Capítulo 18

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Jinysten: Jiló fatiado frito empanado; Acompanhado de molho kaezo (molho de queijo).

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Eu perdi!

Perdi a aposta que fiz com Gabriel. O jiló fatiado frio empanado acompanhado de um molho de queijo era bom. Muito bom. Tão bom que era inacreditável que um alimento feito com jiló fosse tão… bom. Por um momento, pensei que Gabriel estava me enganando. Mas, Miranda confirmou. Aquilo era jiló.

E, por causa do jinysten e da pequena aposta com o filho do meu advogado que eu tive que acordar às cinco da manhã. O sol ainda não tinha nascido. Olhando pela janela do meu quarto, via escuridão. Sorte minha que ele avisou com antecedência e eu pude ir deitar mais cedo.

Em frente ao espelho, observei minha aparência. Meus cabelos castanho-claros estavam presos em um rabo-de-cavalo, o que era bem comum. Usava uma blusa cinza de manga longa e calça jeans. Era início de outono. E as manhãs estavam frias.

Soltei meus cabelos e observei ele cair em minhas costas. Estava bem grande. Quase chegando à cintura. E repletos de pontas duplas. Não me lembrava qual foi à última vez que cortei meus fios claros. Com certeza tinha mais de dois anos, deixando ele um pouco abaixo do ombro. Ele crescia rápido. Minha avó Paloma dizia que era porque eu não tinha dó de passar tesoura.

Você fica ainda mais bonita com seus cabelos soltos, sabia?”

Dei um sorriso involuntário ao me lembrar das palavras de Gabriel. Mas, ele logo foi embora quando outras vozes sobressaíram em minha mente.

Descabelada! Prende esse cabelo, garota! Nem penteia os cabelos. Você já viu como está seu cabelo? Arruma ele direito! Está parecendo uma louca!”

Prendi meus fios imediatamente, balançando a cabeça. Gabriel estava mentindo. Meus cabelos eram volumosos demais. Não era bonito.

Três batidas soaram na porta. Verifiquei minha aparência pela última vez no espelho e fui atender. Gabriel estava parado do outro lado, com as mãos no bolso. Usava uma blusa branca, escrito “administração” do lado direito. Por cima, estava uma jaqueta, que, assim como sua calça, era jeans. Também estava de óculos, deixando ele mais bonito.

— Bom dia! — ele me cumprimentou sorrindo. Nem parecia que eram cinco horas da manhã — Vamos?

Onde eu estava com a cabeça onde aceitei tomar café com um garoto que eu conhecia a pouco mais de uma semana? Isso era o que eu ganhava por ser uma garota que honrava com seus compromissos. Aliás, para início de conversa, eu nem deveria ter aceitado aquele acordo na cozinha. Mas, em minha defesa, pensei que odiaria algo que era feito com jiló.

Após descer as escadas, segui para a cozinha. Mas, Gabriel segurou meu braço levemente, me guiando para a porta da sala. O que ele estava tramando? Para onde estava me levando?

O rapaz abriu a porta e seguimos pela varanda, até chegarmos a uma mesa onde estava nosso café da manhã, com uma variedade de comidas. Leite, café, pão, queijo, fatias de bolo, frutas…

— Por que aqui? — perguntei, enquanto ele afastava a cadeira para que eu me sentasse.

— Tomamos café todos os dias na cozinha. Não teria graça. — ele respondeu simplesmente, sentando em minha frente — Espero que esteja do seu agrado.

Me servi com um copo de leite, enquanto ele colocava uma xícara de café. Enquanto fazíamos a primeira refeição do dia, conversávamos um pouco sobre diversos assuntos. O principal era a fazenda.

— Olhe. — Gabriel disse, em certo momento, apontando para o horizonte.

Então, soube o real motivo para que ele me chamasse para tomar café naquele horário e lugar. Era perfeito para ver o sol nascer. E a vista maravilhosa. Com certeza, se eu acordasse todos os dias, com aquele fenômeno, não me importaria tanto com o horário.

A Herança - Livro 01 Da Trilogia "Mudança De Vida" [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora