Um casamento da conveniência ao amor

Declaração de amizade

# Cristhopher

A cidade do Rio de Janeiro era maravilhosa e possuia diversas opções de lazer, dentre elas algumas exclusivas para apreciadores de viagens de alto padrão. Também tinham algumas opções de passeios que eu fiz questão de fazer com a minha família, a Ana Júlia estava um pouco indisposta, já na reta final da gravidez, mas mesmo assim eu insisti e ela foi com a gente.
Voamos de helicóptero sobre a cidade e vimos como ela era linda, sobre todos os ângulos, passando por pontos turísticos e praias como: Cristo Redentor, Jardim Botânico, Forte de Copacabana, Pedra da Gávea, Lagoa Rodrigo de Freitas, Arpoador, Ipanema, Copacabana, Leblon, Joá e etc.

Também resolvi me aventurar de parapente junto com a minha irmã Milly. Aquela era uma atividade para turistas que apreciam esportes aquáticos e aéreos e embora eu já tivesse feito nos Estados Unidos, resolvi repetir a dose. O passeio de parapente é ligado a uma lancha e percorremos Ipanema e Copacabana, enquanto sobrevoamos o mar das praias de maneira única e indescritível.
Passamos dois dias em Petrópolis: localizada a cerca de uma hora da Capital carioca, Petrópolis era uma cidade rica cultural e histórica.
O passeio saindo do Rio de Janeiro teve a duração de um dia e permitiu conhecer a antiga cidade imperial, a casa Santos Dumont e o museu imperial. Petrópolis definitivamente era um destino perfeito para nós turistas.
Nos hospedamos no melhor hotel do Rio de Janeiro, extremamente luxuoso, que tinha vários programas de passeio, mas infelizmente tive que agendar uma viagem para São Paulo: uma indústria farmacêutica falida entrou em contato comigo e decidi ir até lá para fazer a negociação pessoalmente. Deixar a Ana Júlia sozinha no hotel me deu aflição, pedi para que ela me esperasse chegar para podermos ir juntos atrás do paradeiro da Catarina, mas eu sabia que ela era teimosa e provavelmente sairia do hotel sem mim. O detetive particular que eu contratei foi atrás da sua amiga e nos disse que Catarina deixou claro que não queria contato com ninguém. Tal notícia deixou a Ana Júlia chateada, e partiu meu coração ter que deixá-la nesse estado. Fui para São Paulo de helicóptero e pretendia voltar o mais rápido possível para o Rio de Janeiro.

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# Ana Júlia

Eu não tô bem, nessa reta final da gravidez a ansiedade vem me dominando e estou extremamente preocupada com a Catarina. Prometi ao Cristopher que não iria atrás dela, entretanto resolvi fazer o contrário, pedi para a minha sogra olhar a Juliana e falei que ia descansar um pouco. Saí do hotel de fininho e pedi um táxi para me levar até o local de trabalho da Catarina, cujo endereço foi me dado pelo detetive particular. Assim que eu entreguei o papel ao motorista, senti um calafrio percorrer a minha espinha, mas não dei muita atenção, pois poderia ser decorrente da gravidez. Meia hora depois, ele estacionou na frente do hospital e pedi que ele me esperasse, em inglês mesmo e graças a deus ele me entendeu. A sua fisionomia não me era tão estranha, mas imaginei que eu estava vendo coisas, então bati a porta do carro e entrei no hospital. Fui até a recepção e lá perguntei sobre a Catarina Garcia. Ela me disse que faltava meia hora para acabar seu plantão, então sentei no sofá da recepção e resolvi esperá-la.

Ao ver a minha amiga se aproximar, meu coração acelerou, e quase saiu pela boca. Ela estava ao lado do seu amigo Rick e o dispensou para falar comigo. Nós nos encaramos, e notei que a sua barriga estava enorme, mas não tanto quanto a minha.

— Catarina, porque você recusou falar comigo quando o detetive veio te procurar?

— Ana Júlia eu falei para o detetive particular que não queria mais contato por causa do Bryan, não quero mais falar nele.

— Eu vim para te pedir perdão, eu vim aqui para abrir meu coração para você! Amiga, as palavras que eu vim dizer aqui hoje são exatamente para te mostrar que você é uma pessoa extremamente especial na minha vida, sei que tudo que eu te dizer ainda não será o suficiente para demonstrar todos os meus sentimentos sinceros por você, mas saiba

que você é a minha melhor amiga. Há dias, momentos e circunstâncias de nossas vidas em que passamos por algumas frustrações e desapontamentos e  eu sei que não fiz o suficiente por você. Senti-me tão indefesa e tão pequena na frente dos seus problemas, não soube te valorizar, não consegui te ajudar no momento que você mais precisou de mim.
Entretanto Deus é tão perfeito que me mostrou o quanto eu estava errada e o quanto eu fui egoísta em alguns momentos da minha vida, por isso estou aqui na sua frente tentando me redimir. Vim estender minhas mãos para você e pedir pra você voltar comigo aos Estados Unidos, preciso de você do meu lado, seu colo, seu afeto sincero e honesto, estou aqui de corpo e alma para te pedir perdão.
Você é um ser especial de luz, abençoada por Deus que sempre esteve do meu lado e aliás eu quero e preciso de você mais do que nunca. Você esteve sempre comigo, embora eu tenha estado ausente por razões da vida. Mas apresento a minha declaração de amizade a ti e te agradeço pelo apoio e pela dedicação que você sempre me deu. Em minhas orações pedi a Deus pela sua proteção e pelo seu perdão e é por isso que vim até aqui. Espero que eu possa sempre retribuir com a mesma reciprocidade, amor e cuidado que você me deu. Venha comigo para o hotel, a sua mãe também precisa do seu perdão e de você, por favor Cat me perdoa?

Ela me olhou totalmente emocionada, e me abraçou, um abraço apertado e gostoso enquanto ambas chorávamos.

— Ah Anaju, eu te amo tanto amiga! Você é a irmã que eu nunca tive, sempre quis te proteger de tudo e de todos e é claro que eu te desculpo porque perdão é com Deus e é claro que ele nos perdoa! Eu também errei com você indo embora sem me despedir, porém eu estava fugindo dos meus sentimentos pelo Bryan.

— Você o ama Catarina?

— O pior é que não consigo esquecer aquele cretino, penso nele a todo momento!

— Então amiga, eu acredito que ele está arrependido porque veio para cá atrás de você!

Ela me olhou um pouco desconfiada e com as sobrancelhas arqueadas.

— Você tem certeza que ele está arrependido?

— Eu acredito que vocês dois precisam conversar, você precisa contar que está grávida dele.

— Amiga eu não sei, pois ele me matou por dentro quando disse que tinha nojo de mim.

— Eu sei que ele foi um cretino contigo, porém acho que todos merecem uma segunda chance ou pelo menos uma conversa e principalmente sua mãe e seu pai…os dois vieram atrás de você!

— Os dois estão juntos? Minha mãe com o Dr. John Smith, o pai de criação do Bryan?

— Amiga ainda não sei, provavelmente eles se amam, mas eu acho que você deve apoiá-los e perdoá-los.

— Tudo bem amiga, você me convenceu, eu vou com você até o hotel e converso com eles.