homem gostoso e perigoso

1.5K 130 30
                                    


Capítulo 6 Homem gostoso e perigoso

# Ana Júlia

Já fazem duas semanas que eu não apareço na boate e decidi que nunca mais irei voltar lá. O cara de olhos escuros, que quase tirou a minha virgindade não sai da minha cabeça e desde aquele dia, não paro de ter sonhos eróticos com ele. Nunca me senti assim por homem nenhum. Ele conseguiu me deixar excitada só pelo olhar e pela sua voz grossa, rouca e sensual, mas o nojento me chamou de vadia e duvidou da minha virgindade.

Ontem tive um encontro com o advogado, o Dr Eduard Collins. Ele não me cobrou nada para pegar o caso, falou que adora desafios e que vai cobrar os honorários dele assim que eu ganhar a guarda definitiva da minha irmãzinha. Eduard me orientou a apresentar um noivo ao juiz pois, se eu estivesse de casamento marcado, seria mais fácil ganhar a causa. Imediatamente respondi que não tinha namorado e ele rebateu, dizendo que deveria chover pretendentes para mim. De início achei estranha a sua resposta, mas senti meu coração se enchendo de esperança quando ele me garantiu que iria fazer de tudo para que eu conseguisse a guarda definitiva da Juliana.

Hoje eu tive uma entrevista com a dona Brenda Christine Smith Santoriny, a antiga patroa da minha mãe e atualmente patroa da dona Glória. O ex marido dela deve ser o pai da minha irmãzinha, mas irei me manter em silêncio porque não quero que eles saibam. Brenda também tem uma filha, a Milleny, que sofreu um grave acidente que a deixou paralítica e totalmente dependente de uma enfermeira vinte e quatro horas por dia.

Conheci a Milleny e embora lhe faltasse um brilho no olhar, fiquei encantada com a sua beleza. Ela tem 20 anos, é loira, tem olhos azuis petróleo, semelhantes aos do troglodita que queria me comprar, e precisava de ajuda para tomar banho e para comer. Ela teve uma lesão na medula e fez uma cirurgia sem muito sucesso. Milleny também tem traumas psicológicos e sua mãe disse que depois da primeira tentativa de correção da lesão, ela nunca mais quis fazer outras cirurgias.

Dona Brenda é uma mulher bonita, tem cinquenta anos e trabalha como pediatra. Ela é morena, tem os olhos cor de mel e seu ex-marido é um empresário bem sucedido na área de indústrias farmacêuticas. Santoriny é o sobrenome de peso da dona Brenda que também vem de uma família bilionária.

Pelo que a minha mãe me dizia, o ex marido é um homem de poder, sem escrúpulos e que com certeza se aproveitou da função de patrão pra abusar dela. Dela e de outras funcionárias. Além da minha irmã, ele também tem um outro filho de 9 anos, fruto de seu relacionamento com uma outra empregada. Minha mãe acabou cuidando do bebê desde o nascimento até os quatro anos de idade, momento no qual ela engravidou da minha Juh.

Além da Milleny, Dona Brenda contou que eles também tiveram um filho mais velho que irá vir morar com ela pois deseja ficar perto da irmã. O nome dele é Christopher Giovanny Glecory, e segundo ela, hoje é o dia em que ele chega de viagem.

Desci até a cozinha pra fazer um lanche para Milly. A intimidade foi tanta que acabamos deixando as formalidades de lado e agora nos chamamos pelos nossos apelidos.
Ela é uma garota incrível e enquanto distribuo uma generosa quantidade de geleia sob o pão, fico pensando na brutalidade que foi aquele acidente. Coloquei o chá sob a bandeja e organizei as frutas e o lanche no centro metalizado. Assim que a segurei em minhas mãos, dona Brenda me chamou para apresentar o seu filho.
Andei com cuidado e segui a mulher até a sala. No momento em que escutei a sua voz rouca e meus olhos se encontraram com os dele, deixei cair tudo no chão, fazendo com que o copo de cristal se quebrasse em mil pedacinhos. Era ele! O filho da minha nova patroa era o homem que eu quase transei por trezentos mil dólares!

Nem mesmo a máscara daquele dia foi o suficiente para me deixar irreconhecível e percebi que ele me reconheceu assim que olhou em minha íris. Uma inquietação estranha tomou conta de mim e sem pensar duas vezes, me joguei no chão e comecei a juntar os cacos de vidro. Obviamente eu me cortei. Desesperada, dona Brenda correu para a cozinha em busca da Glória e me deixou sozinha com ele.

Um casamento da conveniência ao amorOnde histórias criam vida. Descubra agora