He really thought he really had
Had a hold on me
He really thought he really had
They thought they really had control of me
He really thought he really had
Control of me
He really thought he really had
They thought they really could control me_ Carmen? Consegue me ouvir? - perguntei, enquanto ela tentava firmar o olhar, ainda parecendo desfocado.
Eu olhava para seu rosto, mas minhas mãos estavam em suas pernas. No meu coração eu tinha apenas uma oração, uma parte da canção que Jeovah tinha me dado pouco antes de eu vir ao hospital:
Me salve
Me conduza
Me cure e me lave
Me levante, me levante
Suavemente me diga
Eu estarei lá
_ Vamos lá, meu amor, mexa-se... Mexe... - eu dizia, baixinho.
Retirei o lençol de sobre suas pernas, sentei-me na cama e coloquei seus pés em meu colo. Eu sabia que ela reconheceria isso.
Assim que eu comecei a massagear seus pés, os olhos dela começaram a se focar, e aos poucos, ela me olhou.
_ Oi! - eu disse, sorrindo para ela do jeito que eu sabia que ela gostava e fazendo cócegas em seus pés, com o coração carregado de esperança, observando sua reação.
"Por favor, Senhor, por favor...", eu clamava dentro de mim.
_ Hey! - sussurrou ela, quase inaudível, puxando os pés, e abrindo um sorriso para mim de volta.
Eu acho que nunca tinha, realmente, chorado de alegria em minha vida, como chorei naquela hora.
_ O quadro pulmonar dela ainda é muito delicado senhor Jackson. Prefiro que ela não se esforce para falar. Disse isso também aos policiais. - explicava o doutor Smith.
Carmen já estava totalmente acordada, no entanto, a lesão no pulmão era grave e a cirurgia necessária.
_ Tudo bem doutor. Eu vou pedir para que ela escreva para mim, mas será que o senhor pode solicitar para que os policiais aguardem lá fora, para que eu tenha um momento com ela? - pedi ao médico, e ele gentilmente concordou, deixando-nos sozinhos.
Eu não podia abraçar Carmen como queria... Eu olhava seus olhos, tão cheios de culpa, e queria mergulhar dentro deles...
Acho que jamais imaginei ser possível amar alguém dessa maneira, e eu não podia cogitar a possibilidade de perdê-la, porém era nítida a fragilidade dela, ainda usando o respirador. Comecei a falar com ela, calmamente:
_ Olha só, você vai ficar muito calada. Vai respirar devagar e escrever o que quiser me falar. - disse a ela, entregando um bloco de papel e uma caneta.
Ela me olhou, fazendo cara de emburrada. Escreveu rapidamente:
"NÃO POSSO FALAR, MAS NÃO FIQUEI LESADA. NÃO FALE COMO SE EU FOSSE UMA CRIANÇA."
Li o papel e comecei a rir. Mesmo numa cama, cheia de aparelhos, a mulher era dura na queda.
_ Ok, já que é tão valentona, me explique que ideia maluca foi essa? - perguntei, mais em tom de brincadeira, apesar do assunto ser sério. Não queria ter essa conversa agora.
"A IDEIA FOI GENIAL. E DEU CERTO. SÓ SAIU ERRADO NO FINAL."
Tive que fazer uma careta diante da resposta dela...
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Michael Jackson - Improvável
FanfictionSerá que uma pequena mudança, uma única decisão diferente, de um único personagem da narrativa da vida poderia ter feito os rumos de uma história mudar completamente? Carmen, assim como tantos brasileiros, fugiu da vida escassa do lado Sul da Améri...