Sunny Henderson era muitas coisas, mas egoísta não era uma delas, a garota conhecida em Hawkins por estar sempre sorrindo e ser trainee no escritório do delegado tomou para si a responsabilidade de ajudar sua mãe muito cedo.
Durante o conturbado pro...
Continuava olhando para parede, estava a horas na mesma posição, não conseguia fechar os olhos, eles sempre estavam lá.
Todos faziam morada na minha cabeça quando estava inconsciente ou quando estava vegetando, ou seja em praticamente todo momento.
Cedi a pressão da minha própria mente quando fechei os olhos e me encontrei em um lugar escuro, água molhava os meus pés e mais na frente uma dupla de pessoas podia ser vista.
Me aproximei, minha garganta se fechou quando reconheci tia Joyce e papai.
- ela foi embora, ela esta morta - o homem babulciava sem pausa enquanto tia Joyce tentava acalmá-lo - eu vejo ela em todo lugar, ela está em todo lugar - o desespero palpável do mais velho era torturante, me aproximei, e quando meus dedos alcançaram seu rosto passaram direto fazendo a imagem sumir como fumaça no ar, enquanto eu inutilmente tentava agarrá-la com as mãos.
Meu corpo se virava sem pausa para todos os lados e continha os impulsos de gritar pelo homem.
O barulho das chaves no início do corredor me fez abrir os olhos de imediato, os guardas estavam vindo.
A porta se abriu em um baque alto e eles sequer falaram comigo quando agarraram meus braços me arrastando para fora do cubículo.
Observava os corredores escuros e de aparência envelhecida enquanto era levada em silêncio de volta para sala de tortura, as celas lacradas por fora escondiam cada uma um preso diferente, os choros baixos ecoavam pelo local de forma sofrega e o mesmo acontecia com os gritos de dor de homens que provavelmente eram mutilados da pior forma possível.
Tive a camisa de força arrancada de meu corpo quando os oficiais tiveram que me prender pelos pés e mãos em quatro correntes que faziam meu corpo ficar completamente suspenso na vertical.
- algum efeito? E notícias do avião? - a voz do general russo questionou seus subalternos em um tom rude.
- nada, continua como antes - um dos homens disse receoso sobre a reação do superior que era temperamental - e o aviãoatrasou os oponentes desconfiaram, só vai sair amanhã.
O general se aproximou de meu rosto que se encontrava encarando a porta e parou para me observar, seus olhos corriam pela minha face e ele parecia me escanear.
- tragam dez doses - gritou e foi prontamente obedecido por seus soldadinhos de chumbo.
As agulhas foram deixadas em uma pequena mesa de metal ao lado do comandante que fez questão de injetar todas, a dor se esgueirava por cada parte do meu corpo e eu sentia que poderia ceder a qualquer momento, mas se isso ocorresse nunca seria na frente desses vermes.
