Dia agradável

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Capitulo 45

# Ana Julia

Acordei com o sol iluminando o meu quarto e com o Christopher agarrado em minha bunda. Depois de uma noite intensa de amor e sexo, adormecemos entrelaçados de conchinha e só acordei porque escutei barulhos vindo do corredor. Tentei me soltar sem acordá-lo, mas foi impossível com aquele monte de músculos grudado em meu corpo. Ele acordou e abriu aquele sorriso preguiçoso, formando as covinhas mais lindas que já vi. Em seguida, ele me abraçou fortemente, me puxando para si, impedindo que eu me levantasse. Estávamos começando uma relação de verdade e aquele contrato de conveniência já não valia mais nada.

— Amor, acorda por favor! — Resmunguei —  Eu não quero que a Juh nos pegue dormindo juntos!

Ele abriu os olhos e bocejou. Christopher me encarou aumentando ainda mais o seu sorriso.

— Repete por favor?

— O que ?

— Amor, você me chamou de meu amor?

— Deixa de ser bobo — Gargalhei dando um leve tapinha em seu ombro — Acorda e levanta pelo amor de Deus Christopher! E é claro que eu te chamei de amor, agora levanta por favor!

Ele fez exatamente o contrário: ao invés de se levantar, ele me puxou pra cima do seu corpo e me beijou desesperadamente, como se ele estivesse em um deserto em busca de água. Nossos beijos se tornaram tão intensos que eu já fui logo tirando o membro dele pra fora e me encaixando sob ele. Comecei a cavalgar desesperada até que a nossa pequena bateu na porta aos prantos. Desci da cama em um ímpeto e Christopher foi correndo para o banheiro.

As batidas na porta se tornaram mais fortes e assim que abri, Juliana correu para o meu abraço.

— Mamãe, acordei com um pesadelo! Eu não quero ir pra escolinha hoje, me deixa aqui em casa? Quero ficar com você e com o papai.

Christopher saiu do banheiro usando um pijama e assim que ela o viu, correu para os seus braços e encheu o seu rosto de beijos. Me juntei para um abraço triplo e senti as primeiras lágrimas escorrerem pelo meu rosto: nossa pequena havia nos escolhido para ser os seus pais e essa decisão era muito importante para nós dois. Christopher também estava bastante emocionado e eu sabia que ele havia se apegado bastante à Juliana. Ele girou a nossa pequena jujuba no ar e ela soltou gargalhadas que preencheram todo o ambiente.

— Princesa é melhor você ir pra escola — Falei — Você já está na primeira série e precisa aprender a ler e a escrever.

O Christopher me interrompeu e disse:

— Ana Júlia, relaxa. Deixa a nossa pequena faltar hoje, vamos passear no Central Park, fazer um picnic. Que tal comprar uma bicicleta pra ela aprender a andar? — Juliana o encarou animada — Por favor, amanhã vou viajar e vou ficar pelo menos um mês longe de vocês, deixa, deixa deixa?

Ele parecia uma criança, fazendo um biquinho maior do que o da nossa irmãzinha. Juliana pulou animada unindo as mãos e eu não consegui resistir à aquele pedido.

Parecíamos uma família feliz de comercial de Tv, um sonho que parecia tão improvável de acontecer graças ao nosso casamento de conveniência, mas que aparentemente começou a dar certo. 

Apesar de não gostar muito da ideia da Juh faltar a aula para passear, achei melhor aceitar porque realmente estávamos precisando desse momento com ela. Eu estava trabalhando muito no hospital, na maior correria por conta da tal da pandemia que estava se aproximando do nosso país e mal tinha tempo para ela.

Eu me arrumei e arrumei Juliana enquanto Christopher tomava um banho. Acho que ele teve que se acabar na mão, já que a nossa princesa atrapalhou nosso café da manhã na cama. Afastei meus pensamentos dignos de uma mulher safada e desci para a sala. Dona Glória já estava na cozinha preparando o nosso café da manhã então pedi para que ela arrumasse uma cesta pra gente fazer um picnic no Central Park.

Eu não esperei o meu marido descer, tomei um suco de laranja, dei um prato de sucrilhos para a Juliana e ajudei a dona Glória a arrumar a cesta. Não contei que o Christopher ia com a gente, e decidi manter aquilo em sigilo.

Graças a Deus a Catarina ainda não tinha chegado, então foi fácil sair de casa desapercebida sem ser bombardeada pelas suas perguntas. Acabei indo no meu carro com a Juh e ele foi no dele.

# Christopher

Eu estava radiante pois a nossa pequena Juliana me chamou de pai mesmo depois dela ter atrapalhado a nossa foda matinal. Depois de decidirmos ir passear no parque, tomei um banho e bati uma punhetinha rápida imaginando a boca da minha mulher no meu pau. Me vesti casualmente com uma polo, uma bermuda jeans e sapatênis. Quando desci, a Ana já tinha ido para o Central Park, então tomei um café rápido e também saí de casa sem dar maiores explicações.

Ela foi no carro dela e eu em um dos meus 15. No caminho, passei em uma loja de bicicletas e comprei a bicicleta mais cara e mais linda da loja. Pedi para a vendedora colocar um laço cor de rosa na frente da bike e escolhi mais outras duas, dessa vez para mim e uma para Ana. Marquei a entrega para daqui meia hora no Central Park e me dirigi ao destino final.

Assim que cheguei, procurei por elas no meio de tantos outros. O lugar estava cheio, algumas pessoas caminhavam, outras brincavam com os seus filhos e outras aproveitavam a manhã de sol enquanto estavam deitadas sob a grama. Rodei o meus olhos pelo local quando vi as duas sentadas arrumando o nosso picnic sob a toalha listrada. Assim que me viu com a bicicleta em uma das mãos, Juliana saiu correndo em minha direção ansiosa para a sua primeira volta. Confesso que sua primeira tentativa foi um desastre. Mesmo com as rodinhas ela não conseguiu pedalar, recusou a nossa ajuda e logo de cara levou um tombo. Assim que ela começou a chorar, peguei-a em meu colo e analisei o machucado em seu joelho: nada que um remédio não resolvesse. Sentamos na grama e as suas lágrimas só cessaram quando viu o bolo de chocolate que a dona Glória preparou. Comemos os três juntos, aproveitando aquele momento tão especial e alguns minutos depois, decidimos tentar ensinar a nossa pequena a pedalar mais uma vez.

Fui empurrando ela por cima da grama enquanto Ana corria ao seu lado. Depois de alguns tombos leves, Juliana pegou confiança e pedalou cem metros sem se desequilibrar. Minutos depois, chegou um carro da loja com as nossas bicicletas. A da Ana Júlia era vermelha enquanto a minha era preta e ela ficou bastante animada com a possibilidade de andarmos os três juntos. Minha esposa parecia uma criança com tanta felicidade e ela nem se lembrava mais da falta que a Juliana iria levar na escola. Saímos os três juntos, ambos pedalando pelo Central Park e rindo das besteiras que a nossa pequena nos falava. Assim que a fome apertou, horas depois, decidi chamar o meu motorista para levar as bicicletas de volta para a casa e partimos juntos no meu carro para um almoço no shopping mais próximo. A primeira parada foi no fast food: lanches, batata frita, refrigerante e tudo que a Juliana tinha direito. O almoço daquele dia não estava sendo nada saudável, mas eu queria poder aproveitar ao máximo a companhia das duas e não tinha forma melhor de fazer aquilo se não sendo o motivo de felicidade da nossa pequena. Depois do nosso almoço, as levei para o cinema e por fim tomamos sorvete. Na hora de ir embora, Ana Júlia pegou o carro dela que até aquele momento estava estacionado no Central Park, colocou a Juliana na cadeirinha e foi na frente. Passei na empresa para analisar alguns contratos e finalizar os últimos detalhes da minha viagem para Europa. O nosso dia tinha sido perfeito e radiante, um ótimo remédio para todas as preocupações que vinham assombrando a minha mente.

O que vocês acharam desse capítulo?

Um casamento da conveniência ao amorOnde histórias criam vida. Descubra agora