Como, por Merlim, posso responder uma carta como a que Draco mandou? Ou melhor, as cartas? Já era complicado só pensar a respeito, me expressar seria difícil. Perdi a conta de quantas horas perdi só encarando os pergaminhos, sem saber o que escrever e como escrever. Havia tanto que eu queria dizer, tanto que precisava dizer... Por diversas vezes tentei começá-la, mas como começar uma carta para uma pessoa como Draco Malfoy? "Olá, Draco querido?" Ou "Prezado Draco"? Eu querendo ou não admitir, nós éramos próximos o bastante para a informalidade e ao mesmo tempo afastados o bastante para tratar um ao outro como estranhos.
A pilha de pergaminho amassado ao meu lado no chão só aumentava e aumentava. Minha mão tremia toda vez que pressionava a pena sobre o pergaminho, escrevia míseras palavrinhas e desistia. Que covarde eu era. No fim, eu estava numa cena precária. Deitada na cama, encarando o teto de lona da barraca, perdida em pensamentos. Havia em mim uma barreira que me impedia de pensar nele e em qualquer coisa a ele relacionada. Eu mesma punha essa barreira. Eu já sofri tanto... Pensar nele só faria com que eu sentisse uma dor ainda maior, praticamente impossível de se superar. Com a primeira de muitas lágrimas, removi essa bendita barreira. A dor me tirou o fôlego e as memórias me invadiram de uma só vez.
N/A: Dê play na música agora!
(...) — Confie em mim, por favor, Draco. Eu imploro. Deixe que eu ajude você. Não faça essas coisas. Você está machucando as pessoas; primeiro a Bell e hoje será o Rony. Você tem que parar.
— Desista; eu não quero ferir seus amigos nojentos, mas vou fazer isso se for necessário. Não me importo com nada e nem ninguém. Não quero você aqui e não quero mais falar com você. Pare de tentar ser minha amiga, pois eu não te quero por perto! Fique longe de mim e não se meta mais em minha vida, sua sujeitinha de sangue ruim!
You don't want me, no
You don't need me
Like I want you, oh
Like I need you
(...) — Por que está me segurando? — perguntei. — Não vai querer se sujar com o meu sangue ruim.
— Gabriella...
— Olha, eu já me cansei de ouvir sua voz, okay? Fique longe.
(...) — Você ainda não descobriu quem te deu a pulseira, imagino — disse. — Quem quer que seja a ama. Te deu até o coração.
Eu sorri, olhando para o coração de cristal.
— Concordo — eu disse. — Mas tem uma coisa que eu não compreendo.
— O quê? — Ele levantou o olhar intenso para encontrar o meu.
— Como é "não ser amigo" para você? — perguntei. — Quando não se gosta de uma pessoa, Malfoy, se fica longe dela. Você me pediu para ficar longe e eu fiz isso. E, agora, do nada, você chega querendo minha atenção! — Ele abriu a boca para falar, mas eu não deixei. — Não sou um brinquedo, Malfoy; tenho sentimentos. E agora quem te quer longe sou eu.
— Eu nunca quis magoar você. — Seu sussurro rouco quase me fez amolecer. Quase.
— Chega, Malfoy. Eu não vou mais chorar por você.
And I want you in my life (E eu quero você em minha vida)
And I need you in my life (E eu preciso de você em minha vida)
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Bleeding Love Life Lies II
RomanceContinuação de Bleeding love Life Lies I "Juntar os pedaços de meu coração. Era essa a tarefa que eu agora tinha. Meus dias, contados ou não, seriam como enfrentar o deserto com roupas de inverno, ou talvez uma nevasca com roupas de verão. Eu não p...