Michael Jackson - Improvável

Capítulo 39

I am your joy

Your best of joy

I am the moonlight

You are the spring

Our Love's a sacred thing

You know I always will love you

Oprah queria uma baita entrevista, algo grande, ao vivo, rede nacional, mas isso levava tempo... Pelo menos três dias e eles não tinham tudo isso. Ela queria saber o motivo da pressa, e Michael alegou apenas que eles viajariam e queriam comunicar aos fãs antes disso, então a convenceu a fazer algo menor, apenas poucas perguntas sobre como ele e Carmen tinham se conhecido e prometeu que, assim que ele lançasse o novo disco, faria algo ao vivo com ela.

Carmen estava uma pilha de nervos... Todos estavam: a jornalista iria chegar no início da tarde e Branca esperaria apenas ela sair para ligar para Chandler. O combinado com Oprah é que a entrevista iria ao ar naquela mesma noite, como uma entrada especial no telejornal.

_ Michael... me ajuda... eu não sei o que devo usar, nem como me arrumar para isso... Também não faço ideia do que falar... - dizia Carmen, totalmente perdida diante do closet. Ela começou aquele dia sem jamais imaginar que precisaria se apresentar para a nação americana inteira assim, oficialmente. Já estava quase achando mais fácil deixar a maldita fita vazar mesmo.

Michael a olhava com carinho... Mesmo ele, já há tantos anos lidando com câmeras e perguntas, sentia-se totalmente invadido nestas situações, e não a julgava por estar nervosa.

_ Acho que você devia usar esse vestido vermelho. Fica bonito na sua pele. - disse ele, tirando a peça o cabide. - Deixe os cabelos soltos, aí você faz a maquiagem que a Karen ensinou, ou espera ela chegar. Eu pedi para ela correr aqui.

_ Certo... Eu vou pegar o colar que você me deu, ou ele é demais? Eu não sei ainda quando devo usar as essas coisas... - perguntou ela, andando meio que em círculos pelo quarto.

Ainda eram 10h da manhã. Seria muito difícil aguentar toda aquela ansiedade por tanto tempo. Michael sentia um nó na garganta. De certa maneira, tudo aquilo estava acontecendo por culpa deles, não era?

_ Pode usar. Vai ficar bonito. - respondeu ele, mas a cabeça estava longe.

Encostado na porta que dava para a pequena área externa do quarto da pousada, Michael contemplava a vegetação ao longe, já ganhando as cores do outono. As estações do ano seguiam uma ordem perfeita, um ciclo perfeito de vida que permitiam que as flores fossem fecundadas, gerassem frutos, dos frutos viessem as sementes para que novas plantas crescessem e seguissem alimentando uma gama enorme de seres vivos, direta ou indiretamente... As coisas tinham uma ordem perfeita, uma razão de ser. E quando isso era quebrado, sempre algum dano acontecia.

Eles estavam vivendo este dano agora, não estavam?

_ Você se sente culpada? - perguntou Michael, ainda olhando para as árvores.

Carmen parou de separar as roupas e olhou para o namorado. Mesmo sem estar em seus pensamentos, ela sabia exatamente do que ele estava falando. E ela sabia, porque sim, ela se sentia culpada.

Caminhou lentamente, parando ao lado dele.

_ Sim, mas há culpas muito maiores, Michael. - disse ela.

_ Mas não é uma disputa. Só é errado, e pronto. Não importa a culpa dos outros. - ponderou ele.

Carmen saiu pela porta. Na pequena área externa do quarto havia uma grande árvore, que oferecia uma agradável sombra. Ali, Michael tinha montado uma pequena salinha com móveis de jardim. Carmen sentou-se no banco, esticando os pés na mesinha da frente. Michael a acompanhou. Sentou-se na mesinha, colocando os pés da namorada em seu colo, trazendo algumas lembranças à moça.