Capítulo 11

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Trust in me

Trust in me

Put all your trust in me

You're doin' morphine


Estava sendo um mês bastante agitado em Neverland. Michael vinha tendo alguns problemas com a gravadora, alguns conflitos com questões de contratos. Ele tinha algumas ideias para o novo álbum, queria algo grande, mas havia um clima de desconfiança constante sobre ele, algo construído pelos tabloides que não se cansavam de divulgar as histórias mais idiotas e malucas a respeito dele, o que fazia os patrocinadores terem muitos questionamentos.  Tudo isso só fazia a insônia e as dores de Michael piorarem. Carmen observava, se mantinha atenta, e tentava ajudar do modo que aprendera com as avós, fazendo chás para que ele tomasse a noite, recomendando banhos quentes para dormir, mas ela sabia que, no nível do problema dele, aquilo não iria resolver.

- Michael, eu queria poder fazer alguma coisa... Quer que eu leia algo para você? Isso geralmente dá sono, pelo menos em criança... - disse Carmen numa madrugada na cozinha, vendo o desespero do chefe em não conseguir pregar os olhos, mas fazendo-o rir com a proposta.

- Só você para me fazer dar risada... Vai fazer o quê? Me pegar no colo e me ninar? - perguntou ele, com os olhos fundos e quase marejados... Carmen não sabia, mas já fazia quase 48 horas que ele não conseguia dormir.

Além das preocupações que lhe tiravam o sono, tinham as dores de cabeça que nunca, nunca passavam. A maldita queimadura que, às vezes, parecia ainda estar queimando.

- Quer saber? Se for preciso, e resolver, bem que eu fazia isso mesmo! E eu não vou dormir enquanto você não dormir! - decretou Carmen, fazendo Michael revirar os olhos.

Mesmo sob protesto, ela o levou para o quarto. Ela já tinha trocado as roupas de cama que tinha lavado com essência de camomila: "dizem que acalma", explicou ela.

- Gosto do seu cheiro de lavanda. - disse Michael, um pouco grogue devido o efeito do remédio para dormir.

Carmen lia e relia a bula... Ele estava tomando a dosagem certa, mas ela só estava sendo o suficiente para deixá-lo zonzo. O peso dele não permita aumentar a dose e, mesmo que ele insistisse, ela temia dar a ele mais um comprimido, e temia mais ainda que ele tomasse quando ela saísse do quarto.

- Michael, vou ligar para o médico... O que acha? - perguntou.

- Ah... não... ele vai querer me furar com um monte de agulhas... eu não gosto. - reclamou.

Ele precisava parar de sentir a dor na cabeça para se concentrar no sono. Já tinha tomado todos os remédios que tinha... Precisava se sentir confortável... Mas, como?

Uma ideia maluca passou na cabeça de Carmen. Uma ideia perigosa.

- É a sua cabeça que está doendo? - perguntou?

- Sim... Não para de latejar. - respondeu ele, a voz ficando pesada e a fala lenta.

- Certo. Sente aqui na poltrona. Vou massagear seu pescoço. Quem sabe o alívio chega à cabeça? - propôs Carmen.

A poltrona do quarto de Michael era daquelas grandes, que podiam reclinar. Ela o sentou e pegou seu próprio creme hidratante em seu quarto. Escolheu o que tinha aroma de lavanda.

Primeiro prendeu o cabelo de Michael delicadamente em um pequeno coque. Ele permanecia com o aplique, mesmo em casa. Depois, pediu licença, pois precisaria desabotoar os dois primeiros botões da camisa do pijama.

- Ãh, Michael, você pode abrir um pouco a camisa? É só para não sujar...

- Ah... tá... tudo bem...

Michael Jackson - ImprovávelOnde histórias criam vida. Descubra agora