It seems you don't know
We reached the hightened mountain
Every time I seem to disappear
And together we will fly, we'll dance up in the heaven
I can really feel it when you're near
- Eu ainda acho que você não precisa fazer isso. - insistia Carmen, mesmo que eles já estivessem na porta da casa de Remy.
- Mas eu quero fazer. É o mínimo. O mínimo aceitável para mim. - disse Michael.
Assim que tocou a campainha, foi possível ouvir os passos e a porta se abriu: Remy esperava a visita da sobrinha e do ex-patrão.
- Entrem logo, antes que alguém veja vocês. - disse a senhora.
Depois das saudações, mais calorosas com Michael do que com Carmen, todos se sentaram em volta da mesa. Remy já tinha preparado biscoitos e chá. A hospitalidade mineira não permitia receber ninguém de mesa vazia, ainda que ela soubesse bem que não ia gostar da conversa.
- Bom Remy, eu fiz questão de vir aqui hoje porque, bom primeiro porque não tinha tido a chance de te agradecer pela indicação da Carmen... Eu realmente recebi um presente.
A boa educação pedia que Remy sorrisse e dissesse algo amável em resposta, mas a senhora simplesmente permaneceu calada.
Carmen achava aquilo extremamente constrangedor... Tinha vontade de dar um cutucão na tia e a educação de Michael a fazia se sentir ainda mais acanhada. Ele simplesmente continuava a sorrir e continuou
- Como acho que você já sabe, a Carmen está atuando como minha assistente agora e na verdade, acabou sendo mais do que isso...
- Não precisa continuar senhor Michael. - cortou Remy, muito bruscamente para o gosto de Carmen.
- Não precisa chamar de senhor, Remy... - disse Michael.
- Ah, precisa sim. Porque isso faz a gente não esquecer quem cada um de nós é. Carmen não devia ter se esquecido disso.
- Tia... por favor...
Remy se levantou. Foi até a janela e olhava o movimento.
- Como vai ser senhor Michael? Quando as perguntas começarem? Vão deixar o senhor apresentar ela como o quê? Assistente? É assim que você vai ser chamada Carmen?
- Remy... você conhece a minha vida, sabe que as coisas não são simples...
Carmen estava decidida a não deixar a coisa se alongar demais...
- Tia, por enquanto, fora de Neverland, eu sou apenas a assistente. Sou namorada dele dentro dos portões do rancho. Isso evita perguntas e essa parte toda que a senhora está preocupada.-
- Sim, eu sei. Imaginei que seria assim, e por isso estou perguntando. Mas como vai ser Carmen? Quando tiver uma festa? Daquelas grandes? Ele vai todo bonito, acompanhado daquelas moças bonitas e você vai ficar vendo da tv? E tudo bem, por que você não vai poder aparecer? Você vai ser feliz assim, vendo ele do lado daquele povo enquanto você lava a louça e arruma a gaveta dele?
Silêncio no ambiente. Carmen realmente não tinha pensado nisso... Eles não tinham falado a respeito.
- Tia... a gente só está começando... nós nos gostamos mais do que imaginávamos. Acho que posso aguentar...
- Se você aguentar um mês, aguentará um ano. Se aguentar um ano, ficará sempre nas sombras, presa no armário, como um segredo. Quer viver assim?
A verdade das palavras da tia batiam no peito de Carmen e quase a derrubavam. Talvez por isso ela evitava aquele embate: as dores da vida faziam Remy ter uma visão bastante real e crua das coisas... E pela expressão no rosto de Michael, as palavras da cozinheira tinham tido o mesmo impacto nele.
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Michael Jackson - Improvável
FanfictionSerá que uma pequena mudança, uma única decisão diferente, de um único personagem da narrativa da vida poderia ter feito os rumos de uma história mudar completamente? Carmen, assim como tantos brasileiros, fugiu da vida escassa do lado Sul da Améri...