Capítulo 07

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Wouwn: Uau!; Expressão que indica espanto, surpresa ou admiração de forma positiva.

Island musk: Gênero musical com letras melancólicas, lentas e dançantes, que falam da vida rural.

Broweets: Um dos principais lanches de Reilarand; Pequenos pães recheados, podendo ser doce (doce de leite, coco, etc.) ou salgado (presunto, queijo, frango, carne, mussarela, requeijão, etc.).

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Acordei pela manhã com o sol em meu rosto. Estranhei, porque Andressa nunca se esquecia de fechar as cortinas. Ela adorava acordar tarde, assim como eu. Pisquei algumas vezes e observei melhor o ambiente a minha volta. Notei que não estava em meu quarto. Na verdade, aquele lugar estava bem longe de ser o cômodo que eu dividia diariamente com minha irmã na província de Beneide, em Altazar.

Então, não era um sonho, pensei, enquanto sentava na cama. Eu não estava na casa dos meus pais. Eu havia ido embora acompanhada de um homem que eu mal conhecia. Tinha ganhado uma herança de alguém que não possuía lembranças.

Esfreguei meus olhos e espreguicei, espantando o sono. E, despertada, consegui visualizar melhor o quarto em que eu estava. E… wouwn! Aquele lugar era… enorme. E muito bem mobiliado.

Levantei da confortável cama e fui explorar o ambiente a minha volta. A primeira coisa que me chamou atenção foi o grande guarda-roupa, de oito portas (duas delas com um espelho gigante) e doze gavetas. Ao seu lado havia uma penteadeira com um grande espelho e, a sua frente, uma porta, que supus ser de um banheiro. Perto da entrada do quarto havia uma escrivaninha, com um notebook fechado por cima. Acima, algumas prateleiras. Próximo a ela, tinha duas poltronas, com uma mesinha de centro no meio.

De cada lado da cama havia uma mesinha de cabeceira, com abajur em cima. Em frente, uma TV bem grande em um painel e embaixo dela, uma estante. Entre a cama e a televisão, tinha uma mesinha e um daqueles sofás sem encosto.

O quarto possuía duas janelas bem grandes, que iam do chão a quase no teto, com uma pequena varandinha. Entre elas, havia uma cômoda. E, a sua frente, uma poltrona para duas pessoas, com almofadas. Além de prateleiras e nichos espalhados por diversos lugares do quarto. Todos os móveis e as paredes eram de cores claras, fazendo o lugar parecer mais iluminado.

Enquanto observava o ambiente ao meu redor encantada, uma batida soou na porta. Fui até ela e abri, me deparando com Antonio. Ao contrário das últimas duas vezes que encontrei com ele, o advogado não usava terno, mas seus trajes não eram tão informais. Ele estava com uma camisa manga longa e calça escura. Dei espaço para que ele entrasse.

— Dormiu bem? — Antonio me perguntou, observando minhas feições.

Eu deveria estar horrível. Havia acabado de acordar e nem ao menos havia lavado meu rosto ou penteado meus cabelos. Sem contar que minha cara deveria estar amassada.

Balancei a cabeça, assentindo. Olhei para as janelas do quarto, a fim de tentar ter uma noção de que horas eram. Não deveria ser tão tarde. Mas, cedo também não era. Talvez umas nove e meia. O quarto não tinha nenhum relógio para que eu confirmasse. E meu celular estava em minha bolsa, jogada aos pés da cama, junto com minha mochila. Minha mala estava mais próxima da porta.

— Gostou de seu quarto? — o advogado perguntou.

— Esse… esse quarto… é… é meu? — perguntei gaguejando de surpresa.

Nunca imaginaria que um dia eu teria um quarto tão grande e tão bonito quanto o que eu dormir. Era surreal. Ainda acreditava que estava dentro de um sonho muito louco. E, não seria a primeira vez em que eu acordaria de um dentro de outro.

A Herança - Livro 01 Da Trilogia "Mudança De Vida" [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora