Capítulo 40Ao chegarmos, abri a porta do carro e fui correndo atrás dela. Ana Júlia me abraçou e não quis me beijar, mas pelo menos ficou ali, sentindo o meu corpo unido ao seu, ambos em silêncio. Uma das vantagens em ser rico era que morávamos no melhor bairro de Manhattan e na cobertura do prédio mais luxuoso. Subimos de elevador até o nosso apartamento e assim que ela abriu a porta, tivemos uma desagradável surpresa.
O que está ruim estava prestes a piorar!Minha digníssima mãe, estava na sala discutindo com a minha irmã. Não consegui entender muito bem a conversa pois quando cheguei, a discussão estava acalorada e eu mal consegui me concentrar no que cada uma dizia. Mas pelo jeito seu objetivo era levar a Milleny embora, situação que eu só permitiria por cima do meu cadáver!
Depois de gritar coisas absurdas para toda a vizinhança escutar, dona Brenda percebeu a nossa presença e veio andando lentamente em nossa direção. Seu rosto era pura ironia e pelo seu tom de voz, percebi que ela ia jogar uma bomba em minhas mãos!
Ela parou, cruzou os braços e lançou os olhos sob a minha esposa. Um sorriso cínico desabrochou em seus lábios antes que pudesse falar:
— Como eu não fui convidada e avisada sobre o casamento de vocês, eu vim dar os parabéns pessoalmente! Eu desejo de coração que você seja feliz e que meu filho faça exatamente o contrário do que o pai dele fez comigo, pois a traição é a especialidade dele e da nossa família… está no sangue dos Glecory!
Ela continuou desfilando o veneno:
— Filho querido — Seus olhos se voltaram para mim — Você contou pra ela todos os segredos obscuros da nossa família? Contou porque o Eduard Collins nos odeia?
Dona Brenda esperou pacientemente por uma resposta que eu não estava nem um pouco interessado em dar. Ela uniu as mãos e sorriu, fingindo uma cordialidade irritante.
— Se você quiser poupar o seu vocabulário, eu faço o favor de contar pra você!
— Cala a boca agora dona Brenda! — Respondi — Apesar de você ser nossa mãe, eu e a Milleny não merecemos você como tal!
Meu sangue ferveu dentro das minhas veias.
— Melhor você ir embora agora antes que eu peça pra um segurança te colocar pra fora, você não tem direito nenhum de falar nada! Vai embora, porque aqui você não é bem vinda. A minha irmã fica com a gente! Ela já é maior de idade e sabe muito bem o que é melhor pra ela — Seu sorriso diminuiu — Se a senhora não mudar, vai sofrer cada dia mais com essa amargura!
Minha mãe não respondeu nada, ficou em silêncio até decidir nos virar as costas e ir embora. Ana Júlia correu em direção à Milleny para lhe abraçar e depois seguiram juntas para o quarto. Observei a minha esposa empurrar a cadeira de rodas pelo corredor e fiquei pensando sobre o passado que eu não queria lhe contar. Era um assunto que eu não queria remexer, mas a minha mãe era sinônimo de confusão e se eu não contasse toda a verdade antes dela, eu poderia piorar ainda mais a situação!
# Ana Júlia
Meu Deus, o que estava maravilhoso, ficou ruim e piorou ainda mais com a visita da minha sogra azeda. Agora eu conseguia entender o porque que ninguém gostava da sogra, a minha era pior que um limão!
Depois de cuspir o veneno, a peçonhenta foi embora e logo fui atingida pela curiosidade. Queria entender as suas insinuações e descobrir qual segredo envolvia aquela família. Abracei a minha cunhada e cochichei em seu ouvido dizendo que tudo iria ficar bem!
Empurrei a cadeira de rodas até o quarto dela, e lá estava a Catarina organizando os remédios da Milly. Assim que entramos, minha amiga fofoqueira veio me abraçando, toda curiosa.
— E aí Aninha, perdeu o lacre?
A Milly começou a rir da curiosidade da Cat.
— Conta tudo pra gente Aninha como foi a sua primeira foda! — Continuou Catarina, toda afobada — Pela sua cara parece que ela não foi boa, parece até que não gostou da cobra!
Ela cruzou os braços e fez um biquinho com os lábios, pensativa.
— Amiga, será que você não gosta de brincar de esfregar Aranha?
Metralhou. Eu não sabia se eu dava risada ou se eu ficava com raiva da inconveniência da Catarina!
— Cat você consegue nos dar licença por favor? Eu quero conversar a sós com a Milleny, prometo que depois eu te conto tudo — Sorri — E você tem que deixar de ser curiosa!
Ela saiu do quarto com um bico maior do que o de uma criança birrenta. Cat parecia mais criança que a minha irmã caçula.
Envolvi meus braços ao redor do corpo da Milly, ajudando-a a sair da cadeira de rodas e a coloquei na cama.
— Milly, o que a sua mãe queria? Ela brigou com você?
Ela me olhou com um meio sorriso e começou falar:
— Não, por incrível que pareça ela não veio brigar. Ela só me pediu pra voltar a morar com ela, falou que está com saudades de mim e que quer me acompanhar na viagem para Europa — Ela suspirou, deixando o cansaço lhe abater — Ela não é ruim Ana, ela é só uma mulher amargurada que foi traída pelo meu pai a vida inteira!
— Milly você sabe o que a sua mãe quis dizer sobre o porque o Eduard odeia o Christopher? Me conta por favor!
Sentei na beirada da cama ansiosa pela sua resposta. Milleny me encarou como se soubesse a verdade, mas estava relutante em me contar.
— Ana me perdoa, eu sei sim, mas quem tem que te contar é o Christopher, pois isso é um segredo de família. É o passado dele e se você realmente gosta do meu irmão tem que abrir a sua mente pois é muito pesado o que aconteceu!
Nesse momento a minha serelepe entrou no quarto e pulou no meu colo. Juliana me abraçou e me encheu de beijos, ativando em minha memória a saudade que eu estava da minha pipoquinha.
— Princesinha da mana, já estava morrendo de saudades de você!
Ela pulou do meu colo, correu para a porta e só então percebi Christopher parado na entrada, de braços cruzados, nos observando. Ela correu para os seus braços e depois retornou para a cama da Milly. As duas estavam se dando muito bem, afinal elas também eram irmãs.
Minha pequena era uma traíra mesmo, ela estava toda arreganhada com eles!
Observei o seu peitoral desnudo, e abaixei meu olhos para o seu tanquinho perfeitamente desenhado. Minha vontade era de passar a língua e lamber todos aqueles gominhos. Fiquei ali focada em seus músculos até que ouvi a sua voz rouca me chamar. Inevitavelmente senti fisgadas na periquita, como se ela quisesse sair da gaiola pronta para ser devorada.
Saí dos meus devaneios e respondi:
— Eu vou para o meu quarto agora, mais tarde a gente conversa!
Me levantei da cama da Milleny e assim que atravessei a porta, Christopher segurou o meu braço. Ele me puxou para si e sussurrou em meu ouvido:
— Você vai dormir no nosso quarto e na nossa cama.
Sem discordar, ele me guiou até o quarto dele e assim que entramos, me sentei em sua cama.
— Olha Christopher, eu quero saber de tudo com detalhes — Falei, cruzando os braços — Toda a verdade desse tal segredo cabeludo e não adianta disfarçar porque eu sei que é algo muito sério.
Ele me encarou, preocupado.
— Porque o advogado Eduard te odeia tanto? Christopher, eu estou completamente apaixonada por você e preciso saber de toda a verdade. Preciso que você confie em mim e se abra revelando todos seus segredos, por mais obscuros e ruins que eles sejam. Prometo que vou tentar te entender.
O que vocês estão achando?
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Um casamento da conveniência ao amor
Chick-Litum casamento sem amor por contrato de conveniência será que isso vai dar certo? No livro vai ter devaneios, sonhos de um com o outro o tempo todo! Sinopse Um homem milionario, Cristopher Giovanny Glecory vinte e cinco anos, desiludido, frio, calcul...