Capítulo 13 - Casa dos Riddle

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Eu tenho que dizer, eu sou uma criatura de sorte. Sorte mesmo. Completamente sortuda. 

Ok, serei mais clara. 

Aquela maldição da morte não me acertou. Ah, passou perto, bem pertinho mesmo, e eu até senti o vento em minha face e etc. Mas ela passou e não me acertou. 

Mais uma vez: eu tenho muita sorte

O quê? Aposto que você andou pensando que eu escapei como o Harry, com uma cicatriz e coisa e tal. Mas não, de modo algum. Afinal, ele é o menino que sobreviveu e continuará sendo. 

Na hora, a expressão "cutucar onça com vara curta" passou pela minha cabeça, ao mesmo tempo em que minha mente se recuperava do choque e meu corpo daquela sensação de estar prestes a morrer. E, pouco a pouco, o medo deu lugar à raiva, depois ao ódio, e eu finalmente me sentia como uma fera, prestes a atacar. Minha fúria era tamanha que minhas mãos, em punhos, tremiam, e a varinha soltava fagulhas avermelhadas. Eu estava prestes a explodir. 

Ah, mas quem quase me matara ia se arrepender de ter nascido. 

— Acha que acertamos? — perguntou uma segunda voz. 

— Creio que sim — respondeu o que me atacou. Reconheci o tom manso. Fiquei estupefata por não tê-lo reconhecido antes. Ah, Merlin, pensei, enojada. — Vamos chegar mais perto. 

E então, pude vê-los. Todos eles. E, como eu percebera, era Lúcio Malfoy e mais três desconhecidos. Fora Malfoy quem me atacara, eu tinha certeza. 

Grunhi. Fiz um som estranho com a boca, cerrando os dentes, fuzilando-os com o olhar. 

— Vai se arrepender — avisei a ele e, com um grito agudo, ataquei-os. Eu não sei bem o que eu tentei fazer, mas então, inexplicavelmente, fiz o quarto todo explodir. Não foi uma explosão qualquer; as paredes voaram pelos ares, assim como o quarteto. O cômodo todo foi envolto por uma luz intensa, tanto quanto a minha raiva. Eu não sabia que tipo de feitiço fora aquele, mas uma coisa eu sabia: ele acabou com todas as minhas forças. 

Cambaleei e minhas pernas desabaram. As paredes tinham virado entulho, apesar de ainda haver pequenas partes delas no lugar, como um lembrete de onde aquele entulho todo saíra. A mobília estava em pedacinhos, e todo esse entulho escondia o quarteto. Do lugar onde eu estava — um círculo que escapou tudo, intacto —, observei o estrago que eu fizera, ainda sem acreditar. Tinha um cômodo destruído e quatro comensais inconscientes, e eles estavam sob meu poder. 

Depois de me recuperar do choque, percebi que isso era útil. E foi com isso em mente que conjuguei quatro cadeiras e os prendi a elas. 

Instantes depois, Malfoy demonstrou sinais de que recuperava sua consciência. Eu não sabia ao certo o que estava fazendo, e nem percebi, no calor do momento, como era arriscado. Nenhum deles tinha me visto, realmente. Eu podia simplesmente sair e deixa-los ali, sem entender muita coisa. 

Sem respostas para o poderoso Lord. 

Isso deveria lhes render uma tortura, né? 

Acontece que eu queria fazer a tortura pessoalmente. 

Os olhos de Lucius se cravaram nos meus, e a expressão confusa se tornou hostilmente obstinada. 

— Malfoy pai — saldei-o, em tom ameno. — Devo agradecer a você pela maldição da morte? 

— Pensei que tivesse acertado — disse, apenas. 

— Acertou — disse. 

A expressão dele foi interessante. Sarcasmo, dúvida, negação e, por fim, incredulidade. 

Bleeding Love Life Lies IIOnde histórias criam vida. Descubra agora