Audiência e confusão

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Capítulo 35 

# Ana Júlia 

Depois que chegamos da lua de feu, nos casamos no Civil, não teve festa foi somente para assinar os papéis para comprovar que o nosso casamento é real diante ao juiz para podermos conseguir a guarda definitiva da Juliana.

Eu comecei a sentir os primeiros sinais da insegurança me atingir. Christopher tinha confessado estar apaixonado por mim, mas estava tão bêbado que logo se esqueceu da declaração. Eu não toquei mais no assunto, não tive coragem e os dias seguintes foram uma correria total. Ele ainda não assumiu a presidência, mas tem saído todas as manhãs para trabalhar na empresa da família. Quanto a mim, eu ainda estava trabalhando no hospital e fazia horas extras, só para ocupar o meu tempo. 

Nos dias de folga, eu ficava fazendo companhia para Milly, o que só serviu para nos aproximar ainda mais. Ela era incrível, tinha um senso de humor ótimo e acabamos nos tornando grandes amigas. O resultado do DNA saiu ontem comprovando que a minha irmã é realmente irmã do Cristhopher por parte de pai. Ele ficou feliz, é claro, e disse que não pouparia esforços para ajudar na criação da Juliana. Ele tem se mostrado um cara legal e divertido, mas desde que nos casamos, ele tem se afastado de mim. Não conversamos muito sobre o nosso casamento e dormimos em quartos separados. Mas mesmo com toda essa distância física,eu não conseguia deixar de sentir os efeitos da sua presença quando estávamos juntos. Ele me devorava só pelo olhar e todas as vezes que se aproximava, eu sentia cada centímetro da minha pele se arrepiar. Nossos beijos eram ardentes e frequentemente aconteciam só pra me tirar de órbita e confundir ainda mais a minha cabeça. 

Não tive mais contato com o advogado Dr. Eduard Collins. Ele foi muito cruel com a Milly e assim que sair a guarda definitiva da Juliana, vamos viajar para Europa em busca de um tratamento para reverter a sua paralisia. Catarina continuou trabalhando com ela a noite e continua a mesma sem juízo de sempre. Eu ainda não tive a possibilidade de voltar a estudar e quando eu estava nos meus dias de folga, eu não aguentava ficar trancada dentro daquele apartamento sem fazer nada. Eu não via a hora das aulas voltarem, mas duvidava que isso fosse acontecer tão cedo por conta da pandemia. 

A mãe dele, a dona Brenda, não deu sinal de vida desde do dia do casamento no civil ela foi e ainda falou pra ele que dava tempo dele desistir.
Também não fez questão de visitar a filha e eu tinha certeza de que ela me odiava pelo fato do marido ter tido um caso com a minha mãe. Eu não tinha nada haver com isso, mas ela não suportava a ideia de me ver casada com o seu filho. 
Antes eu comparava o cristhopher ao pai dele e acreditava que eu teria o mesmo destino que a minha mãe teve quando engravidou daquele homem. Mas em pouco tempo de convívio, percebi que ele era diferente, que era um homem bom e que se preocupava com o meu bem estar e com o da nossa irmãzinha. Eles estavam cada vez mais unidos e até de boneca ele brincava. Christopher fazia tudo para nos agradar, mas  mesmo assim, coloquei uma muralha de gelo entre nós.

Passávamos os finais de semana assistindo filmes infantis e comendo pipoca com a Juliana  no meio, mas ainda faltava uma pessoa para completar a família: o seu irmão. Eu vinha insistindo, pedindo que o buscasse no colégio interno na Inglaterra pois não queria que aquele menino ficasse igual o Christopher. Os pais dele não eram um sinônimo de família unida, não davam um bom exemplo, pelo contrário: destruíram uma família graças às inúmeras traições, de ambas as partes.

Finalmente havia chegado o grande dia da audiência e combinei com o Christopher que o encontraria no fórum. Imaginei que ele adoraria ir comigo, mas me enganei, e ele preferiu ir me esperar no local. 

# Cristopher 

Estava ao lado da minha advogada esperando a minha esposa de conveniência chegar. Até que o nosso casamento não era ruim, não haviam brigas, mas também não haviam momentos íntimos. Ana Júlia  trabalhava muito naquele hospital e eu tentava  me concentrar ao máximo no trabalho pra esquecer a distância que existia entre nós. O único momento bom era quando estávamos com a nossa pequena jujuba. Ela era uma criança doce e adorável, muito engraçada e  não tinha como não sonhar em ter a família que eu nunca tive. 

Um casamento da conveniência ao amorOnde histórias criam vida. Descubra agora