Entre pai e filha

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-2 dias depois-

Amanhã de manhã eu, a Bia e o Mauro vamos voltar para São Paulo. Hoje vamos ter mais um almoço juntando a familia inteira. Uma despedida.

Eu e o Lucas conversamos bastante esses dias, eu ainda não arrumei a bagunça que fiz entre a gente. Planejar alguma coisa dá mais medo do que fazer sem pensar na hora.

Ouço batidas na porta do meu quarto.

- Pode entrar! - Grito.

- Filha. - Era meu pai.

Ele fecha a porta e senta na minha cama.

- Que foi pai? - Questiono enquanto guardava alguns acessórios que estavam jogados na minha penteadeira.

- Você quer mesmo voltar?

- Para São Paulo? - Questiono.

- Sim.

- Quero, acho que lá eu consigo ser quem eu quero ser. Apesar de não sentir que realmente é o meu lar, eu gosto de morar lá.

- Quem tu quer ser?

Sento na cama ao lado dele. - Livre, pai. A minha mãe não acompanha a internet, ela não sabe o que acontece quando eu estou lá, mas aqui sim. Eu sei que por enquanto ela não está mais implicando com tudo porque ela quer aproveitar por enquanto que eu estou aqui, mas eu sei que se eu voltar a morar por aqui ela vai continuar a ser quem ela era comigo, e eu sei que você não pode controlar ela.

- Mas você precisa morar tão longe?

- Tem outra coisa também. Lá os estudos de moda são mil vezes melhores do que aqui, além de que tem milhares de oportunidades a mais.

- Só isso mesmo?

- Sim, pai.

- Não é não, filha, mas se você não quiser contar, não tem problema.

Suspiro. - Tá pai, mas o senhor não pode contar para a mamãe. Eu...conheci uma pessoa assim que me mudei...um cara legal, e esse foi o maior motivo pelo qual e terminei com o Gabriel. Você sabe que eu sou muito confusa, medrosa e ajo sem pensar, então eu...fiz umas besteiras, e eu não me orgulho nem um pouquinho, mas é que eu gosto da pessoa que eu conheci.

- E essa pessoa é aquele homem que te deu flores há uns dias atrás?

- ...é, pai. É ele. - Digo enquanto mexia nos anéis que tinha nos dedos. A gente começou a namorar depois que eu me mudei, mas outras pessoas vieram e...a gente terminou. Mas agora as coisas já estão meio que resolvidas, e eu sei que ele ainda gosta de mim assim como eu gosto dele. Apesar de que eu tenho 21 anos, eu sinto como se tivesse 17. - ri fraco. - Então as vezes eu preciso falar sobre essas coisas com alguém, e as unicas pessoas que eu confio são você e a Bia. Eu sei que vocês não vão me julgar.

- É muito triste que você não confie na sua mãe para essas coisas.

- Eu sei, mas ela que fez tudo ser assim. Eu não quero levar sermão todas as vezes que conversar sobre algo do tipo com ela.

- Eu só quero que você tome cuidado com essas coisas e...tenta fazer o que você quer, não pelos outros, e sim por você.

- Tá bom, pai. Obrigada. - Digo.

- Eu gosto de ajudar a minha filinha.

- Pai...eu disse que sinto que tenho 17 anos, não 12. - Digo fazendo ele rir. - E sabe o Henrique? Aquele garoto de quando eu tinha 12 anos?

- Acho que sim.

- Ele é um babaca, as vezes eu tenho vontade de bater nele. Ele foi o motivo da minha separação com o Lucas.

- O garoto é o Lucas? Teu vizinho?

- Aham. - Digo rindo.

- E o Henrique apareceu? - Ele questionou sem acreditar.

- Parece mentira, mas sim. Só que eu não quero mais saber dele, nem fakar sobre ele então...deixa pra lá.

- Tá bom. Pelo o que eu sei, esse Lucas veio até aqui só para falar com você. Por que você não convida ele para o almoço?

- É, pode ser. Eu só não sei se ele vai aceitar.

O meu pai as vezes faz o papel da minha mãe sem reclamar. Ele é o melhor pai que eu já pude ter. Ele com certeza é a pessoa que eu mais amo em toda a minha vida.

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