Sunny Henderson era muitas coisas, mas egoísta não era uma delas, a garota conhecida em Hawkins por estar sempre sorrindo e ser trainee no escritório do delegado tomou para si a responsabilidade de ajudar sua mãe muito cedo.
Durante o conturbado pro...
Gritos, era isso que eu escutava por todos os lados enquanto andava calmamente pelos corredores daquele inferno.
Explodia as portas das celas e apenas matava soldados, que aqueles outros tivessem a chance de pelo menos tentar sobreviver.
Me sentia viva como nunca, ninguém conseguiria encostar em mim, a não ser que quisesse ir se aconodar diretamente no colo de Satanás, estava melhor do que antes e iria diretamente para Hawkins, ainda não sabia como, mas iria.
Encarei a parte de fora da prisão e deixei um sorriso aberto escapar de meus lábios, estava respirando ar e não poeira.
Observei os prisioneiros que corriam sem saber o que fazer e ri quando vi o general se assustar com a minha presença.
- boo - proferi quando me aproximei e o homem pareceu vacilar as pernas que tremiam loucamente fazendo ele ir ao chão.
- me desculpe - ele chorava alto enquanto me olhava de baixo.
- hum, claro - disse sorrindo e aumentei a abertura dos lábios quando o velho começou a gritar pelas chamas que envolviam seu corpo - porque não desculparia? - perguntei e sai, passeava pelos corredores procurando algo de interessante, estava faminta e roupas decentes seriam bem vindas.
Meus olhos se encontraram com os de um oficial, Antonov se não me enganava, o homem fechou os olhos e pareceu esperar minhas ações, e quando nada aconteceu suas orbes me encararam confusas.
- some daqui - mandei secamente e o observei fugir.
Continuei meu tour premium, fui até a ala dos guardas que se encontrava vazia, não podia nem imaginar o motivo.
Me estômago roncou quando abri a porta de uma sala que parecia ser do general, e um sorriso brotou em meus lábios quando um pote de manteiga de amendoim foi visto em cima de uma mesa.
Andei rapidamente abrindo o frasco rápido, olhei ao redor e enfiei dois dedos no recipiente logo levando a boca, me senti uma imbecil quando meus olhos começaram a lacrimejar pelo gosto doce e familiar.
Comecei a vasculhar o quarto enquanto ainda comia e minha busca foi produtiva, achei roupas quentes e um estoque grande de dinheiro, com certeza iria precisar.
Depois de esvaziar o pote fui até o pequeno banheiro da sala, tranquei a porta e abri a torneira para lavar as mãos e pude me ver com nitidez pela primeira vez depois de quase um ano, exatos 214 dias.
Meu rosto não havia mudado tanto, exceto pelo fato de que agora meu cabelo não o contornava e isso o deixava ainda mais redondo.
Meu colo agora tinha ainda mais cicatrizes, decorrentes das torturas russas, não pude deixar de pensar em Steve, será que ele ainda estaria disposto a beijar elas?... será que ele me acharia repugnante pelo que fiz? Por ter matado tantas pessoas? Eles não eram inocentes, mas eram humanos.
