Oye: Saudação informal reilarandense; Oi, olá.
Larol: Legal, maneiro, da hora, bom, bacana.
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Inspirei e expirei algumas vezes antes de girar a maçaneta da porta do meu novo quarto. Minhas mãos tremiam de nervosismo. Meu coração batia forte no peito. Sentia um frio na barriga. Mas, estava decidida a enfrentar minha timidez. Eu tinha que ao menos tentar.
Todas aquelas pessoas na cozinha durante o almoço pareciam à vontade e felizes. Talvez, ainda não disseram nada porque achavam que eu estava acostumando com a ideia (o que não era mentira), mas minha timidez poderia deixar eles desconfortáveis. Ou até mesmo me tacharem de metida e arrogante, como alguns já fizeram. Não queria que eles pensassem isso de mim.
Era por isso que estava decidida a mudar. Ou, ao menos, iniciar uma mudança. Tentar. Era tudo que precisava fazer. Tentar. Dar o primeiro passo. Mudanças não surgem do nada. Precisa de um impulso. Ninguém conseguia o que queria parado.
Abri a porta e entrei no corredor. Respirei fundo antes de seguir até a escada, que me levaria à sala de estar. Segurei no corrimão e desci os degraus, ouvindo risadas. E vi que as duas mulheres mais jovens da casa estavam sentadas no sofá, com um celular em mãos. Elas estavam rindo de mim?, pensei, sentindo o nervosismo ficar ainda maior, assim como a vontade de sair correndo.
— Oye, Alice! — a de cabelos loiros, e que parecia ser a mais sorridente, me cumprimentou.
Acenei com a cabeça. Vamos, Alice! Diga alguma coisa! Faça alguma coisa!, ordenei a mim mesma. Mas, a possibilidade das duas estarem rindo de mim me paralisou. Lembrei de Juliana e suas amigas. Sempre debochando dos outros.
— Daqui a pouco eles chegam. — a outra disse — Senta aqui com a gente, para rirmos um pouco.
Assenti e me aproximei delas, sentando ao lado da descendente de brasileiros. Ela me mostrou um vídeo em seu celular. Era de um rapaz, de uns vinte e cinco anos ou um pouco mais. Ele estava em um campo, ao lado de um cavalo. Ele falava alguma coisa, mas sua voz estava baixa. Então, tentou montar no cavalo. Porém, o animal sai correndo, deixando ele cair no chão. Confesso que foi bem engraçado, principalmente por causa da cara que ele fez ao se levantar e da risada da pessoa que gravou o vídeo. Não aguentei, e soltei uma risada, mas de forma contida e tímida.
— Vocês conhecem ele? — perguntei.
— Meu primo. — a loira respondeu — Ele trabalha aqui na fazenda. Adora fazer graça. Aposto que foi combinado.
— Pareceu bem real e espontâneo. — comentei.
— O Fabrício é assim mesmo. Ele e Fabiano adoram fazer vídeos assim. São os humoristas da família. Depois te mostro mais vídeos dele.
Risadas infantis e conversas animadas foram ouvidas por nós. As duas levantaram a tempo de quatro crianças correrem em suas direções, se jogando em seus braços, gritando “Gigi” e “Caca”. Logo atrás dos quatro entrou uma garota, bufando e com cinco mochilas. Ela reclamava de alguma coisa, mas parou quando olhou para mim. As duas que estavam comigo disseram algo para as crianças, que também me observaram com atenção. Dei um pequeno sorriso para elas.
A loira fez as apresentações. A mais velha era Nathalia. O casal de oito anos era Valentina e David. Os outros dois mais novos eram Felipe e Bruna. Valentina e Nathalia eram irmãs, assim como David e Bruna.
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A Herança - Livro 01 Da Trilogia "Mudança De Vida" [Concluída]
RomanceAlice Viana era uma garota tímida, insegura, que não se sentia bem com sua própria aparência física. Sempre sentiu uma rejeição por parte de sua mãe, e, seu maior desejo era descobrir o motivo dela lhe tratar com tamanha indiferença, enquanto com su...