiar a mim. Aproximei-me até estarmos quase tocando nossos narizes. 

— Você é um filho da mãe de um marrento, sabia? Foi um acidente. Eu  esbarrei em você, ok? Não foi por mal. De hoje em diante, eu vou ficar a metros de distância, não vou nem dividir o mesmo ambiente contigo, se possível. Mas espero que não venha mexer comigo, Malfoy, ou aí teremos contas a acertar. 

Furiosa, soltei-o num movimento brusco, e ele não tirava os olhos de mim. Ficamos apenas nos encarando. 

— Gabriella? 

Pulei quase meio metro ao me virar para encarar quem me chamara. 

— Harry — eu disse. 

— Ora, ora, se não é o Santo Potter — zombou Malfoy. — Está doendo muito o seu nariz, Potter? 

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