Capítulo 57# Ana Júlia
As pessoas nos deixam cicatrizes em todos os tipos de lugares inesperados... como mapas secretos de suas histórias pessoais...
Enigmas de suas velhas feridas...
A maioria de nossas feridas podem sarar, deixando nada além de uma cicatriz...
Mas algumas nunca curam...Algumas feridas podemos carregar conosco a todos os lugares e embora o corte já não esteja mais presente, a dor ainda permanece...
O que é pior? Novas feridas que são horrivelmente dolorosas ou velhas feridas que deviam ter sarado anos atrás, mas nunca o fizeram?
Talvez velhas feridas nos ensinem algo...
Elas nos lembram onde estivemos e o que superamos...
Nos ensinam lições sobre o que evitar no futuro...
É como gostamos de pensar!!
Mas não é o que acontece, é?
Algumas coisas nós apenas temos que aprender de novo e de novo e de novo...
Às vezes a gente deixa as emoções falarem muito alto em nossa vida...
Mas a gente tem que ter equilíbrio...
Hoje vejo como é importante olhar as coisas como são, mesmo que machuque, mesmo que não seja o que agrada...
O meu coração se entristeceu, mas a vida também é feita de dor. E o amor onde ele está?
Temos que ser fortes o tempo todo e não é fácil ser forte, mas a gente vai tentando...
A gente vai deixando florescer o que é bom...Eu aprendi com a minha mãe que nem sempre os sentimentos são recíprocos e apesar de não ser fácil, a gente consegue sorrir apesar da dor...
A gente consegue seguir e lutar por nossa felicidade e pelas pessoas que nos amam!
Eu tenho um motivo pra seguir em frente: o meu filho ou filha.— Planeta terra chamando!!! — Catarina estalou os dedos rente ao meu rosto me tirando à força dos meus devaneios — Ana Júlia, acorda pra vida criatura, já chegamos no nosso antigo prédio!
E bota antigo nisso, ele estava caindo aos pedaços! Passei tanto tempo longe dele que mal me lembrava dos detalhes.
— Catarina, eu estava pensando na nossa gravidez. Temos motivos para lutar e continuar. Vamos erguer a cabeça e seguir em frente, não adianta entrar em desespero!
Ela concordou.
— Catarina, pede para o Tales me ajudar com as malas e devolve a chave do meu carro pra ele. Não quero nada que venha daquele cretino, a única coisa que eu quero ter dele é esse bebê e as lembranças dos momentos bons. Inclusive eu já pedi o divórcio!
Ela encarou o motorista e depois voltou a atenção para mim, com os olhos arregalados.
— Como assim divórcio?
— Eu pedi o divórcio — Respondi — Ele não acredita em mim, acha que eu o trai e não vale a pena eu lutar por uma relação falida!
— Mas vocês se amam?
— Não tem "mas" Cat! Eu o amo, mas ele não ama ninguém a não ser o próprio umbigo.
Bati a porta do carro com força e observei Catarina conversando com o Tales, o nosso motorista, sobre as malas e a chave do meu carro. Assim que entramos no apartamento, abrimos as janelas e deixamos o ar correr pelo espaço, para eliminar um pouco do cheiro da poeira. Fizemos uma faxina pesada e organizamos todas as coisas no lugar, ou pelo menos um pouco do que conseguimos trazer do apartamento daquele infeliz.
Nosso cantinho era simples e humilde e tenho certeza de que vai ser bem melhor ficar longe de toda aquela família. Apenas a Milleny me importava naquela casa. Eu queria distância do dinheiro e da ganância de todo o resto.
Depois de arrumar toda aquela bagunça, adormecemos no sofá. Tive um sonho erótico com o Cristopher, um acontecimento que já deixou de ser novidade. Infelizmente dessa vez o sonho aconteceu em outras circunstâncias, em um momento que tudo o que eu mais gostaria era de esquecê-lo. Eu sempre sonho com ele e infelizmente não consigo tirar esse homem nem da minha cabeça e nem do meu coração. Acordamos pontualmente, com o barulho do despertador do celular.
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Um casamento da conveniência ao amor
Literatura Femininaum casamento sem amor por contrato de conveniência será que isso vai dar certo? No livro vai ter devaneios, sonhos de um com o outro o tempo todo! Sinopse Um homem milionario, Cristopher Giovanny Glecory vinte e cinco anos, desiludido, frio, calcul...