Primeira briga feia

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Capítulo 46

# Ana Júlia

Primeira briga feia

Voltei para casa primeiro que o Christopher. Eram umas 18 horas quando estacionei o carro e peguei a minha irmã da cadeirinha. Ela estava sonolenta, quase dormindo e eu estava nas nuvens, vivendo um sonho e completamente apaixonada pelo meu ogro gostoso. Christopher vinha se mostrado um homem perfeito, compreensível, romântico e acima de tudo ele era o sinônimo de perfeição na cama. Mesmo eu não sendo experiente no quesito sexo, eu sabia o quanto ele mandava bem no assunto. Ele tinha pegada, conseguia me fazer gozar através de um único olhar ou por meio da sua voz grossa sussurrando em meu ouvido. Não precisava nem me tocar para que eu ficasse totalmente encharcada.

Eu entrei na sala de estar e dei de cara com a Catarina e a Milly, eufóricas com uma equipe de profissionais. Haviam roupas penduradas em uma arara, sapatos espalhados pelo sofá e maquiagens de primeira linha sob a mesinha de canto. Manicure, maquiadora e cabeleireiros conversavam entre si enquanto eu me aproximava assustada.

— Meninas, o que está acontecendo aqui?

— Você esqueceu? — Respondeu Catarina.

— Completamente!

— Hoje é o dia da tal festa para recepcionar o filho do Dr. Smith — Sem olhar para mim, Cataria retirou um vestido preto do cabide e o analisou — O primo da Milleny e do Christopher.

Droga, me esqueci totalmente!
Cruzei os braços observando todo aquele alvoroço e comecei a me culpar por ser tão esquecida. O filho do Dr. Smith estava fazendo um belíssimo trabalho voluntário na África e no momento que anunciou o seu retorno, a família logo decidiu fazer uma festa para comemorar a sua chegada. O fato é que o evento já tinha sido marcado há algumas semanas e eu não entendia  como eu pude esquecer algo tão importante.
Era uma festa à fantasia e era obrigatório o uso de máscaras. Eu não estava afim de ir e mal tinha conversado com o Chris sobre o assunto.

— Ah meninas eu estou tão cansada eu não sei se eu vou…passei o dia inteiro brincando com essa boneca bagunceira — Respondi, ainda com a Juh em meu colo — Eu estou exausta, acho que não vai dar e além do mais eu detesto festa!

Dessa vez foi a Milly que me interrompeu dizendo:

— Eu não aceito essa desfeita , é claro que você vai Anaju!

Ela estava linda. O vestido justo moldava as curvas do seu corpo e o cabelo solto desciam pelos seus ombros em ondas mais abertas.

— Você precisa esquecer a decepção que o meu irmão te causou.

Nesse momento, a minha pequena Jujuba que estava quase dormindo, se manifestou:

— Que decepção? Porque a minha Maninha precisa esquecer o Chris? Logo agora que eles vão ser meus papais… ele aceitou ser o meu papai e ela a minha mamãe — Falou — Eles se beijaram o dia inteirinho!

Eu quase engasguei. Arregalei meus olhos para a suspeita estampada no rosto da Catarina e da Milleny e tentei controlar a crise de tosse provocada pelo engasgo.

Catarina largou o vestido sob o sofá e colocou as mãos na cintura, furiosa.

— Porra, que merda é essa? Como assim Ana Júlia Silveira? — Gritou — O cara te humilhou, usou e jogou fora como lixo descartável e você vai lá e se joga nos braços dele? Você é retardada?

— Você não grita comigo Catarina! — Reclamei.

— Você enlouqueceu só pode ser! Mesmo ele sabendo meter, ele não é o único criatura!

Um casamento da conveniência ao amorOnde histórias criam vida. Descubra agora