vai ser difícil resistir

446 43 2
                                    


Capítulo 61

# Ana Júlia

Vai ser difícil resistir

"A gente deita pra dormir
Mas o sono não vem
Não quer saber de nada
Não quer ver ninguém
O tempo é inimigo
Corre devagar..."

Quando é amor
Música do Alexandre Pires

Cresci ouvindo músicas brasileiras e essa particularmente era bastante especial pra mim, pois conseguia descrever exatamente como eu me sentia nesse momento. Estava deitada, de mal com os pensamentos que não me deixavam dormir. Enquanto eu encarava o teto, comecei a pensar na possibilidade de invadir o quarto dele, pular em seus braços e deixar ele fazer o que quiser de mim. Esse homem indecente que só pensava com a cabeça debaixo, dominava os meus pensamentos e o meu coração e não sabia mais o que fazer para esquecê-lo.

A tentativa de dormir foi em vão, meu pensamento estava longe e a cama parecia querer me expulsar. Resolvi ir até a cozinha procurar alguma coisa pra comer, qualquer coisa que fosse capaz de acabar com essa fome descomunal que eu sentia desde que descobri que eu estava grávida. Falando nisso, amanhã farei o meu primeiro ultrassom e tudo o que eu mais queria era o Christopher ao meu lado, segurando a minha mão quando eu escutasse o coraçãozinho do meu filho. 

Abri a geladeira em busca de algo bem gostoso e calórico e meus olhos logo encontraram um pudim de leite moça. Peguei um prato, me servi com um pedaço generoso e me sentei em uma das banquetas da ilha da cozinha. O doce estava divino, como tudo o que a dona Glória fazia.

Fiquei alguns segundos saboreando aquele pedaço quando senti a sua presença e percebi que ele estava atrás de mim. O cheiro do seu perfume amadeirado invadiu as minhas narinas roubando totalmente a minha atenção daquele pudim. Meu coração acelerado pulava dentro do meu peito e minhas pernas se tornaram bambas, feito gelatina. Ignorei todas aquelas sensações e me levantei da banqueta, mas antes que eu pudesse me distanciar, Christopher puxou a minha mão delicadamente, causando aquele estranho curto circuito por toda a extensão da minha pele.

— Ana Júlia a casa é sua, não precisa se levantar e fugir de mim!

Me soltei das suas mãos e o ignorei. Levei a colher até a boca novamente saboreando o pudim e sem querer soltei um gemido de satisfação.

Ele me encarou com um sorriso divertido no rosto.

— Está gostoso esse doce?— Perguntou, com os olhos voltados para a minha boca — Me dá um pedaço?

— Pega aí na geladeira e come!

Ele me encarou intensamente, enquanto um sorriso provocativo brotava no canto dos seus lábios. Ele se aproximou do meu corpo, diminuindo aquela distância que eu impus e dessa vez eu não me afastei.

— Eu estou com fome de outra coisa!— Respondeu.

E foi ali que tudo ficou ainda mais difícil para mim. Era difícil resistir ao seu charme, ao seus olhos tão intensos que pareciam explorar a minha alma em busca de respostas. Ao seu perfume que era tão delicioso que tudo o que eu mais queria naquele momento era misturá-lo ao meu. Instintivamente, minha respiração se tornou mais ofegante e eu encarei o seu peito desnudo. Passei os olhos em seu peitoral definido e em seguida abaixei para o volume demarcado em seu short, indicando que ele estava sem cueca.

— Eu acho melhor eu ir dormir!— Falei, sentindo a pele do meu rosto queimar.

Eu tentei dar três passos para longe dele, mas ele puxou novamente a minha mão e me girou de modo que meu corpo foi de encontro ao dele. Então ele me chamou com a voz rouca e sussurrou em meu ouvido:

Um casamento da conveniência ao amorOnde histórias criam vida. Descubra agora