Capítulo 12

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Relax, this won't hurt you

Before I put it in

Close your eyes and count to ten

Don't cry, I won't convert you

There's no need to dismay

Close your eyes and drift away

*no vídeo da canção instrumental, repare que, na parte lenta da canção, é possível ouvir ao fundo, o efeito do som do monitor cardíaco... Michael sabia que isso um dia poderia matá-lo... 😔


- Vou esperar lá fora. Me chamem assim que precisarem de mim... - começou Carmen, sendo logo cortada por Bill.

- Não, garota! Vou precisar de você aqui. Pense que você está num papel de enfermeira. Acho que ele não vai se importar. Pelo que já me disse, ele confia em você. Me ajude a tirar a roupa dele e a levá-lo para o banheiro.

O coração de Carmen batia acelerado. Será que ele não se importava mesmo? E se ele ficasse com tamanha vergonha que não a quisesse ver mais?

Mas ela não tinha tempo de pensar nisso agora, não com Bill colocando Michael sentado e pedindo para que ela retirasse a camisa do pijama e o aplique do cabelo dele.

Era uma cena triste... Triste porque Michael não estava totalmente inconsciente do que acontecia, mas estava fraco demais para se opor aquilo. Enquanto Bill ia ao banheiro verificar a água, Carmen sussurrava baixinho em seu ouvido:

- Me perdoe Michael... Licença...  - antes de começar a retirar o aplique.

- Não queria... você... Me ver... desse jeito - balbuciava Michael, olhando para baixo, com os olhos semicerrados.

Bill voltou, terminou de retirar as roupas do patrão, que era para ele quase como um filho, deixando-o de cueca, e, com Carmen do outro lado, foram amparando Michael até a banheira.

- Bom, eu vou falar com o Frank, ver o que ele conseguiu. Carmen, vai conversando aí, despertando ele, canta alguma coisa... ele gosta de cantar músicas antigas... Acho que você já sabe. Vou ver se alguém já arrumou algo para ele comer...

- Eu mandei arrumar. Deve estar pronto. É só pegar na cozinha. - Avisou Carmen.

- Ótimo. Bom trabalho. - elogiou Bill, saindo do banheiro.

A ordem era conversar. Mas os segundos seguintes foram de silêncio. Carmen sentou-se ao lado da grande banheira, sem se importar em molhar a roupa. Com as mãos, jogou um pouco de água sobre os ombros de Michael, que permanecia olhando para baixo.

- Pelo amor de Deus, vai. Não me faz fazer nenhuma piada idiota para te fazer rir! - começou Carmen.

- Obrigado por essa noite. - disse Michael, já mais consciente.

- O que você se lembra dessa noite? Você estava todo molenga! Nem lembra de nada! - retrucou Carmen, fazendo o possível para dar um clima ameno à conversa.

Michael levantou o rosto, que estava num plano mais baixo que o de Carmen. Seus olhos, tristes, limpos, sem nenhuma maquiagem, lembravam os mesmos olhos do garoto que cantava Ben na TV preta e branca dos vizinhos de Carmen.

- Lembro de eu estar morrendo de dor de cabeça e você massagear meus ombros e fazer a dor passar para eu dormir. Lembro de você me colocando na cama. Lembro de eu estar morrendo de frio e você vir me esquentar deitando do meu lado. Muito obrigado.

Carmen começou a sentir seus olhos se enchendo de água... Ela detestava vê-lo daquele modo. Talvez preferisse que ele estivesse bravo, talvez fosse mais fácil se ele a mandasse sair dali, se ele não fosse tão incrivelmente... humano.

Michael Jackson - ImprovávelOnde histórias criam vida. Descubra agora