Caminhei durante vários minutos pela passagem que me levaria até a caverna, mas cada minuto mais parecia como uma hora inteira. Eu sentia dores em todo o corpo, e a exaustão falava mais alto. E como se não bastasse, meus sentimentos estavam completamente destroçados.
Depois do que me pareceu uma vida inteira, cheguei à caverna. Ela era completamente blindada com magia, o que me garantia uma proteção quase impenetrável — desde que eu não pagasse de idiota e falasse "Voldemort", tudo estaria ótimo. Vocês sabem por quê. O tabu e etc. Num canto, havia uma barraca que Severus armara tempos antes para quando esse dia chegasse. Posso ser boa em magia, mas em montar barracas... sou uma negação — tanto no mundo mágico quanto no trouxa.
Peguei uma velha panela enferrujada que estava no canto e conjurei fogo para me manter aquecida durante a noite. Entrei na barraca e dormi do jeito que estava.
-x-
Na manhã seguinte, acordei grogue, ainda vestindo o uniforme de Hogwarts com o símbolo de Potter. Sorri tristemente ao vê-lo.
Eu ainda sorria, bestificada, quando ouvi um ruído que me assustou para valer. Havia alguém comigo na caverna, e fosse quem fosse, chutou uma pedra no escuro ou coisa assim. Talvez fora isso o que me acordara. Tapei a boca, reprimindo um grito. Minha respiração era falha e meu coração estava frenético. Um momento depois, me lembrei dos meus feitiços de proteção, e isso acalmou um pouco meu coração.
Foi aí que eu ouvi um pio muito familiar.
— O que diab...? EDWIN?!
Durante todo esse tempo eu nem sequer me lembrei que tinha uma coruja. Juro por tudo o que há de mais sagrado. Eu me sentia uma idiota. Como podia tê-la esquecido assim?
E por onde andara — ou melhor, voara — durante todo este tempo?
Ela não podia nem me ver e nem me ouvir. Mas piava, irritada e insistente, como se dissesse "você não pode se esconder de mim, sei que está aí". Removi meus feitiços, receosa, e a coruja voou para perto de mim. Apressei-me em refazer todos os feitiços e então, finalmente, me virei para ela.
— Edwin! Oh, meu Deus, mas que dona desnaturada... Por favor, me perdoe!
Ok. Vamos esquecer a parte em que estou falando com uma coruja e eu não parecerei tão louca.
Edwin piou alto, um som ameaçador, como se me acusasse. Juro que não estou louca; ele realmente o fez.
— Não foi por mal... Juro, não foi mesmo por mal...
Um pio mais suave. "Eu entendo", era a mensagem.
— OWN, EDWIN, QUEM É A CORUJA MAIS FOFA?
Um pio arrogante (se é que isso é possível).
— Menos — eu disse.
Ele estendeu a perna e eu recolhi um rolo de pergaminho bem grosso. Sorri para a coruja e acariciei suas penas.
— Você deve ter sido bem esperto... aposto que esteve em Hogwarts este tempo todo, né? Ah, Edwin, você é muito esperto!
Argh, se coruja tem ego, o de Edwin é bem grande.
Desenrolei o pergaminho enorme, e comecei a ler.
Gaby!
Espero que não se meta em apuros por nossa causa. Você sabe, por esta carta. Só queríamos que soubesse das últimas novidades. Aposto que você ficou curiosíssima.
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Bleeding Love Life Lies II
RomanceContinuação de Bleeding love Life Lies I "Juntar os pedaços de meu coração. Era essa a tarefa que eu agora tinha. Meus dias, contados ou não, seriam como enfrentar o deserto com roupas de inverno, ou talvez uma nevasca com roupas de verão. Eu não p...